O turismo de aventura em locais que nos despertam emoções fortes está cada vez mais na moda, e tem ganho muitos adeptos em Portugal e no estrangeiro. Visitar estes locais pode exigir uma dose extra de coragem, e é algo sempre recompensado quando ganhamos uma melhor noção sobre as histórias e lendas associadas a estes sítios.
Em Portugal, podemos encontrar locais abandonados com fama de assombrados, capelas revestidas por milhares de ossos humanos, e ver os becos e pátios por onde andou o último carrasco do nosso país.
Assim, se está interessado em fazer uma visita diferente, deixamos-lhe 14 das atrações turísticas mais macabras de Portugal. Se tiver coragem para as visitar, claro.
1. Palacete de Marques Gomes (Vila Nova de Gaia)
Diz quem já inspecionou o interior desta propriedade abandonada que aqui se prova que as almas de outro mundo existem. Esta mansão, situada aos pés do rio Douro, na margem de Vila Nova de Gaia, esconde segredos arrepiantes. O caso mais famoso aconteceu quando uma equipa de investigação paranormal captou uma voz, metálica e brusca, que lhes dizia “Saiam já daqui, vão-se embora!”.
2. Capela dos Ossos de Faro
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Faro é uma construção barroca com torres, que foi finalizada durante o reinado de D. João V, em 1719, tendo sido financiada e decorada com ouro brasileiro. A fachada apenas foi terminada depois do terramoto de 1755, e foi depois dessa data que se adicionou, junto ao exterior, a macabra Capela dos Ossos, que foi construída com ossos e caveiras de mais de mil monges, como uma lembrança da nossa mortalidade.
3. Casa do Diabo (Felgueiras)
Na localidade da Lixa, em Felgueiras, existe uma casa, que hoje está em ruínas, a quem o povo chama Casa do Diabo. Diz a história que a casa está assombrada, e que um casal de agricultores que aqui viveu 3 ou 4 anos passou por diversas situações inexplicáveis. Por exemplo, certo dia, a mulher acabou de bordar uns panos, e deixou-os num dos quartos da casa, bem dobrados e passadas, prontos a serem entregues a quem os tinha encomendado no dia seguinte.
Mas quando foi entregar a encomenda, os panos estavam todos cobertos de urina e remexidos. Na casa, apenas estava ela e o marido, o que a deixou perplexa. Outros fenómenos sobrenaturais incluíam objetos que voavam e móveis que se arrastavam sozinhos. Claro está, o casal acabou por abandonar a propriedade, amedrontado.
4. Casa de chá de Caxias
Nesta zona de Cascais, podemos encontrar uma tradição de histórias de fantasmas, que ainda hoje são contadas. Uma dessas histórias está relacionada com este local em Caxias, junto à curva que dá acesso à A5 e próximo do Farol da Gibalta.
Aqui se encontra uma casa em ruínas, que é conhecida por ser assombrada pelos antigos donos, que não querem que este local volte a ser habitado ou que aqui se estabeleça um novo negócio (era aqui que funcionava uma famosa casa de chá). Apesar dos supostos desejos dos antigos donos, prevê-se que aquela zona seja recuperada e transformada uma zona habitacional e comercial.
5. Capela dos Ossos de Lagos
A Igreja de São Sebastião localiza-se na cidade de Lagos, e o edifício apresenta um altar com talha dourada, um corpo de três naves, separadas por arcadas com colunas dóricas, e capelas laterais e colaterais, que estão igualmente decoradas com talha dourada. Mas é anexada à igreja que encontramos a Capela dos Ossos, de reduzidas dimensões e ao estilo joanino, que constitui certamente um ponto de visita algo macabro.
6. Pátio do Carrasco (Lisboa)
Diz-se que o nome deste pátio se deve ao facto de aqui ter vivido o último carrasco do nosso país, chamado Luís Alves, e ao que parece, ainda se ouve com frequência alguns sons estranhos e lamentos deste senhor, que faleceu em 1863. Conta-se que haveria por aqui um túnel subterrâneo, que Luís usaria para ir até à prisão do Limoeiro, mesmo ao lado, e que no local onde estaria essa passagem ainda hoje se conseguem ouvir gritos.
Os moradores acreditam que esses gritos são do próprio Luís, que se sentirá atormentado pelas mortes que causou e que fizeram dele o último carrasco de Portugal, com um salário de 4.100 réis e direito a uma referência num livro de Camilo Castelo Branco.
7. Casa Amarela de Ovar
Correm duas versões sobre os fantasmas que habitam nesta casa. A primeira diz que aqui vivia um pai com a sua jovem filha, e que esta começou a namorar às escondidas, sabendo de antemão que o pai não ia aprovar a relação. No entanto, o pai encontrou os dois namorados e, enraivecido, atirou-os a um poço. Dias depois da desgraça, o pai foi encontrado enforcado nesse mesmo local.
A segunda versão diz que aqui vivia um empresário de sucesso, que perdeu tudo devido a negócios arriscados. Quiseram também retirar-lhe a mansão, para pagar as dívidas, mas ele recusou-se a sair e acabou por se matar na propriedade.
Diz-se que quem adquirir esta casa sai daqui rapidamente, assustado com os fenómenos paranormais que aqui ocorrem. Diz-se também que já se tentou demolir a Casa Amarela, mas que as máquinas se desligaram sem explicação, e que por causa disso não se conseguiu concluir os trabalhos.
