No belíssimo Alto Douro Vinhateiro, encontramos cenários que parecem saídos de um autêntico postal. Uma das melhores formas de conhecer a região e absorver a paisagem ao máximo é fazendo passeios em bicicleta, por esta região classificada como Património Mundial da UNESCO. Sempre ao longo do majestoso rio Douro, claro.
Por isso, se quiser fazer uma visita, deixamos-lhe 10 rotas imperdíveis, por onde pode conhecer a deslumbrante paisagem, na qual se destacam as vinhas em socalcos. São ciclovias, ecovias e ecopistas que lhe permitem descobrir algumas das mais fantásticas paisagens do vale do Douro enquanto pratica exercício ao ar livre.
Nesta lista, deixamos-lhe um pouco de tudo, desde percursos curtos e fáceis a percursos mais exigentes do ponto de vista físico, mas que mesmo assim valem muito a pena. Descubra algumas das melhores ecopistas, ciclovias e ecovias do Rio Douro.
1. Rota das Vinhas (São João da Pesqueira)
Ao longo deste percurso, conseguirá descobrir paisagens únicas sobre o Douro e as encostas das vinhas, no concelho de São João da Pesqueira, considerado o “Coração do Douro Vinhateiro”, já que é o concelho com maior área classificada como Património Mundial. O percurso que aqui lhe recomendamos tem partida e chegada junto à sede da Junta de Freguesia de Ervedosa do Douro.
A rota tem cerca de 25 km e um nível de dificuldade elevado. É mais conhecido como percurso pedestre, mas é igualmente perfeito para andar de bicicleta. A rota é formada por dois circuitos que passam muito próximos, formando uma espécie de “oito”, e pelo caminho terá oportunidade de contactar de perto com a natureza.
2. Passeadouro da Folgosa (Armamar)
É também conhecido como Ecovia do Douro e é um percurso aprazível que se situa mesmo junto do rio Douro, bem próximo do cais turístico. Tem um notável enquadramento paisagístico, em que o espelho de água se parece misturar com os socalcos das vinhas de algumas das quintas mais importantes da região. Este passeadouro é uma via pedonal panorâmica, que pode também ser percorrida em bicicleta, e conta com um espaço de lazer ao ar livre.
Foi criado no âmbito da obra de consolidação do talude que suporta a EN222, e tem cerca de um quilómetro de extensão. Tem pesqueiros, espaços para piqueniques e três varandas de onde pode apreciar a paisagem única.
3. Ecopista Ribeirinha (Peso da Régua)
Este trajeto de mais de dois quilómetros, na zona ribeirinha da Régua, acompanha o rio Douro, apresentando um cenário magnífico. Esta ecopista nasceu no contexto da operação de regeneração urbana “Frente Douro” e é um local privilegiado para a observação da natureza, para a prática de desportiva e para a observação de aves, como a Garça-real e o Pato Real, bem como de anfíbios como a rã-ibérica ou o sapo-parteiro-comum.
A partir da ecopista pode também ver a centenária Ponte Metálica e aceder ao Museu do Douro, onde pode aprender mais sobre o património cultural e natural da região.
4. Grande Rota do Vale do Côa (Vila Nova de Foz Côa)
A grande rota do vale do Côa é composta por 222 quilómetros de trilhos, e liga a nascente do Côa, em Fóios (Sabugal) à sua foz, no concelho de Vila Nova de Foz Côa. Os grandes destaques da parte final da rota são o Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Douro Vinhateiro, aliando-se na perfeição a natureza ao património. A terceira e última etapa do trilho tem 62 quilómetros e liga a aldeia de Quinta Nova às imediações do Museu do Côa, percorrendo caminhos florestais, olivais, amendoais e vinhas.
Este Museu, que se situa num concelho que se orgulha de ser o único a possuir dois Patrimónios Mundiais, foi construído num local privilegiado, na confluência do Douro com o Côa, com a panorâmica do local a oferecer vistas sobre os dois rios e o fértil vale em vinhas de socalcos.
5. Figueira de Castelo Rodrigo – Barca d’Alva
Não é um percurso “oficial”, mas a verdade é que o troço da EN221 que liga Fogueira de Castelo Rodrigo a Barca d’Alva é um passeio de bicicleta muito interessante. No cais fluvial de Barca d’Alva, assinala-se o limite de navegabilidade do Douro, onde este se encontra com o rio Águeda. Se decidir fazer o percurso, tenha em conta que os últimos 21 quilómetros são sempre a descer, por entre as encostas ricas em vinhas, olivais e amendoais.
