Escolher a lista das aldeias mais bonitas de Portugal não é tarefa fácil. Afinal de contas, são muitas por onde escolher, certo? As aldeias são pedaços da histórias do nosso país e visitá-las é, muitas vezes, um autêntico regresso ao passado. De vez em quando sabe bem recordar as nossas origens, relembrar hábitos e tradições dos nossos avós e sentir que estamos, realmente, em casa.
Por tudo isto, as aldeias de Portugal guardam em si a essência daquilo que somos enquanto povo. De Norte a Sul de Portugal, é nas aldeias que ainda se sente e se vivencia a parte mais genuína de nós próprios.
Para elaborar esta lista, optámos por escolher as aldeias mais bem preservadas, mais autênticas e genuínas. Também as dividimos por regiões e categorias para que seja mais fácil notar toda a sua diversidade. Descubra as aldeias mais bonitas de Portugal!
- 1. Aldeias mais bonitas de Portugal: Gerês
- 2. Aldeias mais bonitas de Portugal: Trás-os-Montes
- 3. Aldeias mais bonitas de Portugal: Douro
- 4. Aldeias mais bonitas de Portugal: Perto do Porto
- 5. Aldeias mais bonitas de Portugal: Serra da Estrela
- 6. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias de Xisto
- 7. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias Históricas
- 8. Aldeias mais bonitas de Portugal: Perto de Lisboa
- 9. Aldeias mais bonitas de Portugal: Alentejo
- 10. Aldeias mais bonitas de Portugal: Algarve
- 11. Aldeias mais bonitas de Portugal: Açores
- 12. Aldeias mais bonitas de Portugal: Madeira
- 13. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias Medievais
- 14. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias abandonadas
1. Aldeias mais bonitas de Portugal: Gerês
1.1. Sistelo
E de repente… Portugal descobriu o Sistelo! A aldeia passou décadas no anonimato e bastou o slogan do “Tibete português” para chamar a atenção. Um slogan injusto, no entanto, já que Sistelo é muito mais do que socalcos nas montanhas.
Mas são os socalcos que saltam primeiro à vista, claro. Não apenas no Sistelo, mas em toda a área envolvente. Assim que se entra nesta região, a paisagem transforma-se e deslumbra quem por aqui passa. Afinal de contas… poucos lugares são tão bons exemplos da comunhão entre os humanos e a paisagem envolvente.
A aldeia merece uma visita e tem no seu castelo a sua principal atração (na realidade, o castelo é um pequeno palácio do Século XIX onde viveu o Visconde de Sistelo. Mas a melhor forma de explorar a região é mesmo caminhando pelos famosos passadiços que conduzem à aldeia ou pelo trilho das Brandas do Sistelo.
1.2. Pitões das Júnias
Localizada na parte transmontana do Parque Nacional da Peneda Gerês, Pitões das Júnias é uma das aldeias típicas e tradicionais desta região. É também uma das mais famosas e visitadas. E não é por acaso!
É famosa pelo seu fumeiro e pela sua gastronomia e por isso vale bem a pena almoçar em qualquer um dos restaurantes que aqui existem. Depois do almoço, caminhe pelas ruas estreitas da aldeia e descubra os seus recantos e pequenos detalhes.
Se estiver com forças para mais, pode visitar as ruínas do Mosteiro de Pitões das Júnias. O local é mágico e é fácil perder algumas horas a imaginar como seria a vida dos monges que aqui viveram durante séculos. Aventure-se também pelos passadiços até chegar ao miradouro com vistas para a cascata de Pitões das Júnias. A vista vale bem a pena o esforço!
1.3. Soajo
É uma das surpresas mais agradáveis do Gerês. Esta aldeia típica tem sido recuperada a um bom ritmo nos últimos anos. São cada vez mais as pessoas que recuperam as casas que possuem nesta aldeia e as transformam em segunda habitação ou turismo rural.
A aldeia do Soajo é conhecida também pelos seus espigueiros, tal como o Lindoso. Mas não se fique apenas por aí: aventure-se pelo seu interior e descubra uma aldeia de ruas e ruelas estreitas e sinuosas, ladeadas por casas antigas de granito. O passeio é sublime.
Destacam-se também a sua pequena praça central, o Largo do Eiró, com o seu peculiar pelourinho. E nas redondezas pode encontrar o quase secreto Poço Negro, local onde pode desfrutar de um banho refrescante nos dias quentes de Verão.
1.4. Castro Laboreiro
Um castelo que nos recorda as batalhas antigas que aqui se travaram, pontes e igrejas medievais, fornos e moinhos comunitários… tudo em Castro Laboreiro respira história e tradição. Esta é, sem dúvida, uma das aldeias mais bonitas do Gerês.
Grande parte das suas casas foi recuperada para turismo rural. É ainda possível visitar o museu etnográfico e o núcleo megalítico. Mas o melhor de tudo talvez seja observar o dia-a-dia das pessoas, conhecer os hábitos e tradições deste povo e descobrir mais sobre a sua cultura.
Na floresta circundante, além da exuberante floresta de carvalhos e medronheiros, é possível avistar javalis, veados e lontras. Uma das melhores formas de explorar a região é realizar o trilho castrejo. São 17 quilómetros mas acredite: vale bem a pena.
1.5. Gavieira
Nunca ouviu falar na Gavieira, certo? Talvez esse seja o principal motivo para uma visita… Afinal de contas, não é todos os dias que se pode desfrutar de uma aldeia típica do Gerês sem o turismo de massas por todo o lado.
Mesmo ao lado da aldeia fica o Santuário da Nossa Senhora da Peneda (este já mais conhecido pela maioria das pessoas) e a sua fantástica cascata (a Cascata da Peneda que cai de uma altura de 30 metros).