8. Sanatório de Valongo
Foi construído em 1910, com o objetivo de abrigar doentes com tuberculose. No entanto, diz-se que esses mesmos pacientes ainda se mantêm por lá, pelo menos segundo alguns dos relatos que nos dizem que barulhos e vultos são uma constante por aqui.
O Sanatório esteve ativo entre 1958 e 1975 e acolheu numerosos pacientes, tendo alguns morrido neste local de forma horripilante. Chegaram a estar internados cerca de 350 pessoas em simultâneo, apesar da lotação inicial ser de 50 camas.
Após ter sido encerrado, foi pilhado, vandalizado e danificado por incêndios, e encontra-se atualmente abandonado. É hoje um local popular para os amantes de paintball, encontrando-se ao mesmo tempo muitas lendas e rumores, relacionadas com fantasmas, tráfico de droga e rituais satânicos.
9. Palácio de Valenças (Sintra)
Era antiga residência do conde de Valenças, genro de António Ferreira dos Anjos, que mandou construir o palácio. Tem-se tornado uma referência nas supostas casas assombradas do nosso país, uma vez que se diz que o fantasma de Palmira, uma serviçal do conde, ainda por aqui anda. Esta serviçal ter-se-á apaixonado pelo conde e, por o seu amor ser impossível, ter-se-á suicidado.
Com o passar do tempo, a Câmara de Sintra instala a sua biblioteca no Palácio. E é aqui que começa a história sobre fantasmas, embora não da forma que se pensa. Após a morte de uma antiga empregada da biblioteca, que se chamava Palmira, e que terá habitado numa zona inferior do edifício durante alguns anos, alguns funcionários começaram a pregar partidas em torno do seu suposto fantasma, o que levou a que a história se espalhasse e ganhasse fama.
10. Capela dos Ossos de Alcantarilha
Em plena região algarvia, encontramos, no centro histórico da freguesia de Alcantarilha, a Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, do século XVI, e junto à qual se encontra anexada, no lado sul, a Capela dos Ossos.
O seu interior encontra-se praticamente todo revestido por mais de 1500 ossadas humanas, exceção feita ao trabalho de escultura da figura de Cristo Crucificado, com data do século XVI. Diz-se, embora sem qualquer comprovativo fiável, que os ossos seriam de frades jesuítas que pareceram pela região.
11. Capela do Senhor da Pedra
Encontra-se em Miramar, na freguesia do Gulpilhares, concelho de Vila Nova de Gaia, e foi construída em 1686 sobre um rochedo. A capela tem formato hexagonal e possui altar-mor, sendo considerada local de culto e peregrinação. No entanto, existem relatos estranhos sobre visitas à capela, e os habitantes dizem que as suas traseiras são palco de bruxarias e feitiços.
Como curiosidade, deixamos-lhe também a lenda sobre a construção da capela: quando os habitantes de Gulpilhares se preparavam para construir uma capela ao Senhor da Pedra, era frequente aparecer, sobre os rochedos, uma certa luz, que reaparecia todas as noites e que fez os habitantes acreditar que seria um sinal do céu. Assim, decidiram construir a capela no local onde aparecia a luz.
12. Teatro Lethes (Faro)
Existem dois episódios marcantes relacionados com este mítico teatro. Um deles envolve uma bailarina, que se terá suicidado no palco devido a um amor não correspondido.
Diz-se que essa mesma bailarina, ou melhor, a sua alma, ainda hoje anda por ali, e que será por essa razão que, quando tudo está silencioso, se pode escutar passos e a madeira do palco principal a ranger. O segundo episódio marcante envolve um militar napoleónico, cujo esqueleto foi encontrado, emparedado, no local onde hoje se encontra instalada a cabina elétrica.
13. Capela dos Ossos de Campo Maior
Encontra-se adossada à Igreja Matriz de Campo Maior, e é a segunda maior capela de ossos do país (a primeira encontra-se em Évora). A Capela dos Ossos de Campo Maior data de 1766 e foi construída após a destruição da cidadela com uma explosão num paiol, uma tragédia onde mais de dois terços da população pereceu, e que ocorreu em 1732. O interior encontra-se então revestido com as ossadas das vítimas desta tragédia, com o pavimento a ser datado já do século XX.
14. Capela dos Ossos de Évora
Foi edificado no século XVII por iniciativa de três frades franciscanos, que pretendiam relembrar, a quem visse o local, acerca da transitoriedade e fragilidade da vida humana. A capela foi construída no local onde era inicialmente o dormitório e sala de reflexão dos frades, e é formada por três naves, com cerca de 18,60 m de comprimento e 11 m de largura.
A única luz natural entra nas Naves por três pequenas frestas do lado esquerdo, portanto o local é bastante escuro. Tanto as paredes como os oito pilares se encontram revestidos com ossos e crânios humanos, cuidadosamente dispostos e ligados por cimento pardo. As abóbadas são de tijolo rebocado a branco e pintadas com motivos que aludem à morte.
A capela encontra-se também decorada com estátuas de cariz religioso e uma pintura estilo renascentista e barroco. Calcula-se que sejam cerca de 5000 as caveiras humanas que aqui se encontram, por entre inúmeros ossos provenientes das sepulturas da igreja do convento e de outras igrejas e cemitérios da cidade.