Sabia que Portugal é um dos países da Europa com mais castelos? São quase 500, alguns mais bem conservados do que outros. Os castelos desempenharam um papel crucial na nossa história e serviram como baluarte de defesa contra os ataques dos mouros ou dos espanhóis. Os castelos do Alentejo não são exceção, especialmente porque grande parte deles se localiza junto à fronteira.
Ao longo dos séculos, foram sendo construídos castelos e outras fortificações um pouco por todo o Alentejo, à medida que Portugal conquistava território para sul. A raia (fronteira entre Portugal e Espanha) tinha que ser defendida, muitas vezes por um número de soldados bem inferior aos de Espanha.
Os castelos do Alentejo são hoje apenas vestígios da memória desses tempos. Já não cumprem a sua função defensiva mas servem, sobretudo, como atrações turísticas. Alguns estão em avançado estado de degradação, como o de Juromenha, por exemplo. Outros continuam imponentes e altivos. Descubra 12 belíssimos castelos do Alentejo.
1. Castelo de Monsaraz
O castelo é um dos principais pontos turísticos desta aldeia-museu, estando classificado como monumento nacional desde 2 de janeiro de 1946. A fortaleza foi construída por ordem de D. Dinis, no século XIV. Após o abandono das funções militares, esta antiga praça de armas começou a ser usada em eventos populares, como as festas anuais em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos, tradição que perdura até hoje. Do topo das muralhas do castelo, consegue ter uma vista imperdível e única sobre o maior lago artificial da Europa, a Barragem do Alqueva.
2. Castelo de Marvão
No ponto mais alto da Serra de São Mamede, em pleno parque natural, encontra este castelo imponente. A fortaleza foi conquistada por D. Dinis aos mouros, no século XIII, e teve um papel de relevo nos conflitos que se seguiram, entre portugueses e espanhóis. Do alto da montanha, o castelo oferece uma vista única sobre o território que o rodeia. Se for fazer uma visita, não se esqueça de visitar também as ruínas de Ammaia, um dos mais importantes vestígios da época romana no Alentejo.
3. Castelo de Beja
O castelo medieval de Beja, que hoje podemos observar, foi mandado erigir por D. Dinis, em finais do século XIII, sobre umas fundações romanas. O castelo em planta pentagonal está flanqueado por seis torres, incluindo a Torre de Menagem, considerada uma das mais belas do nosso país. Do topo desta torre de 42 metros de altura, consegue apreciar uma vista magnífica sobre a cidade. Trata-se de um dos mais bem conservados castelos do Alentejo.
4. Castelo de Evoramonte
Na freguesia de Evoramonte, em Estremoz, no distrito de Évora, pode encontrar este castelo que merece bem uma visita, pela sua arquitetura muito própria. Foi erigido num dos pontos mais elevados da Serra de Ossa, bem no centro da povoação. Do alto dos seus muros, consegue uma vista desimpedida sobre a região, até ao castelo de Estremoz.
5. Castelo de Valongo
Pensa-se que a ocupação do local se deveu aos romanos, a que se seguiram Visigodos e Muçulmanos, sendo que foram estes últimos os responsáveis por erigir a fortificação, segundo inscrições islâmicas encontradas no seu interior. Após a Reconquista cristã, a estrutura foi reconstruída em finais do século XIV, ou até mesmo inícios do século XV. O castelo de Valongo foi classificado como monumento nacional por decreto de 23 de junho de 1910, mas, apesar disso, encontra-se hoje em ruínas.
6. Castelo de Castelo de Vide
Pensa-se que este castelo foi reconquistado aos árabes por D. Afonso Henriques, apesar de a povoação apenas aparecer referenciada por volta de 1232. Este castelo revelou-se muito importante e levou até a conflitos entre os filhos de D. Afonso III, já que este monarca doou a fortaleza ao infante D. Afonso, que tratou logo de reforçar as defesas do local. D. Dinis, o seu irmão, achou isso suspeito e decidiu cercar o castelo, contenda que apenas teve fim graças à intervenção do reino de Aragão. Segundo inscrições, D. Afonso IV, em 1327, mandou reforçar as defesas do castelo, e, no reinado de D. Fernando, este é entregue à Ordem de Avis.