Se visitar Gavieira, procure também conhecer as outras aldeias da freguesia: Rouças e Tibo. A partir de Tibo pode chegar até à Lagoa dos Druidas (o verdadeiro nome é Lagoa dos Antigos). É uma das mais belas e secretas do Gerês. Pode ainda subir os socalcos em direção às brandas e apreciar as serras das redondezas: Peneda, Soajo e Laboreiro.
2. Aldeias mais bonitas de Portugal: Trás-os-Montes
2.1. Vilarinho de Negrões
Localizada numa pequena península formada pela subida das águas da barragem do Alto Rabagão, Vilarinho de Negrões, em Montalegre, é uma das mais bonitas e surpreendentes aldeias de Portugal.
É uma típica aldeia transmontana mas rodeada por água, o que lhe confere uma aura difícil de explicar. As suas gentes dedicam-se à agricultura e ao pastoreio, um pouco como era há algumas décadas.
O passeio por Vilarinho de Negrões faz-se rápido: aprecie as construções em granito, o tanque comunitário e os hábitos típicos das suas gentes. Não deixe de observar as águas da barragem e, se tiver oportunidade, dê um salto até Montalegre ou até outras das aldeias mais típicas do concelho, como Pitões das Júnias ou Fafião.
2.2. Montesinho
A pequena aldeia de Montesinho está inserida no parque natural com o mesmo nome. É uma típica aldeia transmontana e uma das mais bonitas do Norte de Portugal. As suas casas típicas foram sendo recuperadas para turismo e hoje em dia é possível fazer desta aldeia o centro para explorar a região.
Explore a aldeia caminhando pelas suas ruas calcetadas (e muito bem cuidadas). Descubra a sua pequena igreja e o museu instalado numa típica casa transmontana. Não deixe também de provar a fabulosa gastronomia local.
E aventure-se também por toda a região, fazendo o percurso pedestre de Montesinho. São 10 quilómetros que têm início nesta aldeia e que passa por outras duas da região: França e Portelo. Deslumbre-se com o verde das pastagens e com os bosques e não se admire se de repente se cruzar com um veado ou um lobo ibérico!
2.3. Rio de Onor
Metade portuguesa, metade espanhola. Terra de ninguém e terra de todos. Assim é a mítica aldeia de Rio de Onor, em pleno Parque Natural de Montesinho, no concelho de Bragança. É uma das poucas aldeias portuguesas onde ainda hoje se praticam hábitos comunitários, outrora frequentes em muitas povoações do norte de Portugal.
A população explora as terras em conjunto, os rebanhos são cuidados por todos e as decisões que afetam a vida da comunidade são tomadas por acordo de todos os habitantes. Rio de Onor é uma lição de história. Os habitantes possuem até um dialeto próprio, fruto do seu isolamento e do contacto próximo com os vizinhos espanhóis.
A sua ligação com Espanha é muito forte e nem a fronteira acabou com o diálogo com os habitantes das aldeias do país vizinho. Experimente a rica gastronomia da região, faça um passeio pelo Parque de Montesinho e dê um salto até Bragança. Se quiser explorar um pouco mais, viaje até Puebla de Sanabria, na vizinha Espanha.
2.4. Gimonde
A pequena e pitoresca aldeia de Gimonde faz parte do concelho de Bragança e está integrada no Parque Natural de Montesinho. A sua paisagem é dominada pela sua famosa ponte medieval que confere um encanto especial a toda a aldeia. Mas há mais para ver aqui. Perca-se pelas suas ruas e aprecie os pequenos detalhes desta típica aldeia transmontana.
Gimonde é também famosa pela sua gastronomia. Na aldeia existem diversos restaurantes onde é possível apreciar os pratos típicos da região. Aprecie ainda as iguarias típicas da localidade, como o seu famoso fumeiro e as deliciosas compotas.
Se tiver mais tempo, aventure-se pelo Parque Natural de Montesinho e descubra outras aldeias típicas, como Rio de Onor, por exemplo. Uma visita a Bragança é também uma ótima ideia para complementar o seu roteiro e constatar com os seus próprios olhos o quanto esta cidade do nordeste transmontano tem para descobrir.
3. Aldeias mais bonitas de Portugal: Douro
3.1. Provesende
Em plena região demarcada do Douro, Provesende é uma aldeia vinhateira do concelho de Sabrosa. Com vistas para o rio Pinhão, são as vinhas que dominam a paisagem. Toda a vida da aldeia gira em torno da nobre arte de produzir um dos melhores vinhos do mundo, o vinho do Porto.
Para além de um passeio pelos vinhedos da região, em Provesende pode descobrir diversas casas senhoriais e brasonadas, o antigo pelourinho, uma fonte do século XVIII e uma igreja barroca. A melhor forma de descobrir a aldeia é mesmo caminhando pelas suas ruas e apreciando cada pequeno detalhe.
Aproveite para provar a gastronomia local e, como não poderia deixar de ser, o famoso vinho do Porto. Faça uma visita às quintas das redondezas e aprenda mais sobre como se produz este néctar. Um cruzeiro pelo Douro é também uma das melhores formas de descobrir esta belíssima região transmontana.
3.2. Trevões
Esta linda aldeia do Douro Vinhateiro pertence ao concelho de São João da Pesqueira. Aqui, a agricultura não se faz apenas a partir das vinhas: também se produz bom azeite e produtos hortícolas.. Nos últimos anos, a aldeia sofreu várias obras de restauro que a deixaram de cara lavada, mas o trabalho de reconstrução continua.
Tal como nas outras aldeias vinhateiras, dominam as quintas, as casas brasonadas e os solares. Em Trevões, impõe-se uma visita ao Solar dos Caiados, um dos mais imponentes da região. A casa do Adro e o Solar dos Melos também merecem uma visita, assim como o Museu de Arte Sacra, o Museu de Trevões, o Paço Episcopal e as várias igrejas e capelas da aldeia.
Como não poderia deixar de ser, a melhor forma de descobrir esta aldeia é caminhando pelas suas ruas. Trevões já foi sede de concelho e por isso possui vários edifícios interessantes, mas o melhor mesmo é apreciar as suas casas com fachadas coloridas e alpendres salientes. Aprecie todos os pequenos detalhes!
