De norte a sul de Portugal, em cada cidade, existe uma ou mais praças que são, grande parte das vezes, o maior símbolo da localidade e o local onde se reúne grande parte do comércio. As praças são também pontos históricos cuja visita é sempre obrigatória e onde se encontram alguns dos mais importantes monumentos de cada cidade.
são também comuns os cafés, as esplanadas e lojas de vários tipos, hoje em dia mais direcionadas para os turistas que visitam estes locais. Muitas destas praças albergam pelourinhos, o que significa que, no passado, eram o centro do poder judicial de cada cidade. Outras ainda eram palco de diversas festividades.
Hoje em dia costumam ser alguns dos locais mais bem conservados e bonitos do centro histórico de cada cidade onde se encontram. Por isso mesmo, vale a pena conhecer as mais famosas e as mais interessantes. Descubra algumas das praças mais bonitas de Portugal.
1. Largo da Oliveira (Guimarães)
Esse largo deve o seu nome a uma oliveira secular, plantada no local. A praça está rodeada de casas tipicamente nortenhas, sendo o ponto de partida ideal para percorrer as ruas da cidade a pé.
No próprio largo, existem motivos de interesse para ver. Assim, do lado nascente, encontra um curioso templete gótico, que foi arguido no reinado de Afonso IV, como forma de comemorar a Batalha do Salado, onde portugueses e castelhanos venceram as forças do reino mouro de Granada, em 1340.
Atrás, encontra a Igreja de Nossa Senhora de Oliveira, que foi o primeiro monumento gótico erguido no Minho, a mando de D. João I, como cumprimento de um voto pela vitória na Batalha de Aljubarrota, em 1385.
2. Praça da República (Viana do Castelo)
Um dos principais pontos turísticos de Viana do Castelo é a Praça da República, uma praça central à qual todos os caminhos vão dar. Esta praça é considerada a sala de visitas da cidade e é um espaço emblemático, local de lazer, de passeio e de comércio. Aqui pode contemplar três Monumentos Nacionais: o chafariz, os antigos Paços do Concelho e o edifício da misericórdia/igreja, todos construídos no século XVI.
3. Praça Rodrigues Lobo (Leiria)
Esta praça no coração de Leiria é atualmente a sala de visitas da cidade, um espaço de lazer e convívio graças às muitas esplanadas ali existentes. Outros atrativos do espaço são a calçada portuguesa, as diversas iniciativas culturais e de lazer que ali se realizam, e a vista para o Castelo de Leiria.
Na época medieval, era aqui a praça de São Martinho, onde se localizava a Igreja de São Martinho, já existente em 1211. Em frente a esta, situavam-se, no início do século XV, a Casa da Câmara, o pelourinho, a cadeia e o Paço dos Tabeliães.
4. Praça do Giraldo (Évora)
O nome da praça é uma homenagem a Geraldo Geraldes, o Sem Pavor, conquistador de Évora aos mouros em 1167. Em agradecimento a este feito, D. Afonso Henriques acabou por nomeá-lo alcaide da cidade e fronteiro-mor do Alentejo.
Após a cidade de Évora estar na posse da coroa portuguesa, o património desta praça, constituído por esculturas e um arco do triunfo, foram mandados destruir, edificando-se no seu local a fonte que é agora um dos centros de atenções dos turistas.
5. Praça da Ribeira (Porto)
Situada na margem do Douro, é uma das mais antigas praças da cidade, e local de visita indispensável. Tem origem medieval e contou sempre com bastante movimento, graças à variedade de atividades económicas e à presença de um porto a poucos quilómetros, tornando-se assim um ponto importante de entrada e saída de pessoas e mercadorias na cidade.
Se quer conhecer o Centro Histórico do Porto, a Praça da Ribeira é um sítio de visita obrigatória, com os seus prédios pitorescos e uma fantástica proximidade e vista para o Douro e Vila Nova de Gaia, bem como para as pontes sobre o rio.
6. Adro da Sé (Viseu)
O Adro da Sé é uma das mais belas praças portuguesas e um local onde encontra muito património histórico e arquitetónico a visitar. Para além da magnífica Catedral de Viseu, um monumento com séculos de história, encontra também aqui o Museu Grão Vasco, a Igreja da Misericórdia, e o Passeio dos Cónegos. Ao centro, encontra-se o Cruzeiro em granito, com as armas episcopais a recordarem a razão de ser da antiga praça.
