A Europa encontra-se repleta de pequenas e encantadoras cidades medievais, um pouco por todos os países, que se encontram paradas no tempo por estarem tão bem conservadas, e que nos fazem viajar quando passeamos pelas suas ruas, ou quando olhamos para os seus castelos e igrejas. E em Portugal também existem vilas medievais de cortar a respiração.
O estilo varia consoante os países: em Portugal, podemos encontrar vilas medievais caiadas de branco, na Rússia, podemos encontrar influências da Igreja Ortodoxa, enquanto que na Alemanha e Suíça domina a paisagem dos Alpes. Embora a sua arquitetura seja muito diferente, todas estas aldeias, vilas ou cidades medievais se encontram entre as mais bonitas, típicas e mais bem conservadas da Europa.
NOTA: talvez tenha reparado que usámos os termos aldeia, vila ou cidade no texto de introdução. Não é por acaso. Embora o título diga “vilas medievais mais bonitas da Europa”, o facto de se encontrarem em países diferentes, com regras diferentes na forma de organizar povoações, faz com que desta lista façam parte locais que tanto podem ser aldeias, como vilas ou até cidades. Desfrute! E a propósito, se tiver curiosidade… aqui pode também encontrar os países mais bonitos da Europa.
1. Bruges (Bélgica)
Foi fundada no século IX, e era um porto interior ligado ao mar por rios e canais. Graças ao lucrativo comércio têxtil e de lã, desenvolveu-se na Idade Média e tornou-se uma das cidades mais belas e ricas do norte da Europa. O seu apogeu ocorreu nos séculos XIV e XV, altura em que as suas ruas se apinhavam de comerciantes e banqueiros vindos de todo o continente.
A cidade de Bruges foi depois redescoberta pelos românticos do século XIX, que enalteceram a sua atmosfera de abandono e começaram a sua restauração. A cidade recebeu o nome da palavra Brug, que em flamengo quer dizer ponte. E, tudo bem contado, a cidade possui 56 pontes, para além de 7 portas, 8 praças públicas e 200 ruas.
2. Sveti Stefan (Montenegro)
Torna-se quase impossível falar de Montenegro sem mencionar a ilha de Sveti Stefan. Esta ilha encontra-se toda murada e data do século XV, estando ligada ao continente por um estreito istmo, localizado a cerca de 6 km a sudeste de Budva. Esta antiga aldeia de pescadores foi construída para servir como uma Fortaleza e defender a nação contra os turcos, e foi mais tarde adquirida pelo governo jugoslavo, tendo-se tornado num resort de luxo durante o regime de Tito.
Com o desmembramento da Jugoslávia, entrou em declínio, mas em 2009, o grupo Aman Resorts reinaugurou este magnífico hotel e tratou de preservar as casas medievais e manter a sua estrutura externa intacta, com instalações interiores modernas.
3. Carcassonne (França)
A sua construção primitiva remonta aos povos celtas, galo-romanos e visigodos, como é visível nas fundações das suas casas e nas muralhas, que relatam estas sucessivas ondas migratórias. Durante a Idade Média, foi defendida por um imponente conjunto de fortificações (52), tendo ficado circundada por uma dupla linha de muralhas que ainda hoje pode ser vista, num ápice de engenharia militar do século XIII.
A entrada principal, chamada de Porta Narbonnaise, é guardada por uma ponte levadiça. Em Carcassone, podemos na verdade observar duas cidades: a cidadela, que permaneceu intacta e protegida dentro das muralhas, e a Bastide Saint-Louis, ou cidade baixa, que cresceu ao redor do centro medieval.
4. Sergiev Posad (Rússia)
Encontra-se a 75 km de Moscovo e, embora seja um centro industrial com uma população de mais de 100 mil habitantes, é famoso pela Trindade Lavra de São Sergii, o equivalente ortodoxo russo ao Vaticano, que tem um complexo de edifícios medievais que rivaliza com o Kremlin.
O mosteiro de madeira construído por São Sergii e pelos seus seguidores foi destruído pelos tártaros pouco depois da sua morte, mas o seu túmulo sobreviveu e, em 1422, o ano da sua canonização, começaram os trabalhos na construção da catedral da Trindade. De referir que este é um dos 4 pontos mais importantes da Igreja Ortodoxa Russa.