3.3. Barcos
Localizada nas margens do rio Távora, concelho de Tabuaço, Barcos é uma das mais típicas aldeias vinhateiras. Quintas, solares e casas senhoriais avistam-se em toda a região. Em muitas delas é mesmo possível participar nas vindimas, entre Setembro e Outubro de cada ano.
A Igreja Matriz de Barcos, construída no século XII, merece uma visita, assim como o Santuário de Santa Maria do Sabroso e o velho caminho da Via Sacra. Mas a melhor forma de descobrir esta aldeia do Douro é mesmo caminhando pelas suas ruas de pedra: irá passar pelo Cruzeiro dos Centenários, pelo Pelourinho, pelo antigo Forno da Confraria e por diversas fontes de água fresca.
Pode ainda descobrir um pouco das redondezas realizados 2 percursos pedestres que passam pela aldeia: “Socalcos do Douro” e “História e Natureza”. No final da caminhada, recupere as energias com a gastronomia típica da região: arroz de forno com enchidos, sopa de castanha e doçaria conventual. A não perder!
4. Aldeias mais bonitas de Portugal: Perto do Porto
4.1. Quintandona
Uma aldeia típica preservada, com casas de lousa e de xisto, bem próxima do Porto? Sim, é possível! Falamos de Quintandona, em Penafiel. Pequena mas de uma beleza singela e singular, esta é uma aldeia que tem sido recuperada nos últimos anos e que atrai cada vez mais habitantes.
A melhor forma de a descobrir é caminhando pelas suas ruas. Aprecie cada pormenor, cada detalhe e converse com os habitantes locais. O dia-a-dia da população ainda é marcada pelas rotinas ligadas à agricultura, mesmo estando próxima de grandes centros urbanos.
Se tiver um pouco mais de tempo, visite a Quinta da Aveleda, também em Penafiel (outro pequeno tesouro quase desconhecido bem próximo do Porto). E se acha que já viu tudo o que tinha para ver na região, dê um salto até ao museu da Broa, também em Penafiel. Quintandona, Quinta da Aveleda e o Museu da Broa fazem parte de um passeio ideal para se fazer com crianças.
4.2. Trebilhadouro
Localizada na freguesia de Rôge, em Vale de Cambra, a pequena aldeia de Trebilhadouro este desabitada durante décadas. Mas no final do século passado foi totalmente recuperada para turismo rural, mantendo a sua traça original.
As ruas e as casas são de granito e toda a estrutura da aldeia remete para os hábitos comunitários de outrora. Canastros, eiras, o tanque público e uma fonte… tudo foi nos faz lembrar o dia-a-dia de uma típica aldeia agrícola.
A paisagem circundante convida-nos a explorar as redondezas: a Serra da Freita, um pequeno ribeiro que desagua no rio Caima… tudo pode ser explorado com uma caminhada. A partir da aldeia tem início um percurso pedestre, o PR4. É circular e permite explorar todo o meio envolvente.
4.3. Estorãos
Localizada em Ponte de Lima, a pequena aldeia minhota de Estorãos é um segredo que merece ser descoberto. Por aqui passa uma ribeira com o mesmo nome, vinda do alto da serra de Arga. As suas águas límpidas e cristalinas serpenteiam por florestas e terrenos agrícolas até chegarem aqui.
É nesta ribeira que fica uma das paisagens mais icónicas desta aldeia: uma pequena ponte de pedra, românica, mesmo ao lado de um velho moinho com uma roda de madeira ainda intacta. Também neste local pode desfrutar de um banho nos dias mais quentes do Verão.
Mas Estorãos tem mais para oferecer: caminhe pelas ruas e ruelas da aldeia e aprecie cada pormenor. Prove a gastronomia local e converse com os habitantes locais. E depois, se quiser conhecer um pouco mais da região, dê um salto até às Lagoas de Bertiandos, mesmo ali ao lado.
5. Aldeias mais bonitas de Portugal: Serra da Estrela
5.1. Linhares da Beira
Localizada na vertente ocidental da Serra da Estrela, Linhares da Beira terá tido origem num castro lusitano, sendo conhecido o facto de os Montes Hermínios (o nome lusitano da Serra) serem um dos locais habitados pelos lusitanos, devido às suas pastagens, abundância de água e o enquadramento montanhoso que oferecia proteção. O nome Linhares terá tido origem no linho, que foi em tempos uma das mais importantes culturas da região.
O harmonioso conjunto urbano da povoação, onde casas simples em granito convivem com solares de nobreza antiga, é um autêntico espetáculo para a vista. Um olhar mais atento revelará várias janelas do séc. XVI. A igreja matriz, de pendão românico (mas reconstruída no séc. XVII) é o lar de três valiosas tábuas atribuídas ao Mestre português Vasco Fernandes (Grão Vasco), pelo que merece uma visita.
Para além da igreja, poderá visitar um exemplar único de um fórum medieval, com uma rústica tribuna elevada sobre um banco em redor de uma mesa de pedra. Aqui eram anunciadas à população as decisões comunitárias, e é aqui que pode ver as armas da antiga vila. Destaca-se também, ao lado, um pelourinho quinhentista em granito, rematado pela esfera armilar.
5.2. Cabeça
Esta pitoresca aldeia tem o xisto como rei e senhor, muito presente nas casas que compõem a paisagem singular, cercada de elevações graníticas e que convidam o olhar ao descanso. Em plena Serra da Estrela, esta aldeia de encantos e cheia de história tem uma tradição muito ligada ao cultivo dos campos em socalcos e à atividade pastorícia. Cabeça é também a terra lendária dos cavaleiros das Esporas de Ouro, e foi tornada freguesia a 13 de janeiro de 1800.
Esta pequena povoação, situada num morro, possui duas igrejas dignas de visita (São Romão e Paroquial) e duas capelas igualmente belas (Santo António e Nossa Senhora da Nazaré, esta última datada de 1900).