7. Praça da República (Tomar)
Este é um dos principais espaços públicos de Tomar, onde estão localizadas a Câmara Municipal e a Igreja de São João Batista, ambas uma oferta de D. Manuel I à cidade. A estátua ao centro representa D. Gualdim Pais, o quarto grão-mestre dos Templários em Portugal e fundador da cidade de Tomar, a quem se deve a construção da Igreja de Santa Maria do Olival, do Castelo e do Convento de Cristo.
8. Praça do Comércio (Coimbra)
É uma das praças mais bonitas de Coimbra, e encontram-se aqui as igrejas de São Tiago e de São Bartolomeu, o pelourinho e alguns edifícios, seiscentistas e setecentistas. Encontram-se também aqui diversos estabelecimentos comerciais e esplanadas, e realizam-se ainda diversas feiras neste espaço. Os nomes das artérias que partem desta praça são derivados dos ofícios que aí se praticavam, sendo que depois os produtos finais eram comercializados na praça.
9. Praça General Humberto Delgado (Aveiro)
Foi construída sob a forma de rotunda sobre um dos canais de Aveiro, num sítio onde antes se situavam duas pontes. Assim, é também conhecida como Ponte Praça, ou simplesmente como Pontes. Tem uma posição central em relação à cidade e encontra-se muito próxima do centro histórico, o que a torna um dos locais mais nobres de Aveiro, e um espaço onde são celebrados diversos eventos, como a passagem de ano e a conclusão de competições desportivas.
10. Largo do Toural (Guimarães)
É considerado o coração da cidade, mas nem sempre teve este aspeto. O Largo do Toural tem sido alvo de várias intervenções ao longo dos anos, sendo que as referências mais antigas remontam ao século XVII, numa altura em que era local de venda de bois junto à principal porta da vila, do lado de fora das muralhas.
Ao longo do tempo, já foi jardim público, já contou com uma imponente estátua de D. Afonso Henriques, que foi mais tarde substituída por uma fonte e, na reabilitação feita em 2011, viu regressar ao seu extremo sul o chafariz renascentista com três taças, que ele tinha sido colocado em 1583, mas que tinha sido, entretanto, transferido para o Largo Martins Sarmento no século XIX.
11. Praça da República (Braga)
Esta praça é um local muito agradável, repleto de cafés e restaurantes, e é um ponto de partida ou de chegada das excursões que são feitas pela cidade. Durante a noite, a praça tem a particularidade de ter uma iluminação colorida, enchendo-se de pessoas de todas as idades, que se juntam para desfrutar um pouco de ar fresco. Por trás da zona dos cafés, encontra a Torre de Menagem, de arquitetura quadrada, e que é um dos únicos vestígios que sobram de um antigo castelo medieval.
12. Largo da Sé (Bragança)
Deve o seu nome ao facto de ali se encontrar uma das principais igrejas de Bragança, mas encontra também aqui edifícios de igual importância: o Solar dos Calaínhos, uma casa setecentista que pertenceu ao General João Sarmento Pimentel; e o Redondo, hoje Clube de Bragança, um imóvel que se destaca pela sua forma.
No centro da praça, assume a posição de destaque um cruzeiro de cariz barroco, que ali foi colocado em 1689. Pensa-se que, com o aumento da população e da importância económica da cidade no século XVIII, esta praça estaria no centro das artérias mais movimentadas, tendo-se tornado aos poucos o coração da cidade.
13. Praça de Gonçalo Velho Cabral (Ponta Delgada)
A praça encontra-se virada para o mar, na zona central para quem percorre a Avenida Infante D. Henrique. Encontra-se aqui uma estátua de Gonçalo Velho Cabral, que dá o nome à praça, bem como as Portas da Cidade de Ponta Delgada. A estátua é uma homenagem ao primeiro capitão donatário das ilhas de Santa Maria e São Miguel, responsável pelo povoamento das mesmas no século XV.
14. Praça da Liberdade (Porto)
Está localizada no centro da cidade, bem perto da Torre dos Clérigos e da Estação de São Bento, e tem no seu centro a estátua equestre do rei D. Pedro IV, monumento de 10 metros de altura, feita em bronze em 1862, que representa o monarca mostrar a Carta Constitucional ao povo.