5. Bled (Eslovénia)
Encontra-se num lago com água verde esmeralda, cheia de árvores ao redor e tem um castelo de mais de mil anos no topo de uma colina, para guardar esta povoação e que, de acordo com fontes escritas históricas, é o mais antigo castelo Eslovénia, tendo sido mencionado pela primeira vez em 1011.
Segundo antigos escritos, o primeiro aldeamento humano existia já aqui em 1004. Em Bled, encontra uma igreja com uma torre monumental, uma capela construída no século XVI e uma ponte levadiça sobre um fosso, entre outras atrações.
6. Trakai (Lituânia)
Está situada a oeste de Vilnius, entre colinas, florestas e lagos, e é famosa pela sua paisagem pitoresca e pelo lendário castelo de Trakai. Foi o berço do estado lituana e um importante centro político e militar, casa dos duques da Lituânia e antiga capital deste país.
Hoje, a cidade atrai os visitantes pela sua calma, sendo possível realizar passeios pela cidade ou de iate num dos numerosos lagos. Trakai é também conhecida pelos Karaimes, um povo que fala a língua turca e que aqui vive desde o século XIV, e preserva as suas tradições ancestrais.
7. Kotor (Montenegro)
Foi habitada desde a Roma antiga e fazia parte da província da Dalmácia. Entre 1420 e 1797, com o nome de Cátaro, fazia parte da República de Veneza. A sua estrutura urbana é típica das cidades da costa oriental do Adriático, e a sua cintura de muralhas permanece bem conservada, tendo sido incluída na lista do Património da Humanidade da UNESCO.
A cidade antiga foi construída entre os séculos XII e XIV e encontra-se repleta de arquitetura medieval e monumentos históricos. A sua muralha, de mais de 4 km, termina na Fortaleza de Santo Ivan.
8. Óbidos (Portugal)
Encontra-se perto da capital e num ponto alto próximo da costa atlântica, e por isso teve uma grande importância estratégica no território. Era já ocupada antes de os romanos chegarem à Península Ibérica, e tornou-se mais próspera a partir do momento em que o rei D. Dinis a ofereceu à Rainha Santa Isabel, no séc. XIII.
A partir daí, passou a pertencer à Casa das Rainhas, que ao longo de diversas dinastias foram beneficiando e enriquecendo a vila. Dentro das muralhas encontra o castelo bem conservado e um labirinto de ruas e casas brancas.
9. Dubrovnik (Croácia)
Dubrovnik é uma cidade cada vez mais visitada, pela sua grande beleza, já que parece saída de um autêntico postal. Todas as manhãs, na Praça Gundulic, se estendem as bancas de frutas, legumes, óleos, queijos e licores caseiros, que deliciam visitantes e locais.
Não pode deixar de conhecer a fonte Onófrio, construção majestosa do século XV, bem como o acervo do Mosteiro Dominicano, que é conhecido pelas pinturas renascentistas e pelos manuscritos que alberga.
10. Pacentro (Itália)
É uma cidade pequena, com 1279 habitantes, que se situa na província de L’Aquila, em Abruzzo, a cerca de 170 km de Roma. Está situada num planalto composto de duas pequenas colinas, com 650 metros acima do nível do mar, nos pés da cordilheira dos Apeninos.
No alto de uma colina, situa-se o castelo, numa das extremidades da cidade, e na outra colina fica a antiga igreja de San Marco. A cidade faz parte do Parque Nacional Majella e é conhecida pelas suas nascentes de água, bem como pelos inúmeros palácios das famílias nobres locais.
11. Puebla de Sanabria (Espanha)
Encontra-se na província de Zamora, na comunidade autónoma de Castela e Leão, e pertence à rede das aldeias mais bonitas de Espanha. A sua ligação mais direta ao nosso país faz-se pela estrada que vai até à fronteira do Portelo, junto à Serra de Montesinho, a norte de Bragança. Graças à sua riqueza paisagística a nível de flora e fauna, a zona encontra-se classificada como Parque Natural.
