A vila de Alvito encontra-se no Baixo Alentejo, em plena planície, num local tranquilo e onde podemos encontrar as típicas casas brancas com faixas amarelas ou azuis. Alvito é um local rico em história, com a povoação a datar do início da monarquia portuguesa e, portanto, não é de admirar que aqui consiga encontrar diversos pontos de interesse, que nos revelam mais sobre a longa e rica história desta magnífica vila.
Casa de diversos barões portugueses, como João Fernandes da Silveira, o seu primeiro foral foi-lhe concedido por D. Dinis, em 1327, e, mais tarde, assegurado por D. Manuel I, em 1516. Apesar disso, existem ainda vestígios de uma herança árabe na região, que se encontram especialmente presentes no castelo, na ermida de São Sebastião e na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção.
Mas há muito para ver nesta localidade alentejana, com destaque para o edifício da Câmara Municipal (e para a sua torre de relógio tipicamente alentejana), para a igreja da Misericórdia e para a igreja da Senhora das Candeias, que hoje alberga o Museu de Arte Sacra.
Não podemos deixar de referir mais a fundo os monumentos mais emblemáticos de Alvito, pelo seu interesse histórico de relevo. O primeiro é o seu castelo, a partir do qual a vila se desenvolve. Foi construído em finais do século XV por ordem de D. Diogo Lobo da Silveira, barão de Alvito no reinado de D. João II.
O edifício foi construído para habitação e não com fins militares, sendo que a sua arquitetura reflete bem essa premissa. O castelo conseguiu manter-se bem conservado ao longo dos séculos, embora a ponte levadiça, que servia como entrada principal, tenha desaparecido.
O local esteve abandonado durante vários anos, devido às guerras liberais, mas a intervenção da Fundação da Casa de Bragança acabou por tornar o castelo numa unidade hoteleira, a muito procurada Pousada do Castelo de Alvito.
Outro grande destaque é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, construída em finais do século XIII, e que, entre 1480 e 1554, sofreu obras de ampliação, que acabaram por lhe dar a sua forma atual. Aqui poderá encontrar reunidos diversos estilos, como o gótico, barroco, manuelino, renascentista e maneirista.
O interior da igreja, em formato de uma cruz, conta com três naves com abóbadas com elementos góticos e renascentistas. Grande parte do interior do templo encontra-se coberto por azulejos do século XVII.
Edificada no início do século XVI e com a sua arquitetura a refletir o estilo gótico-mudéjar, a Ermida de São Sebastião ainda hoje cativa os visitantes, tendo sido construída numa das extremidades da região, de modo a proteger a vila.
Durante várias décadas, a ermida encontrou-se fechada ao público, até que uma habitante local se disponibilizou para tratar da sua manutenção. Assim, hoje, qualquer pessoa pode entrar e admirar os frescos medievais que ainda aqui se conservam.
A ermida de São Sebastião integra hoje a Rota do Fresco, que foi criada em 1998 e que agrega 15 municípios alentejanos: Alvito, Cuba, Vidigueira, Viana do Alentejo, Portel, Évora, Montemor-o-Novo, Borba, Vila Viçosa, Alandroal, Serpa, Moura, Castro Verde, Aljustrel e Beja.
A Rota do Fresco pretende pôr a descoberto as pinturas murais a fresco das igrejas, capelas e ermidas desta região, abrindo a porta a pinturas com mais de 500 anos de existência. A atividade pode durar entre um a quatro dias, e destina-se a grupos pequenos e médios, havendo a possibilidade de os participantes se aventurarem num Atelier de Pintura Mural a Fresco.
As rotas são acompanhadas por intérpretes do património, licenciados em história ou história da arte, e formados especialmente em pintura mural e cultura alentejana, dando-lhe uma oportunidade perfeita de conhecer melhor não só o Alvito, como a magnífica região envolvente.