Se aprecia história e natureza, não pode deixar de conhecer o castro de Curalha, um dos mais importantes sítios arqueológicos de Trás-os-Montes. O local remonta à época celta, tendo sido habitado até ao período romano, e, hoje, conserva ainda as suas muralhas, as ruínas das suas casas e o seu centenário pinheiro manso, que domina a paisagem.
Este local encontra-se na aldeia de Curalha, a cerca de 6 km de Chaves, na margem direita do Tâmega. É o sítio perfeito para uma escapadinha na natureza, que lhe permitirá desfrutar da tranquilidade que se sente nesta zona do Norte do nosso país.
Este castro é um dos muitos que existem no nosso país, testemunhos da cultura celta, povo guerreiro que se espalhou pela Europa entre os séculos VIII e I a.C. Os castros eram povoações fortificadas, situadas em locais estratégicos, como montes ou colinas, e que serviam para defender a povoação dos inimigos.
O castro de Curalha terá sido construído entre os séculos VIII e VII a.C., tendo sido ocupado até aos séculos II ou III d.C., altura em que os romanos conquistaram a Península Ibérica. Como seria de esperar, ao longo dos seus séculos de ocupação, o local foi sofrendo algumas alterações, adaptando-se a novas circunstâncias culturais e históricas.
O local contava com três linhas de muralhas concêntricas, em forma de pirâmide, com três portas e respetivas rampas de acesso. No seu interior, encontravam-se casas circulares ou ovais, feitas em pedra e com telhados de colmo. Estas casas estavam alinhadas ao longo das muralhas e contavam com um pátio interior.
Existia também uma cisterna de armazenamento de água e um forno para cozer o pão. No centro da povoação, existia uma praça aberta, que serviria de praça ou mercado. Toda a fortificação se encontrava ligada à estrada romana que ligava Chaves a Braga, importante via para a comunicação e o comércio.
O local foi abandonado em definitivo no final do período romano, muito provavelmente devido às invasões bárbaras e à decadência do Império Romano. Assim, durante séculos, este castro ficou esquecido, tendo sido totalmente coberto pela vegetação. Acabou por ser redescoberto no século XIX, por alguns estudiosos locais, e foi escavado no século XX por arqueólogos.
Hoje, este monumento nacional é um dos vestígios arqueológicos mais bem conservados do concelho de Chaves, sendo um dos mais visitados pelos turistas que procuram conhecer melhor a história e cultura desta região.
Portanto, não é de admirar que lhe recomendemos uma visita ao castro de Curalha, de modo a poder ver as suas ruínas, de onde ainda se distinguem as muralhas, as casas e demais elementos que compunham a povoação. Além disso, poderá apreciar a vista panorâmica sobre o Tâmega, a aldeia de Curalha e os campos agrícolas que a rodeiam.
Durante a sua visita, irá ver de perto o pinheiro manso que se ergue no local, símbolo do castro e da aldeia, que tem mais de 100 anos e que se diz ter sido plantado por um padre, para marcar o lugar onde se celebrava a missa aos domingos.
Outro elemento de grande interesse é a cisterna, usada para guardar a água da chuva, que tem uma forma circular e se encontra coberta por uma abóboda de pedra. Esta cisterna tem cerca de 3 metros de diâmetro e 2 metros de profundidade.
No castro, poderá ver ainda alguns vestígios de cerâmica, objetos de bronze, moedas e outros artefactos encontrados no decurso das escavações arqueológicas que aqui foram realizadas. Os objetos vão-lhe permitir descobrir melhor como era a vida quotidiana dos habitantes deste castro, assim como a sua relação com outros povos.
Não deixe, portanto, de visitar o castro de Curalha, porque este é um daqueles locais onde se respira história e cultura a cada passo. A não perder!