Para além do património cultural, arquitetónico e natural, Cabeça é conhecida como Aldeia Natal, já que a tradição dita que, nestas festividades, as ruas sejam enfeitadas com materiais naturais (giestas, musgo, varas de videira, etc) e com leds, que dão mais brilho e alegria à quadra natalícia. Curiosamente, Cabeça foi também a primeira aldeia Led de Portugal, por ter sido a primeira aldeia a substituir a tradicional iluminação pública por Leds.
5.3. Loriga
Após uma estrada serpenteante e que convida ao passeio, com curvas audaciosas pelas encostas da serra, onde a cada volta nos podemos deparar com uma paisagem de cortar a respiração, encontra-se Loriga. Os seus casarios brancos impressionam os visitantes, mas é a Natureza que aqui parece reinar, num verdadeiro reino de esplendor e vida.
Os montes que circundam Loriga são ricos em paisagens surpreendentes, deixando-nos abismados os cerros mais íngremes, cortados a pique, e tão bem contrabalançados pela ondulação dos vales e montes. A água cristalina é aqui abundante, deslizando suave e com um murmurar suave que traz a melancolia à paisagem e aos visitantes.
Esta aldeia, bem digna de uma visita, irá dar-lhe a paz e tranquilidade de que necessita. Conhecida como a Suíça portuguesa, pela sua extraordinária localização a 770m de altitude. Os socalcos, bem como a sua rede de irrigação complexa, são uma das características mais marcantes da região, permitindo que, ao longo de centenas de anos, esta região se tornasse muito fértil.
6. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias de Xisto
6.1. Piódão
É outra das mais bonitas aldeias de Portugal e dificilmente encontra no país outra como ela. Piódão está classificada como Aldeia Histórica mas é também uma aldeia de xisto. Pertence ao concelho de Arganil e fica na encosta da Serra do Açor. É, talvez, uma das mais famosas aldeias portuguesas.
Chegar até ao Piódão implica vaguear pelas estradas sinuosas da serra, mas a visita vale bem a pena. As suas casas de xisto dispostas ao longo da encosta da serra conferem-lhe a alcunha de “aldeia presépio”.
Passeie pelas suas ruas sinuosas, descubra as suas janelas pintadas de azul e a sua igreja que não se parece com mais nenhuma em Portugal. No final, pare numa das esplanadas de algum dos restaurantes da aldeia e desfrute de um bom petisco da região.
Se ainda estiver com forças e com vontade de descobrir mais nas redondezas, faça o percurso até à aldeia de Foz d’Égua ou visite a deslumbrante Mata da Margaraça e a Fraga da Pena.
6.2. Talasnal
É uma das mais bonitas e famosas aldeias de xisto da Serra da Lousã. Talasnal cativa pela disposição das suas casas e também pelos muitos projetos de recuperação em curso que, lentamente, começam a dar uma nova vida a uma aldeia outrora quase abandonada.
Uma fonte, um tanque e as videiras que decoram as casas e que proporcionam sombra a quem visita são alguns dos detalhes mais cativantes desta aldeia. Mas o melhor de tudo é mesmo vivenciar a experiência de passar uns dias de paz, em comunhão com a natureza circundante.
Veados, corços, javalis e muitas outras espécies: são muitos os encantos da floresta que circunda Talasnal. E se este pequeno paraíso não for suficiente, experimente explorar as redondezas: Candal, Catarredor, Cerdeira… são muitas as aldeias de xisto para descobrir na Lousã.
6.3. Cerdeira
Cerdeira é uma daquelas aldeias abandonadas que se soube reinventar. Fruto da dedicação de alguns entusiastas, esta belíssima aldeia de xisto da Serra da Lousã é hoje um centro dedicado às artes. Algumas das suas casas foram também recuperadas para turismo rural.
Passear pela Cerdeira é uma experiência mágica: logo à entrada somos presenteados com uma pequena ponte que dá acesso à povoação. As suas ruas de ardósia serpenteiam as casas, construídas na encosta de forma a deixar os terrenos planos livres para a agricultura.
E se a paz e o sossego desta aldeia não forem suficientes, explore as redondezas e descubra outras preciosidades quase secretas, como o Talasnal, Catarredor ou Candal.
6.4. Foz d’Égua
Pequena mas cheia de encanto. Assim é Foz d´Égua. Pertence ao concelho de Arganil e fica bem perto de Piódão, pelo que se recomenda uma visita a ambas.
Foz d’Égua entrou nas bocas do mundo graças às obras de restauro de um habitante local. Algumas das suas casas foram minuciosamente restauradas e preservadas na sua essência. O melhor de tudo? Estão disponíveis para alojamento.
O cenário deslumbrante compõe-se com uma pequena praia fluvial resultante da conjugação de 2 ribeiras, atravessada por 2 pequenas pontes de xisto e com outra ponte suspensa um pouco mais acima.
Depois de desfrutar deste pequeno paraíso, rume a norte para conhecer outras aldeias de encantar: Aldeia das Dez, Alvoco das Várzeas e Poço da Broca, entre outras. Já agora: leve o fato de banho para mergulhar em alguma das excelentes praias fluviais que poderá encontrar.
6.5. Casal de São Simão
Uma aldeia com apenas uma rua. Uma fonte que encanta com o borbulhar das suas águas. Um caminho que nos leva até às Fragas de São Simão, onde podemos dar um mergulho. Assim é a pequena, mas encantadora, aldeia de Casal de São Simão, em Figueiró dos Vinhos.
Esta é mais uma aldeia que, nos últimos anos, ganhou uma nova vida. Alguns dos seus antigos moradores deitaram mãos à obra e recuperaram as suas casas de xisto. Existe ainda um restaurante onde pode apreciar os pratos típicos da região e uma pequena loja.