Uma das joias deste parque é o lago de Sanabria, inserido no vale do Rio Tera, que conhece várias barragens ao longo do seu percurso e que nasce na Serra de Peña Trevinca, que atinge os 2124 metros de altitude.
12. Pienza (Itália)
Encontra-se no topo da colina e tem um magnífico panorama sobre os verdes campos do Val d’Orcia. É considerada Património Cultural pela UNESCO e pelas suas ruas muitos artistas tentam reproduzir os belos recantos desta cidade. Originalmente chamava-se Corsignano, mas mudou o seu nome para Pienza depois de Aeneas Silvius Piccolomini ter sido eleito Papa Pio II em 1458.
Este pontífice tinha nascido nesta cidade e sonhava transformá-la numa cidade modelo, e por isso mandou reconstruir a catedral, a sede do município e a residência papal, com todo o centro da cidade a ser completamente redesenhado por este Papa. Apesar disso, muitos dos seus projetos jamais foram realizados.
13. Monsaraz (Portugal)
Regista indícios de povoamento nos tempos pré-históricos, tendo sido nos seus primórdios um castro fortificado. Foi conquistada em 1157 aos mouros por Geraldo Sem Pavor, doada aos Templários em 1167, e doada à Ordem de Cristo em 1319. Durante séculos, o seu castelo teve um importante papel de sentinela do Guadiana.
Além de todo o património histórico e arquitetónico, do alto do castelo poderá observar a paisagem alentejana em todo o seu esplendor. Monsaraz é o palco de diversos eventos, inseridos no “Monsaraz Museu Aberto”, um programa de atividades que se realiza de dois em dois anos durante o verão, e que mostra os hábitos e costumes alentejanos.
14. Montepulciano (Itália)
Está localizada no sul de Siena e é uma excelente base se pretende explorar uma das regiões mais famosas da Toscana, o Val d’Orcia, conhecido pelas suas paisagens rurais, colinas verdejantes, e cidades e vilas no topo de montanhas, que inclusivamente é considerada Património Mundial pela UNESCO.
Montepulciano fica localizada no alto de uma colina e é uma cidade medieval caracterizada pelos seus edifícios em pedra da época do renascimento, e pelos famosos Vinho Nobile de Montepulciano e o Vinho Rosso de Montepulciano.
15. Mont Saint Michel (França)
Diz-se que o bispo Aubert, da cidade de Avranches, fundou em 708 um santuário no Mont-Tomb, o antigo nome do Mont Saint-Michel, depois de três aparições do Arcanjo São Miguel. O santuário foi consagrado em 709 e nunca deixou de atrair visitantes e peregrinos do mundo inteiro.
A arquitetura do Mont Saint-Michel e a sua baía fazem dele o lugar turístico mais frequentado da Normandia e o segundo mais popular da França, depois de Paris. A abadia tem a particularidade de ter sido erguida sobre uma ilha rochosa, com o monte a ser cercado por uma magnífica baía, palco de uma das maiores marés da Europa.
16. Gordes (França)
É uma das vilas mais famosas da região de Luberon, e uma das 152 mais belas vilas da França. Aqui decorrem as tradicionais feiras da Provence, às terças pela manhã. Depois de visitar o mercado, caminhe pelas ruelas estreitas da vila, ricas em história.
Siga depois de carro para a Abbaye Notre-Dame de Sénanque, um dos locais mais conhecidos das plantações de lavanda da Provence, que se enche de cor na primavera e no verão.
17. Monteriggioni (Itália)
Encontra-se a alguns quilómetros a norte de Siena, no coração da Toscana, e é uma pequena cidade que pode ser percorrida a pé do portão de entrada até ao de saída em cinco minutos.
Esta pitoresca vila de casas modestas é coroada pelo seu castelo. Hoje moram aqui cerca de 50 pessoas, que vivem das pequenas lojas e restaurantes que conservaram a antiga traça medieval.
18. Rochefort-en-Terre (França)
Encontra-se no sul da Bretanha, a 80 km de Rennes e a 400 km de Paris. A cidade é pequena e pode ser conhecida em algumas horas, tendo crescido em torno de um castelo construído no século XII, e que depois de ter passado por algumas batalhas, foi quase todo destruído.
