Portugal dispõe de uma multiplicidade de cidades com características muito diversas. Ainda assim, há locais que enfrentam problemas consideráveis ao nível da segurança, do emprego, das infra-estruturas ou mesmo do lazer, tornando-se menos apelativos para quem procura um ambiente estável e confortável.
A lista abaixo destaca aquelas que surgem frequentemente como as piores para se viver, tendo por base critérios como a qualidade de vida, a criminalidade, a empregabilidade e as condições urbanas.
Convém salientar que estes aspectos não anulam a existência de qualidades particulares em cada localidade, mas evidenciam dificuldades que podem afetar o dia-a-dia de muitos habitantes.
1. Amadora
A Amadora faz parte da Área Metropolitana de Lisboa e apresenta uma elevada densidade populacional. A proximidade da capital e os transportes disponíveis são vantagens reconhecidas, mas persistem críticas relativamente à manutenção dos espaços públicos.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a criminalidade e o desemprego registados nalguns bairros estão acima da média de outras zonas vizinhas, o que conduz a uma qualidade de vida mais limitada.
Apesar de se encontrarem locais de interesse cultural, como o Parque da BD, subsistem desafios no que toca ao planeamento e à conservação urbana.
2. Seixal
Situado no distrito de Setúbal, o Seixal beneficia de uma ligação razoável a Lisboa, através de transportes fluviais e rodoviários. No entanto, surgem relatos de insegurança e de um ritmo lento na recuperação urbanística de determinadas zonas.
Há habitantes que lamentam a reduzida oferta de espaços de lazer de fácil acesso e uma certa precariedade no mercado de trabalho local. Ainda assim, a Baía do Seixal acolhe alguns eventos culturais ao longo do ano, que tentam dinamizar a região e atrair visitantes.
3. Setúbal
Setúbal é reconhecida pela sua beleza natural, onde se destacam as praias e a Serra da Arrábida. No entanto, uma parte da população alerta para problemas de segurança e para a falta de oportunidades de emprego em vários sectores, o que se reflete nos índices de desemprego.
Embora a cidade tenha vindo a melhorar gradualmente, graças a projetos de requalificação e ao aumento do turismo, subsistem queixas relacionadas com certas zonas mais problemáticas.
O potencial turístico ligado ao estuário do Sado e ao peixe fresco no mercado local é inegável, mas requer um investimento mais abrangente para gerar benefícios duradouros.
4. Barreiro
O Barreiro, também na Península de Setúbal, está próximo de Lisboa, mas enfrenta problemas de infra-estruturas e de modernização. Muitas zonas antigas necessitam de obras de reabilitação, e há quem considere que a transformação urbana avança a um ritmo demasiado lento.
A insegurança em alguns bairros e as limitações na oferta de emprego são frequentemente apontadas. Ainda assim, quem aprecia história industrial pode valorizar o património ligado aos antigos estaleiros e à ferrovia, que faz parte da memória local.
5. Amora
A Amora, no concelho do Seixal, tem a vantagem da proximidade a Lisboa, no entanto, padece de algumas das mesmas dificuldades encontradas noutras zonas da Margem Sul.
Relatos de insegurança, carência de serviços públicos e escassas oportunidades laborais contribuem para que muitos optem por se mudar ou trabalhar noutros locais.
Em contrapartida, a facilidade de acesso a praias nas redondezas, bem como as ligações rodoviárias, constitui um ponto de interesse para certos residentes.
6. Almada
Almada, localizada no distrito de Setúbal, usufrui de uma ligação directa com Lisboa pela Ponte 25 de Abril e de uma rede considerável de transportes públicos, incluindo metro de superfície.
Apesar de ser bastante conhecida pela vista para o rio Tejo e pelo monumento do Cristo Rei, existem problemas evidentes em algumas zonas habitacionais, nomeadamente no que respeita à segurança e ao desemprego.
Apesar disso, possui uma vida cultural dinâmica, reforçada pela ligação fluvial a Cacilhas e pela proximidade a diversos espaços de lazer.
7. Loures
Na periferia norte de Lisboa, Loures conta com importantes vias rodoviárias e vários centros comerciais. Apesar de atrair mão-de-obra para a indústria e serviços, sofre de falhas na modernização de certos núcleos urbanos e de problemas pontuais de segurança.
O concelho tem património histórico, como o Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, mas são necessários mais investimentos para melhorar a qualidade de vida em zonas menos favorecidas.
8. Odivelas
Odivelas, também integrada na Área Metropolitana de Lisboa, é procurada por quem quer viver perto da capital. No entanto, a mobilidade interna e a disponibilidade de equipamentos públicos ainda geram críticas, sobretudo em períodos de maior afluência de pessoas.
Há relatos de assaltos em zonas comerciais, o que causa receio entre muitos habitantes, apesar dos esforços das autoridades para reforçar a vigilância. Alguns serviços de saúde e de educação continuam a revelar lacunas, exigindo soluções mais eficazes.
Seria interessante fazer um histórico das cores do poder autárquico nestes municípios desde 1974 até ao presente, para verificar se a teoria corresponde à prática.