Se estiver calor, pegue no fato de banho e faça uma caminhada até às Fragas de São Simão. O esforço vale bem a pena. Mas leve merenda e protetor solar!
7. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias Históricas
7.1. Monsanto
Chamam-lhe a “aldeia mais portuguesa de Portugal”. Seja realidade ou seja apenas um slogan turístico, o certo é que vale bem a pena conhecer a belíssima aldeia de Monsanto. Nos últimos anos, tem atraído cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros e não é por acaso.
As suas casas foram construídas em comunhão com a natureza que a rodeia. Quer dizer… em comunhão com as rochas enormes que aqui abundam. Os enormes pedregulhos servem de parede a muitas casas e, em alguns casos, servem também de telhado. O charme desta aldeia é indiscutível. Agreste e bela ao mesmo tempo, recorda-nos que a motivação e o engenho do homem podem muito bem dominar a paisagem envolvente sem a danificar.
Aproveite para desfrutar da gastronomia típica da região (vai precisar depois de gastar as suas energias a percorrer a aldeia a pé). Pode dormir numa das suas casas de turismo rural e, no dia seguinte, rumar a outras paragens nas redondezas: Penha Garcia, Sortelha e Sabugal são ótimas opções para prolongar o seu roteiro.
7.2. Castelo Rodrigo
A aldeia histórica de Castelo Rodrigo foi vila e sede de concelho durante 600 anos. Quando deixou de o ser, perdeu muita da sua importância, mas resta o riquíssimo património que atesta a outrora imponência desta aldeia medieval: as velhas muralhas, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz e a cisterna medieval.
Um passeio pelas suas ruas empedradas revela também a presença de cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo). Por isso mesmo, aprecie cada detalhe das suas ruas e casas, muitas deles recuperadas ou em fase de recuperação. Com um pouco de atenção, poderá descobrir elementos manuelinos e até casas com motivos de origem árabe.
A partir de Castelo Rodrigo pode explorar a região circundante: destaque para o Parque Natural do Douro Internacional, o Vale do Côa e a Serra da Marofa. Não vá embora da região sem se deliciar com o típico borrego assado à moda beirã.
7.3. Sortelha
Vila medieval fronteiriça, Sortelha está hoje na lista de Aldeias Históricas de Portugal com todo o mérito. É, talvez, a mais bem conservada aldeia medieval de Portugal e também uma das mais bonitas. O povoado localiza-se dentro das muralhas circulares do castelo e a sua localização foi crucial na defesa do país.
Passear pelas ruas da aldeia é regressar ao passado. Quase tudo aqui ainda está igual aos tempos medievais do século XIII, altura em que foi construído o seu castelo. As ruas e as casas, todas feitas em granito, estão recuperadas e muitas delas podem ser alugadas para turismo rural.
A aldeia possui ainda cafés e restaurantes onde pode desfrutar da gastronomia local. Visitar Sortelha não exige muito tempo e, por isso, pode aproveitar para conhecer as redondezas. Dê um salto até ao Sabugal (sede de concelho) e conheça o seu castelo, um dos mais bonitos de Portugal.
8. Aldeias mais bonitas de Portugal: Perto de Lisboa
8.1. Penedo
Uma aldeia típica nos arredores de Lisboa? Sim, é possível. A aldeia de Penedo, na freguesia de Colares, é talvez um dos melhores exemplos. Localizada no alto de uma encosta, a aldeia existe desde o século XIII.
Para chegar aqui é preciso subir por ruas estreitas e sinuosas. Apesar de a grande maioria das casas ter sido construída já em estilo moderno, ainda existem muitas de traça antiga. A localização, as ruas e ruelas íngremes e sinuosas e as casas pintadas de branco dão-lhe uma pitoresca imagem de aldeia típica.
É possível passar uma tarde no Penedo a descobrir os seus pequenos recantos. E também é possível fazer desta aldeia o centro para descobrir as redondezas. Afinal de contas, estamos em plena Serra de Sintra e por isso não faltam motivos para perder alguns dias a descobrir a região.
8.2. Azenhas do Mar
Situada em Colares, Azenhas do Mar é uma obra prima da arquitetura popular. Ao longo de séculos, os habitantes foram construindo as suas casas neste penhasco à beira-mar. O resultado é uma peculiar pequena aldeia com ruas íngremes e estreitas, tão pequenas que por vezes bem ruas são, mas apenas escadas em direção ao mar.
Foi local de férias do rei D. Carlos e a sua esposa, D. Amélia. Hoje é local de peregrinação para quem procura um dos melhores locais perto de Lisboa para deslumbrar-se com o pôr do sol.
Na parte sul da aldeia fica um miradouro de onde se pode apreciar todo o conjunto. Em baixo, já na praia, fica uma pequena piscina oceânica. E a aldeia é ainda famosa pelo seu restaurante, que serve alguns dos pratos de peixe e marisco mais apreciados na região. Esta é uma das mais carismáticas aldeias perto de Lisboa.
8.3. Aldeia Galega da Merceana
Esta típica aldeia da zona Oeste é um recanto esquecido, até dos próprios vizinhos. Para chegar até aqui é preciso viajar pelos campos bucólicos e ondulados da zona saloia. Uma região onde abundam os vinhedos e pomares, as ermidas e as capelas. E claro, as aldeias nos pequenos outeiros. É o caso da Aldeia Galega da Merceana.
A sua arquitetura é típica das aldeias saloias: casas brancas e ruelas pequenas, desordenadas e sinuosas. Mas a aldeia denota pormenores que indicam que terá tido um passado um pouco mais importante e glorioso.
O seu pelourinho é de estilo manuelino. Possui 2 praças: a Praça do Pelourinho e a Praça do Divino Espírito Santo. Podemos ainda encontrar a Casa da Rainha, hoje a sede da Junta de Freguesia, onde se diz que pernoitava a rainha D. Leonor nas suas viagens entre Lisboa e Caldas da Rainha.