7. Castelo de Estremoz
Apesar de se achar que já aqui havia uma fortificação romana, sabe-se que o castelo foi construído no século XII, tendo passado de mão sucessivamente entre cristãos e muçulmanos, até ao reinado de D. Sancho II.
Nesta altura, este rei decidiu aqui levar a cabo obras de reconstrução, e, mais tarde, D. Dinis manda edificar o Paço Real. O local tem grande relevo na nossa história, já que aqui se terá feito o milagre das rosas pela Rainha Santa Isabel (tendo sido neste castelo que ela faleceu em 1336).
Mas estes não são os únicos momentos históricos do local: D. Nuno Álvares Pereira tomou o castelo como seu quartel-general; D. João I e D. Afonso V aqui reuniram cortes; e foi nesta fortaleza, em 1497, que D. Manuel entregou o comando da esquadra que chegaria à Índia ao navegador Vasco da Gama.
8. Castelo de Elvas
O conjunto “Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e as suas fortificações”, de que o Castelo faz parte, está classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 2012. Este é um dos melhores exemplares da arquitetura militar portuguesa, já que Elvas foi uma das primeiras linhas de defesa nacionais desde a Idade Média até ao século XVIII.
Teve particular relevo durante a Guerra da Restauração, dada a proximidade com Espanha, como atesta o seu espólio cultural. Se visitar a fortaleza, recomendamos que visite também o Aqueduto da Amoreira, Património da Humanidade e um aqueduto que tem mesmo de conhecer.
9. Castelo de Arraiolos
Está situado num dos mais altos montes da região de Évora e caracteriza-se pelas suas muralhas de forma elíptica. É aceite que a sua construção se realizou por volta de 1310, no reinado de D. Dinis, tendo sido doado em 1387 a D. Nuno Álvares Pereira, que recebeu o título de Conde de Arraiolos. No reinado de D. João I, em plena Restauração da Independência, o castelo foi remodelado, embora décadas depois se encontrasse ao abandono.
O terramoto de 1755 veio completar a ruína da fortaleza. No entanto, após a classificação como monumento nacional, em 1910, o castelo foi recuperado, sob a alçada da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
10. Castelo de Amieira
O castelo apenas esteve envolvido num episódio militar, em 1440, mas nem por isso desmerece a visita. Quando D. Leonor, princesa de Aragão, se desentendeu com o cunhado, o infante D. Pedro, retirou-se para o Crato e invocou o auxílio das forças de Castela, que cercaram a Amieira de modo a proteger D. Leonor. D. Pedro, confrontado com essa insubordinação, determinou a ocupação dos castelos do priorado do Hospital nessa região, tendo ordenado que D. Álvaro Vaz de Almada acometesse sobre o castelo da Amieira.
O castelo rendeu-se sem grande resistência e D. Leonor fugiu para Castela, restabelecendo-se a paz. Após o conflito, o castelo passou para as mãos do alcaide Pedro Rodrigues de Castro.
11. Castelo de Mértola
As primeiras referências a uma fortificação no local datam de 440 d. C., altura em que Mértola ainda era chamada de Myrtilis Julia. O local foi sendo alvo de conquistas e reconquistas ao longo do tempo, pela sua importância estratégica junto ao Guadiana.
As informações que chegaram aos nossos dias sobre a reedificação da fortaleza datam do reinado de D. Dinis, entre 1279 e 1325, sendo nesta altura que se iniciou a construção da muralha, obra continuada pelos seus sucessores.
12. Castelo de Noudar
O castelo de Noudar está situado entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila, num local escolhido pela sua defesa natural, pelo fácil acesso e pela possibilidade de aproveitamento de água de excelente qualidade da Fonte da Figueira, a 250 metros para este do castelo, situada no chamado cerro da Forca.
O castelo foi construído em 1307, no reinado de D. Dinis. Por perto, existem boas terras para a agricultura, e extensos montados para o pastoreio do gado. Esta fortaleza desempenhou um papel importante na defesa da fronteira com Castela, em inícios do século XIV.