No norte de Portugal podemos encontrar diversos monumentos interessantes, muitos deles testemunhos da nossa rica história. Um desses locais é o Castro de São Lourenço, uma das atrações mais emblemáticas de Esposende, que é uma povoação fortificada proto-histórica e um importante testemunho de um passado castrejo, comum à região a norte do Vouga, no litoral, e às províncias de Trás-os-Montes e Beira Alta, no interior.
Em todo o território nacional (e não apenas no norte de Portugal), podemos encontrar muitos castros. Só para ter uma ideia, no espaço do rio Vouga para cima, encontram-se mais de um milhar destes monumentos. Só nas proximidades do Castro de São Lourenço, pode encontrar outros 4 castros bem populares: o Castro de São Roques, o Castro de Neiva, o Castro de Carmona e a Citânia de Santa Luzia.
No entanto, a maioria destes monumentos incríveis contém apenas uma pequena parte da estrutura da fortificação visível. Poucos foram os castros que tenham sido alvo de uma recuperação, mesmo que pequena, e, na maioria, já não sobra quase nada do que foram, sendo apenas ruínas tomadas pela vegetação.
Mas, felizmente, o Castro de São Lourenço apresenta boas condições e destaca-se pela sua planta, que pode ser facilmente reconhecida a olho nu. Assim, revela-se um espaço de grande importância para o conhecimento do período em que foi habitado, permitindo-nos conhecer esta altura da história de uma forma mais educativa e interessante. No local, encontrará um centro de interpretação, que o ajudará a ter mais informações detalhadas sobre o Castro e as descobertas neste feitas.
Como se isso não bastasse, algumas das casas do Castro foram sujeitas a uma requalificação, que foi muito bem executada e reaproveitou alguns dos materiais originais. Estes exemplos foram escavados na vertente ocidental do monte onde o forte se encontra.
Estas construções graníticas têm telhado de colmo, que está assente em bases de madeira, permitindo-nos imaginar como era a restante provação, e facilitando o processo de viajar no tempo, levando-nos a recuar mais de 2000 anos na história. Outro ponto de interesse do local são as fantásticas vistas panorâmicas, com destaque para o Atlântico e para o rio Cávado.
O local tem uma longa e rica história, tendo-se mantido habitado até Roma cair. A partir dessa altura, apenas se viu útil em momentos pontuais da história, especialmente em alturas medievais, tendo servido como esconderijo amuralhado ou como castelo-sentinela em plena Reconquista.
No século XVI, no seguimento de um novo fluxo de pessoas que acorriam monte acima, instalou-se no local uma capela, dedicada ao mártir São Lourenço, que, entretanto, foi destruída. Por fim, a meio do século XX, o templo foi novamente levantado.
Hoje, o Castro de São Lourenço é uma das mais visitadas atrações de Esposende, sendo um local que encanta tanto os apaixonados por História, como os restantes visitantes que aqui acorrem, por permitir humanizar um passado tão distante e torná-lo mais vivo aos nossos olhos. Assim, tem um grande mérito educativo, que é inegável.
Além disso, o local é também importante de um ponto de vista arqueológico, tendo sido alvo de diversos trabalhos, de modo a compreendermos melhor a vida nesta povoação ao longo do tempo.
No decurso dos trabalhos arqueológicos executados no local, encontraram-se diversos tesouros, e boa parte deles encontram-se expostos no Museu Municipal de Esposende, instalado num edifício dos princípios do século XX, que foi a sede do Teatro-Club de Esposende. É, portanto, mais um local a não perder na sua visita a esta região rica em história, natureza e cultura.
Apesar de ser uma dos mais famosos, o castro de São Lourenço está longe de ser o único em Portugal. Outro dos mais importantes é o castro de Curalha, em Chaves, um povoado fortificado que remonta à época celta e que foi ocupado pelos romanos e pelos povos alti-medievais. Situa-se num monte rochoso a 400 metros de altitude, dominando o rio Tâmega, a aldeia de Curalha e a antiga estrada romana de Chaves a Braga.
É rodeado por três linhas de muralhas reforçadas por um campo de pedras fincadas. No interior do castro há várias construções circulares e retangulares, algumas das quais foram reconstruídas. O castro é um dos mais bem conservados do concelho de Chaves e um testemunho da história e da cultura da região flaviense.
E claro, não poderia faltar o destaque para a Citânia de Briteiros, em Guimarães. A Citânia de Briteiros é um dos mais bem preservados locais da civilização celta em Portugal, antes de estes terem sido vencidos pelos romanos. Terá sido construída há cerca de 2300 anos e era uma das cidades mais importantes naquele tempo em todo o Norte de Portugal.
Possui um total de 150 habitações, emparelhadas num padrão geométrico e com um sistema de água canalizada que revela uma sociedade bastante mais avançada do que aquilo que se poderia pensar.