8.4. Aldeia da Mata Pequena
Bem perto de Lisboa, no concelho de Mafra, fica uma daquelas aldeias que nos fazem recuar no tempo. A aldeia da Mata Pequena, com apenas 10 casas, tem casas caiadas e ruas calcetadas com um encanto difícil de encontrar noutros locais.
É uma aldeia tipicamente saloia, inserida na Zona de Protecção Especial do Penedo do Lexim. Foi totalmente recuperada e convertida em turismo rural. Os trabalhos de recuperação foram feitos de forma a preservar ao máximo a traça original da povoação.
Passar uns dias na Mata Pequena é regressar ao passado e reviver cheiros, vivências e tradições de outrora. E se quiser, pode fazer deste o seu centro para explorar as redondezas. Não faltam locais para visitar bem perto desta localidade: Mafra e Ericeira são apenas alguns dos exemplos.
9. Aldeias mais bonitas de Portugal: Alentejo
9.1. Santa Susana
Se procura um local pacato e com arquitetura bem alentejana, a aldeia de Santa Susana é uma paragem obrigatória. O destaque vai para as casinhas de rés-do-chão, caiadas de branco e com barras azuis e grandes chaminés. Santa Susana está localizada entre duas ribeiras (afluentes da ribeira de Alcáçovas) e está distanciada de Alcácer do Sal (sede de concelho) em 15 km.
Na região, poderá observar a barragem do Pego do Altar, obra do Estado Novo que, para além de regar os arrozais do concelho, serve também como ponto de lazer e de descanso para habitantes e visitantes. Mas o autêntico encanto de Santa Susana está nas suas casas brancas, com barra azul em janelas e portas, e que em média são pintadas de dois em dois anos pelos moradores, para que a tradição e encanto da aldeia se mantenham vivas.
Mesmo as casas desabitadas são pintadas por vizinhos, num autêntico esforço comunitário para que Santa Susana se mantenha viva e orgulhosa. Ao passear pelas ruas da localidade, delicie-se com o pormenor curioso de algumas das portas de entrada terem as iniciais dos primos Henrique e Manuel, bem como a data em que foram construídas.
9.2. Porto Covo
Situada entre as ondas da costa atlântica e os montados da Serra do Cercal, Porto Covo é um autêntico postal alentejano que merece bem uma visita mais demorada, para que possa apreciar bem esta ponte entre o mar e o campo, cada um com os seus encantos e cada um com o seu apelo irresistível e convidativo.
No centro da aldeia, pode encontrar uma belíssima praça, conhecida como o largo Marquês de Pombal, que é uma maravilha da arquitetura iluminista do séc. XVIII, sendo rodeado por casinhas caiadas e com barras azuis, portas vermelhas e cortinas de renda a emoldurar as janelas. A partir do largo, estendem-se ruas retilíneas que desembocam em pequenas praias de aldeia dourada com água transparente, uma autêntica antecipação do mediterrâneo.
Ainda à vista da aldeia, e a ela ligada, está a misteriosa Ilha do Pessegueiro, com vestígios de ocupação romana e cartaginense e rica em histórias e lendas de invasões de piratas. Se visitar Porto Covo, não deixe de visitar esta ilha, expoente máximo paisagístico do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
9.3. Évoramonte
A pitoresca freguesia de Évora Monte (ou Evoramonte) está situada entre Évora e Estremoz. Noutros tempos, teve uma elevada relevância militar, devido à sua posição geográfica, e essa vertente ainda se encontra muito presente nos nossos dias, com as muralhas a protegerem os seus habitantes e a aguardar que os visitantes ali entrem vejam as histórias que há para descobrir.
No alto da colina, Evoramonte parece quase parada no tempo. Chegar ao topo pode ser um desafio, se for a pé, mas a verdade é que o apelo irresistível de Evoramonte inculca essa vontade aos visitantes u até mesmo a quem vai apenas a passar. No caso de decidir subir de carro, procure deixá-lo fora das muralhas, na Porta de São Sebastião, para que possa entrar na vila tal como milhares de outros portugueses fizeram ao longo de séculos.
A vila é pequena e cheia de encanto, e o seu tamanho é por isso perfeito para que possa dar uma boa volta a pé pelas ruas, para absorver toda a localidade e encontrar os mais diversos pormenores, desde um ornamento diferente, uma porta ou janela de traça tipicamente alentejana ou apenas um gato pachorrento que descansa à sombra. Tudo muito típico do Alentejo, sim, mas com um toque ainda mais especial aqui, em Evoramonte.
10. Aldeias mais bonitas de Portugal: Algarve
10.1. Alte
Alte é uma encantadora aldeia algarvia pertencente ao concelho de Loulé. Um pouco longe do mar e de todo o caos urbanístico do litoral, conserva ainda as açoteias (chaminés tradicionais) e as ruas pavimentadas em calçada portuguesa.
E se acha que, por estar longe do mar, não pode dar uns banhos, prepare-se para descobrir as Fontes de Alte. Esta zona arborizada fica mesmo ao lado de uma ribeira de águas cristalinas onde se pode refrescar. Também pode fazer churrascos e piqueniques.
Depois, experimente caminhar pelas ruas da aldeia e descubra o lado mais típico e tradicional de um Algarve quase desconhecido pela grande maioria dos turistas de Verão. Não vá embora sem provar a gastronomia local, especialmente os pratos de peixe e marisco.
10.2. Pedralva
Esta é, sem dúvida, uma das aldeias mais bonitas de Portugal. Localizada em Vila do Bispo, chegou a ter mais de 100 habitantes. Aos poucos, todos foram partindo e resistiram apenas 9, que viviam em casas degradadas ou com poucas condições. Mas Pedralva renasceu!
Após um longo processo, todas as casas da aldeia foram compradas e recuperadas para turismo rural. O município viu na ideia uma oportunidade única de promover o Algarve mais típico e instalou rede elétrica e saneamento. Hoje, Pedralva pode ser a sua aldeia: pode alugar uma das suas várias casas e passar aqui uns dias, em comunhão com a Natureza.