Na primavera, o percurso enche-se de cor com as amendoeiras em flor, que fazem as delícias dos visitantes. Destacamos como ponto de paragem obrigatório o miradouro do Alto da Sapinha, de onde pode desfrutar de uma bela paisagem sobre o vale do Douro.
6. Grande Rota do Douro Internacional e Douro Vinhateiro (Freixo de Espada à Cinta)
Oficialmente, é um percurso pedestre, mas muitos o percorrem em bicicleta. Esta rota tem 176 quilómetros e atravessa quatro concelhos, unindo assim as arribas do Douro Internacional aos vinhedos do Douro Vinhateiro. Como a sua extensão ainda é considerável, aconselha-se a que divida a rota em diversas etapas. O percurso inicia-se em Paradela, Miranda do Douro, atravessando uma zona de contrastes entre o vale escarpado do Douro e o Planalto Mirandês.
Depois, entra no Mogadouro, de onde sai um percurso alternativo que segue próximo do vale do Douro. Segue-se o concelho de Freixo de Espada à Cinta, o que tem maior extensão, com 60 quilómetros, e onde destacamos a aldeia de Mazouco, conhecida pelas suas pinturas rupestres. Por fim, o percurso entra em Torre de Moncorvo, atravessando a sede do concelho e uma parte da Região Demarcada do Douro.
7. Ecopista do Sabor (Torre de Moncorvo)
Esta pista de 34 quilómetros tira partido do reaproveitamento da linha de caminho de ferro, num troço que segue a margem norte do rio entre o Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, e Carviçais, em Torre de Moncorvo. Este trajeto exige alguma preparação física e oferece paisagens incríveis sobre o Douro, o vale do Sabor, o Alto Douro Vinhateiro e a Serra do Reboredo.
É simultaneamente uma estrutura vocacionada para o recreio e para a descoberta de locais de grande beleza, que foram “esquecidos” com a desativação dos transportes ferroviários. A localidade de Foz do Sabor, conhecida como a última aldeia piscatória de Trás-os-Montes, é o ponto onde o Sabor desagua no Douro, e apresenta um vasto lençol de água.
8. Miranda do Douro – São João das Arribas
A paisagem do cimo do Miradouro de São João das Arribas é impossível de descrever em palavras, tal é a sua beleza e imensidão deste local perfeitamente enquadrado entre o vale do Douro e as escarpas rochosas das arribas. É aqui que termina este percurso de oito quilómetros, que se inicia junto do posto de turismo de Miranda do Douro.
O traçado do percurso é maioritariamente plano, embora apresente algumas subidas e descidas ligeiras no Planalto Mirandês. O trajeto passa por povoações como Vale de Águia e Aldeia Nova, até chegar a um caminho de terra batida que leva à capela de São João das Arribas, num ponto sobranceiro ao vale do Douro e cuja envolvência o torna num dos miradouros mais enigmáticos do Parque Natural do Douro Internacional.
9. Rota do Pico da Vila (Mesão Frio)
É um percurso que requer alguma preparação física, tendo um total de 12 quilómetros e passando por entre montes, vinhedos, aldeias e caminhos ancestrais com vista privilegiada sobre o rio. Este percurso tem diversas subidas e descidas, que lhe permitem apreciar melhor a tríade entre monte, vinha e Douro.
O seu ponto de partida e de chegada é o Largo da Independência, no centro de Mesão Frio. Pelo caminho, passará pelo miradouro de São Silvestre, de onde pode contemplar a paisagem sobre o rio e os vinhedos.
10. Ecopista do Corgo (Vila Pouca de Aguiar)
É o resultado da recuperação da antiga linha ferroviária, que foi desativada em 1990, e que unia Vila Real a Vila Pouca de Aguiar. Esta ecopista permite apreciar a paisagem arrebatadora sobre as serras do Marão e do Alvão, bem como diversas linhas de água. A via encontra-se dotada de zonas de lazer e tem grande riqueza ao nível da flora e da fauna.
No concelho de Vila Pouca de Aguiar, a ecopista tem 20 quilómetros, começando no apeadeiro de Tourencinho, passando pela vila termal de Pedras Salgadas e terminando em Sabroso de Aguiar. Já no concelho de Vila Real, o trajeto tem 18 quilómetros, iniciando na antiga estação da CP e indo até aos limites do município vizinho.