Desta praça sai a Avenida dos Aliados, que conta com diversos edifícios modernistas do início do século XX, como a Prefeitura e alguns bancos. Encontra também aqui alguns restaurantes, entre os quais um McDonald’s que mantém a sua peculiar decoração modernista.
15. Largo de Camões (Chaves)
Nesta ampla e simpática praça, consegue observar o edifício da Igreja Matriz, a estátua de Dom Afonso (Conde de Barcelos), a Câmara Municipal e o edifício do Museu. A escassos metros, encontra também o castelo de Chaves.
Em tempos medievais, a praça chamava-se Toural, seja porque naquele espaço se faziam feiras desse gado, seja porque ali se faziam corridas de touros, como era costume naquelas épocas. Já nesses tempos era o largo maior da terra, estendendo-se ao longo das muralhas da Torre do Castelo e cercado, a poente, e a norte pelo casario.
16. Praça da República (Elvas)
As obras de abertura da praça foram iniciadas em 1511, no contexto de grandes melhoramentos na altura em que a povoação foi elevada à categoria de cidade, apesar de os planos de criar uma nova praça em Elvas serem já antigos, datados de 1477. A partir de 1517, foi erguido na praça a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, com desenho de Francisco de Arruda, no estilo manuelino.
Esta praça é hoje bastante procurada pelas suas esplanadas, ocorrendo aqui também nos meses de verão o Festival Medieval de Elvas, a Feira Ibérica do Livro, o Festival Noites de Verão e o Festival Internacional de Folclore, entre muitos outros eventos.
17. Praça do Comércio (Lisboa)
Esta é a praça mais importante de Lisboa, tendo durante décadas sido a porta de entrada da cidade para o comércio marítimo. A praça foi construída no local onde estava antes o Palácio Real, antes de este ser destruído pelo grande terremoto de 1755.
Esta praça tem um conjunto de edifícios instalada em três dos seus lados, e encontra-se aberta do lado sul, o que permite uma vista desafogada para o Tejo. Era aqui que chegavam os barcos mercantes em tempos antigos. Perto da praça, na margem do rio, encontra a estação fluvial do Cais do Sodré, de onde saem excursões pelo Tejo e os barcos que cruzam o rio.
18. Praça D. Pedro IV (Lisboa)
Apesar de ser oficialmente chamada Praça D. Pedro IV, é mais conhecida como Praça do Rossio, sendo um autêntico centro nevrálgico de Lisboa, localizado na Baixa, no extremo norte da Rua Augusta e bem perto da Praça dos Restauradores.
Nos seus arredores, abundam diversos bares e restaurantes, sendo um ponto de encontro de lisboetas e visitantes, e uma das regiões mais animadas da cidade. Dos lados da Praça e nos seus arredores, encontrará bares, lojas e alguns dos restaurantes mais famosos da nossa capital.
19. Largo do Chiado (Lisboa)
Encontra-se nas freguesias de Santa Maria Maior e Misericórdia e, no seu extremo poente, erguem-se as torres das antigas Portas de Santa Catarina, da cerca fernandina de Lisboa, que foram construídas entre 1373 e 1375, e demolidas no início do século XVIII. O local que foi uma das torres da muralha é hoje ocupado pelas igrejas do Loreto e da Encarnação.
Por sua vez, no extremo nascente do largo, encontra-se, desde 1929, uma estátua do poeta António Ribeiro, conhecido como “o Chiado” por frequentar bastante a zona. No mesmo local, existiu desde 1771 a 1853 o Chafariz do Loreto, que era abastecido pela Aqueduto das Águas Livres através da Galeria do Loreto. A estátua de Neptuno, que encimava esse chafariz, está hoje no centro da fonte do Largo de Dona Estefânia.
20. Praça 8 de Maio (Coimbra)
A praça finaliza a ligação com a rua Ferreira Borges e deve o seu nome ao dia em que, em 1834, entraram na cidade as tropas liberais do Duque da Terceira. Aqui encontra edifícios dos séculos XVI, XVII e outros, bem como alguns ex-libris da cidade, como a Igreja de Santa Cruz, considerada um dos Panteões Nacionais, e que acolhe os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal. Para fechar a praça, encontra o edifício dos Paços do Concelho.