No parque do Château de Rochefort-en-Terre, que foi aberto ao público em 2013, encontra-se um novo castelo, erguido na década de 1920, um belo jardim e o Museu Naia. Apesar da história da cidade ter começado na Idade Média, muitas das suas construções são dos séculos XVI e XVII.
19. Annecy (França)
É chamada por alguns de Veneza dos Alpes, e encontra-se cercada pelos montes Veyrier, Semnoz, Parmelan e Tournette, este último com a neve eterna exposta no seu pico de 2351 metros. Encontra-se implantada num cenário encantador, onde Suíça, Itália e França se encontram. Existem vestígios de uma povoação aqui situada no Neolítico há 3 mil anos antes de Cristo.
20. San Gimignano (Itália)
Encontra-se sobre um monte de 334 metros de altura e tem uma vista imbatível para o Vale d’ Elsa. O conjunto arquitetónico medieval foi restaurado a partir do século XIX e entre os edifícios destaca-se o Duomo, uma igreja românica do século XII, que alberga um belo acervo de obras de arte.
À esquerda do Duomo, encontra-se o Palazzo Podesta, sede do município e do Museo Civico, rico em obras de arte compiladas a partir do século XIV. À sua direita encontra a maior das torres remanescentes da cidade, que chegou a ter em tempos mais de 70.
21. Rothenburg ob der Tauber (Alemanha)
É uma cidade pequena, mas tem uma grande quantidade de lugares históricos, museus, igrejas, mosteiros e monumentos. A nostalgia encontra-se aqui presente durante uma visita à Weihnachtsdorf Käthe Wohlfahrt, a maior loja de artigos natalícios da Europa, que se encontra aberta durante o ano inteiro, e onde encontra tudo o que precisa para celebrar o Natal de forma perfeita, incluindo os típicos Räuchermännchen, bonequinhos usados para queimar incenso.
22. Marvão (Portugal)
Entre Castelo de Vide e Portalegre, a poucos quilómetros de Espanha, situa-se a tranquila vila de Marvão, no ponto mais alto da Serra de São Mamede. Foi em tempos conhecido como Monte Ammaia e o seu atual topónimo deve-se ao facto de ter servido de refúgio a Ibn Marwan, guerreiro mouro do século IX.
O domínio árabe de Marvão terminou quando a campanha militar de 1160/66 da Reconquista Cristã aqui teve mais uma vitória. Marvão encontra-se marcado por encostas íngremes a norte, sul e oeste, com o acesso a pé a poder ser feito apenas pelo lado este.
23. Hallstatt (Áustria)
É uma pequena cidade localizada na Áustria, cercada pelo lago Hallstätter See e por montanhas, e parece saída de um conto de fadas. A cidade desenvolveu-se sobretudo graças à indústria do sal, e tem inúmeras minas nas montanhas que a circundam. Em 1997, Hallstatt e toda a região circundante, denominada Salzkammergut, entraram para a lista de Património Mundial da UNESCO.
24. Cochem (Alemanha)
Esta pequena cidade situa-se no chamado Moseltal, que vai de Trier, na fronteira com o Luxemburgo, até Koblenz. Dista cerca de 60 km de Koblenz e localiza-se na confluência dos rios Reno e Mosela. O seu castelo foi destruído no final dos anos 1600, e foi reconstruído no século XIX.
Tem uma belíssima paisagem, que reúne o rio, a cidade medieval e a colina sobre a qual foi edificado o castelo, com pés de videira nas encostas a cercar completamente o cenário. Apesar de pequena, a cidade tem infraestruturas razoáveis, com pequenos hotéis e bons cafés e restaurantes.
25. Stein am Rhein (Suiça)
Esta pequena cidade encontra-se no ponto onde o lago Constança se torna novamente o rio Reno, e é famosa pelo seu centro histórico bem preservado, com as fachadas pintadas e as casas em estilo enxaimel, tendo recebido o primeiro Prémio Wakker. Entre os seus pontos turísticos, encontra-se o mosteiro de São Jorge, um dos mosteiros medievais mais bem preservados, o Museu Lindwurm, que retrata a vida burguesa e agrícola do século XIX, e o castelo Hohenklingen, construído no alto da cidade em 1225.