Existe um café e um restaurante, bicicletas que podem ser alugadas para descobrir as redondezas. O melhor de tudo? Bem perto pode encontrar algumas das melhores praias da Costa Vicentina, a prova que, no Algarve, é possível conciliar o campo e a tradição com o Verão e as praias. Uma visita a não perder!
10.3. Querença
A aldeia de Querença é, sem dúvida, uma das mais típicas e bonitas do Algarve. As suas casas brancas com as chaminés rendilhadas denunciam de imediato as influências da arquitetura árabe. Localiza-se no interior do concelho de Loulé, em plena serra algarvia.
Querença tem sabido preservar as suas características, tradicionais de um espaço rural. Para além da arquitetura, são ainda comuns várias artes como a cestaria, produção de mel e de licores e o fabrico de bonecos de tecidos.
Além das suas pitorescas ruas, vale a pena explorar as redondezas e conhecer um Algarve mais selvagem, longe das praias e mais perto da Natureza. Pode fazê-lo através de um percurso pedestre oficial e devidamente sinalizado, o LLE PR16. Trata-se de um percurso circular de 5 quilómetros que lhe permitirá descobrir as maravilhas naturais desta região.
11. Aldeias mais bonitas de Portugal: Açores
11.1. Cuada
Cuada é uma aldeia especial. Há qualquer coisa de encantador e carismático neste pequeno recanto da Ilha das Flores, nos Açores. Habitada desde o século XVI, a vida nunca foi fácil para quem aqui vivia. O acesso ao mar não era fácil e a agricultura e a tecelagem eram os meios de subsistência. A vida era tão difícil que os últimos moradores acabaram por partir nos anos 60 do século passado.
Mas Cuada renasceu das cinzas pelas mãos de um casal que se apaixonou pela aldeia. As casas e a sua envolvência foram recuperadas e hoje é um local dedicado ao turismo rural. É considerado um dos locais mais românticos do mundo por algumas revistas especializadas.
Qualquer pessoa pode passar uns dias na aldeia, num dos seus alojamentos. A aldeia e todo o ambiente envolvente convidam à contemplação e à meditação. Nas redondezas existem cascatas e trilhos que pode percorrer para conhecer melhor a ilha. É, sem dúvidas, um daqueles locais onde todos deveríamos ir pelo menos uma vez na vida.
11.2. Fajã dos Cubres
Na Ilha de São Jorge, nos Açores, a aldeia da Fajã dos Cubres está localizada num daqueles locais improváveis, onde muita pouca gente se lembraria de construir a sua casa. De um lado, a falésia imponente. Do outro, o oceano imenso. A separá-los, apenas a Lagoa dos Cubres, local privilegiado para a observação de aves marinhas.
É difícil imaginar como seria a vida nesta aldeia há algumas décadas. A pesca era a atividade principal (e ainda hoje continua a ser). O acesso à aldeia não é fácil, mas o esforço compensa largamente.
A melhor forma de explorar a Fajã dos Cubres e as redondezas é realizando um percurso pedestre linear, de 10 quilómetros de extensão e que acaba precisamente nesta aldeia. Ao longo desse percurso é possível contemplar vários pontos de interesse, como a Caldeira do Santo Cristo, por exemplo.
12. Aldeias mais bonitas de Portugal: Madeira
12.1. Curral das Freiras
Localizada bem no interior da ilha da Madeira, numa depressão rodeada por montanhas que faz lembrar a cratera de um vulcão, Curral das Freiras deve o seu curioso nome a um acontecimento histórico: durante os ataques de corsários franceses, as freiras do Funchal encontraram aqui o refúgio ideal.
O acesso à aldeia é agora mais fácil graças à construção de um túnel com 2 quilómetros de extensão. A forma ideal de chegar aqui é mesmo de carro, o que lhe permitirá explorar também as redondezas.
A gastronomia de Curral das Freiras merece também destaque. Experimente a sopa de castanhas e termine com uma saborosa ginja. No final, pegue no carro e dirija-se até ao Miradouro da Eira do Serrado, a partir de onde pode ver as melhores vistas para a aldeia.
13. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias Medievais
13.1. Marialva
Começou por ser povoada pelos Aravos, um povo Lusitano. Depois passaram por aqui os romanos (ainda existem vestígios da sua presença). Esteve despovoada durante algum tempo mas recuperou o fulgor na época medieval. Falamos de Marialva, no concelho de Mêda.
Esta aldeia histórica divide-se em 3 partes: a povoação no interior das muralhas do castelo, o arrabalde de traçado medieval e a deve (mais afastada da povoação). O resultado é um enorme conjunto de edifícios, ruas e ruelas que merece ser explorado com atenção.
Destaque ainda para os vestígios de uma pequena mas antiga judiaria. Marialva, pela sua situação fronteiriça, desfrutava de alguns privilégios comerciais, o que contribuiu para a fixação de judeus na região. Não termine a sua visita sem provar a gastronomia local, com destaque para o cabrito e o coelho.
13.2. Monsaraz
A vila medieval de Monsaraz, a mais antiga do concelho de Reguengos de Monsaraz, tem indícios de povoamento pré-histórico, tendo sido nos seus primórdios um castro fortificado. Foi reconquistada aos mouros em 1157 por Geraldo Geraldes, conhecido como “O Sem Pavor”. Em 1167 foi doada aos templários e em 1319 à Ordem de Cristo. Durante séculos, Monsaraz foi um importante entreposto na defesa do Guadiana, vigiando a fronteira com Espanha.
Para além de poder visitar todo o seu património arquitetónico, social e histórico, recomendamos que desfrute da paisagem maravilhosa que rodeia a vila. Um dos melhores miradouros para isso é o alto do Castelo (e que merece a sua visita). Procure também visitar a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lagoa (séculos XIV e XVI), a Ermida de São Bento, a Torre de São Gens do Xarez ou a Ermida de Santa Catarina de Monsaraz.
