Na Serra do Açor, encontram-se cinco Aldeias do Xisto: Benfeita, Aldeia das Dez, Vila Cova de Alva, Fajão e Sobral de São Miguel, englobando os concelhos de Góis, Pampilhosa da Serra e Arganil. É neste último concelho, entre Côja e a Paisagem Protegida da Serra do Açor, que encontramos Benfeita, uma das “aldeias brancas” da Rede das Aldeias do Xisto.
Aqui encontra um aglomerado de casarios de xisto, rebocados e pintados de branco (daí o nome “aldeia branca”), integrados perfeitamente na paisagem serrana que rodeia Benfeita. Passear pelas suas ruas, becos e ruelas é um deleite para os sentidos e é possível sentir toda a alma da aldeia em cada pequeno detalhe.
Não é por acaso que grande parte da Serra do Açor tem estatuto de Paisagem Protegida: aqui se encontram das mais belas paisagens do interior de Portugal, com duas zonas de particular interesse: a reserva natural parcial da Mata da Margaraça e a reserva de recreio da Fraga da Pena.
Para além do casario em xisto e da paisagem, Benfeita é a única aldeia do mundo a exaltar a paz com uma torre, um sino e um relógio. Todos os anos, no dia 7 de maio, tocam-se 1620 badaladas na torre sineira, como forma de celebrar o fim da II Guerra Mundial. Assim, uma visita à torre é indispensável, já que esta é um símbolo da aldeia.
Aliás, a pequena aldeia de xisto de Benfeita foi mesmo o primeiro local em Portugal onde se teve conhecimento do fim da 2ª Grande Guerra. Um funcionário de uma empresa britânica, marido de uma habitante da aldeia, terá telefonado para os habitantes da aldeia assim que soube da assinatura do armistício.
Os sinos da Torre da Paz começaram imediatamente a tocar e o seu som ecoou pelos montes e vales da região. Numa época de isolamento profundo e em que as notícias tardavam a chegar, foi na Serra do Açor que primeiro se soube do final da guerra, graças ao som dos sinos da sua famosa Torre da Paz.
Mas existe outro património visitável em Benfeita, como a Igreja Matriz do século XVIII, a capela de Nossa Senhora da Assunção, a capela de Santa Rita, a capela de S. Bartolomeu, a capela do Senhor dos Passos, a capela da Senhora das Necessidades e a capela da Senhora da Guia, conjunto patrimonial religioso impressionante.
Aliás, o vasto património religioso mostra bem a fé que a população sentia (e sente), já que muitas das capelas e alminhas foram construídas como pagamento de promessas a um santo, pelos mais diversos motivos, marca de uma aldeia rural e que guarda as suas tradições próximas do coração.
E se visitar Benfeita durante os dias quentes de Verão, terá ao seu dispor uma das melhores e mais famosas praias fluviais da região. A praia fluvial de Benfeita é um pequeno oásis de frescura que oferece todas as condições necessárias para um dia de banhos em família ou com um grupo de amigos.
Depois de percorrer com calma as ruas de Benfeita, absorvendo a paisagem serrana e o casario tradicional, não deixe de visitar, nas proximidades, a Mata da Margaraça, Reserva Natural e Biogenética do Conselho da Europa.
A mata serve de habitat para diversas espécies, como castanheiros, cerejeiras, nogueiras, sobreiros e aveleiras. Bem perto, encontra a Fraga da Pena, local onde encontra cascatas, quedas de água e uma vegetação de cortar o fôlego.
Para completar a visita, recomendamos que passeie pelo Caminho do Xisto da Benfeita, que lhe mostrará o melhor da paisagem que rodeia a aldeia. Quanto ao alojamento e refeições, encontrará na região (e mesmo na aldeia) opções que o deixarão muito agradado, e onde será recebido com todo o conforto e simpatia. Por isso, comece a planear a sua visita!
E no final da sua visita a Benfeita, não vá embora da aldeia sem comprar uma pequena lembrança ou um produto regional. Para além de comprar um produto de qualidade, estará também a ajudar o comércio local e a fazer com que os seus habitantes possam continuar a viver aqui e a recebê-lo sempre de braços abertos.