O sobreiro Assobiador é uma árvore centenária que vive em Águas de Moura, em Palmela, e que é considerada a maior e mais produtiva do mundo. Foi plantado em 1783 e tem mais de 14 metros de altura e 4,15 metros de perímetro do tronco. Já foi descortiçado mais de vinte vezes e produziu mais de cem mil rolhas.
O seu nome deve-se ao som das aves que pousam na sua copa. Em 2018, foi eleito a árvore do ano na Europa, num concurso que valoriza a importância das árvores antigas na herança cultural e natural.
O sobreiro Assobiador é um exemplo da riqueza e da diversidade do montado, um ecossistema particular, criado pelo homem, que se caracteriza por florestas de árvores de folha perene, como o sobreiro, a azinheira, o carvalho ou o castanheiro, que são exploradas para a produção de cortiça, bolota, madeira ou frutos secos.
O montado é típico do Alentejo e de outras regiões do Mediterrâneo ocidental. O montado tem uma grande importância ecológica, económica e cultural, pois alberga uma elevada biodiversidade, protege o solo e a água, contribui para a mitigação das alterações climáticas, sustenta várias atividades agroflorestais e pastoris e molda a paisagem e a identidade das comunidades locais.
O sobreiro é uma árvore de folha persistente, de crescimento lento e grande longevidade, que pode viver mais de dois séculos e elevar-se aos 25 metros. Muito comum em Portugal, é facilmente reconhecida pela sua casca grossa de superfície gretada e rugosa, a cortiça, e pelo seu fruto, a bolota.
A cortiça é um produto natural, renovável, reciclável e versátil, com aplicações em vários sectores como o vinho, a construção, a moda e a aeronáutica. Trata-se de um dos principais produtos de exportação de Portugal, que detém cerca de 50% da produção mundial. A bolota tem longa tradição na alimentação animal, mas também tem potencial para a alimentação humana.
O sobreiro é uma das espécies do género Quercus que faz parte da floresta nativa portuguesa denominada por Fagosilva. Esta floresta começou a reduzir-se com a atividade humana desde os tempos romanos. Por isso, o sobreiro é uma espécie protegida por lei desde o século XVI. Em 2011, foi instituído como árvore nacional de Portugal. O sobreiro também integra os habitats da Rede Natura 2000.
O sobreiro Assobiador é uma árvore que merece ser conhecida e admirada por todos os portugueses e por todos os amantes da natureza. É um símbolo da nossa cultura e da nossa floresta. Mas não é o único. Há muitos outros sobreiros que também têm histórias para contar e que contribuem para a riqueza e a diversidade do nosso património natural.
E há também outras espécies de árvores que se destacam pela sua antiguidade, beleza e importância. São exemplos de árvores notáveis em Portugal:
Carvalho Negral de Rio de Onor: aste centenário carvalho negral tem 23 metros de altura, diâmetro de copa de 20 metros e 6,05 metros de diâmetro na base, tendo sido classificado como “árvore de interesse público” em 2012. Localiza-se em Rio de Onor e não se sabe ao certo a sua idade, mas pensa-se que tenha cerca de 500 anos.
Azinheira Secular do Monte Barbeiro: encontra-se a uns 7 km de Alcaria Ruiva e permanece na ponta de um montado há já cerca de 150 anos. Foi vencedora do concurso Árvore Portuguesa de 2019 e representou Portugal no concurso Árvore Europeia do Ano, tendo ficado em terceiro lugar. Tem uma copa de 23,28 metros de diâmetro e ocupa uma área de cerca de 487 metros quadrados, ajudando os visitantes a tornar mais suportável o calor abrasador do Baixo Alentejo.
Carvalho de Vales: esta árvore majestosa encontra-se em Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, e é uma das mais grossas do nosso país, tendo 14 metros de perímetro de tronco. Tem 21 metros de altura e pensa-se que o castanheiro tenha mais de mil anos e que foi cultivado pelos romanos, no tempo em que eles aqui exploravam as minas de ouro.
Oliveira de Mouchão: encontra-se no lugar de Cascalhos, freguesia de Mouriscas, tem 3350 anos (segundo uma determinação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), e é por isso a mais antiga de Portugal e uma das mais antigas do mundo. Apesar da sua idade, continua a produzir azeitonas.
Carvalho de Calvos: este carvalho-alvarinho tem 23 metros de altura, 40 metros de diâmetro médio de copa 7,4 metros de diâmetro médio do tronco e um perímetro à altura do peito de 10 metros. A idade do Carvalho de Calvos encontra-se calculada em mais de 500 anos. Está estimado que seja o carvalho mais antigo da Península Ibérica, e o segundo mais antigo da Europa.