Durante o Verão, de dois em dois anos, existem inúmeros eventos a apreciar durante o programa de actividades culturais “Monsaraz Museu Aberto”. Aqui, pode apreciar os hábitos e costumes do Alentejo através do artesanato, gastronomia e diversos eventos culturais.
13.3. Castelo Novo
A paisagem em tons de verde e cinza da Serra da Gardunha dá-nos as boas vindas a Castelo Novo, uma aldeia envolvida numa aura de misticismo. E não será por acaso: por aqui passaram mouros e templários que deixaram vestígios que ainda hoje podem ser apreciados.
A estrutura da aldeia, tipicamente medieval, é caracterizada por elementos arquitetónicos de estilo Manuelino e Barroco. Destaque para o Largo do Pelourinho (e o próprio Pelourinho), a casa da Câmara, a cadeia e o chafariz. O Largo da Bica também merece algum tempo para ser apreciado.
Perca tempo a caminhar pelas suas ruas e a observar cada detalhe. O som da água que brota das fontes de granito irá fazê-lo recuar no tempo enquanto caminha por estas ruas e aprecia o casario, as calçadas e as praças, tudo construído em pedra. No fim da sua visita, conforte o estômago com um delicioso arroz tostado, um queijo de cabra e um pastel de abóbora, tudo típico da aldeia.
13.4. Castelo Mendo
Aldeia histórica de características medievais, constituída por dois núcleos envoltos por muralhas, a Cidadela e a Barbacã. A cidadela, com um formato oval, corresponde ao antigo burgo velho, formado após o foral de D. Sancho II. O burgo novo ou Arrabalde de S. Pedro protegido por uma muralha mandada construir por D. Dinis, foi no passado protegida por oito torres, parcialmente destruídas durante o terramoto de 1755.
A povoação rodeada de muralhas com seis portas medievais é caracterizada pelas suas casas simples em pedra, originalmente de dois andares, sendo o rés-do-chã destinado a abrigar o gado, enquanto que o primeiro andar servia de habitação. As ruas extremamente estreitas e sinuosas, facilitavam a defesa da povoação que foi palco de lutas durante as guerras em que Portugal participou, especialmente contra Espanha.
Caminhe pelas suas ruas e aprecie o forno comunitário, a cisterna, as casas de pedra com elementos manuelinos, as fontes de água… Se lhe sobrar algum tempo depois da visita, dê um salto até Almeida, a sede do concelho.
13.5. Ucanha
Faz parte do concelho de Tarouca e é famosa pela sua ponte medieval. A pequena Ucanha (cujo nome original era Cucanha, que significava “pequena casa de pedra”) já teve muito mais importância regional do que tem agora. Hoje em dia, está classificada como Aldeia Vinhateira do Douro e atrai alguns visitantes graças à sua ponte a à praia fluvial.
Um pormenor curioso sobre esta ponte era que, na época medieval, ela era uma portagem. Ou seja, quem quisesse passar por ela ou transportar mercadorias teria que pagar uma determinada quantia. Explore a aldeia caminhando pelas suas ruas de pedra e apreciando cada detalhe das suas casas típicas.
Depois de explorar Ucanha, parta em direção a norte e visite Lamego e Peso da Régua. Começa a entrar na região do Douro vinhateiro e, por isso mesmo, não deixe de apreciar toda a incrível paisagem de vinhedos a perder de vista.
14. Aldeias mais bonitas de Portugal: Aldeias abandonadas
14.1. Val de Poldros
Val de Poldros é um daqueles segredos que foram descobertos nos últimos anos. A aldeia não está propriamente desabitada… tem apenas 1 habitante! E para falar a verdade… nem sequer é bem uma aldeia… é uma “branda”. Mas o que significa tudo isto?
Uma branda é o local onde os pastores guardavam o gado durante o Verão. Era aqui que encontravam pastagens melhores durante esta época. A aldeia está repleta, portanto, de abrigos para o gado.
Com o evoluir dos tempos e da agricultura, a grande maioria das brandas foi abandonada, tal como Val de Poldros. Resiste apenas 1 habitante e os muitos turistas que aqui acorrem para conhecer a região. E acredite: o passeio vale bem a pena.
14.2. Drave
Drave é, talvez, uma das mais especiais aldeias abandonadas de Portugal. Encaixada entre a Serra da Freita e a Serra de São Macário, esta aldeia deslumbra facilmente quem a visita. E não é por acaso.
É impossível chegar até aqui de carro e uma das melhores opções é seguir um trilho que parte de uma aldeia vizinha, o PR14 ARC. O caminho é exigente mas a chegada compensa: uma paisagem deslumbrante e uma pequena lagoa onde se pode refrescar.
Drave foi “redescoberta” pelos escuteiros, que fizeram dela uma das suas bases nacionais. Não se pode falar, portanto, de uma aldeia abandonada, tal é a quantidade de gente que recebe durante quase todas as alturas do ano.
14.3. Safira
Safira é um pequeno tesouro à espera de ser descoberto. Esta aldeia desabitada, localizada entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, chegou a ter quase 600 habitantes. Hoje tem apenas ruínas.
Os últimos habitantes partiram há quase 100 anos, em 1930. Mudaram-se, na sua maioria para as aldeias vizinhas. Numa época em que não abundavam estradas, Safira era uma aldeia bastante isolada do resto das povoações do concelho.
Dois edifícios sobressaem dos restantes: a velha igreja e o cemitério. Apesar de já quase só restarem as paredes, são eles que vão mantendo um pouco da memória de Safira. Este é um daqueles locais perfeitos para passar uma tarde em família ou com amigos. A melhor altura é a Primavera, quando o monte está verdejante e a pequena lagoa tem bastante água. Leve merenda para o piquenique e dedique-se a imaginar como seria a vida nesta aldeia há 200 anos.
Muito interessante esta viagem pela nossa terra!!