Não existe outra cidade assim em Portugal, com tanto carisma, tanto charme e tanta tradição a transbordar em cada pequeno recanto, em cada beco ou ruela. Falamos, claro, de Coimbra. A cidade dos estudantes e dos amores de Pedro e Inês é, provavelmente, a mais charmosa de Portugal.
Para um forasteiro pode ser difícil compreender todo o encanto de Coimbra. Afinal de contas, podemos conhecer as suas histórias mas o seu charme só é sentido, verdadeiramente, por aqueles que foram tocados por ela e cuja vida mudou para sempre desde que se perderam de amores pela cidade.
Há muitos séculos que Coimbra se transformou na cidade universitária por excelência de Portugal. E quando falamos em excelência, não nos referimos apenas à qualidade do seu ensino mas também às muitas tradições que se desenvolveram na localidade graças à presença dos estudantes.
Afinal de contas, são eles que dão vida a Coimbra e é Coimbra que muda as suas vidas para sempre. É como se a existência de uns só fizesse sentido com a presença do outro e vice-versa. Coimbra são os estudantes, as suas tradições, o seu fado, os seus sonhos e aspirações. Eles povoam a cidade e fizeram dela aquilo que ela é hoje.
A Cabra, as Escadas Monumentais, a Latada, a Queima das Fitas ou a Serenata são apenas alguns dos grandes exemplos das tradições universitárias desta cidade. Quem a visita, facilmente fica encantado com tudo o que diz respeito à vida estudantil, aos trajes académicos e à presença constante destes jovens nas suas ruas.
Mas o encanto de Coimbra já tem séculos, ou não fosse ela o palco de uma das maiores histórias de amor jamais vividas: Pedro e Inês. Durante anos, os 2 viveram nos Paços de Santa Clara junto com os seus filhos e aqui construiram a sua família até à trágica morte de Inês de Castro.
A história de Coimbra ficou para sempre associada aos dois. Era na Quinta das Lágrimas onde se encontravam e passavam o tempo. No local, ainda hoje existem 2 fontes: a Fonte dos Amores e a Fonte das Lágrimas, imortalizadas por Luís de Camões nos Lusíadas. Diz a lenda que os nomes das fontes não foram escolhidos por acaso: na primeira era onde o casal se encontrava e na segunda foi o local da morte de Inês de Castro.
Lenda ou não, o que se sabe é que D. Afonso IV, pai de D. Pedro, aproveitou a ausência do seu filho e, sabendo que Inês estava sozinha em Coimbra, deslocou-se para este local de forma a proferir a sua sentença. De pouco valeram as súplicas de Inês de Castro, agarrada aos seus filhos, os netos do monarca.
Curiosamente, o local onde este amor e a sua tragédia aconteceram, a Quinta das Lágrimas, está associado a outro grande nome da história de Coimbra: a Rainha Santa Isabel. Foi ela quem mandou construir o Paço de Santa Clara e os seus jardins deixou-os em herança para os futuros herdeiros da coroa. Anos mais tarde, seria aqui que o seu neto, D. Pedro, viveria com Inês.
Talvez os amores de Pedro e Inês tenha servido de inspiração a muitas histórias de amor dos estudantes de Coimbra (sem o final trágico, claro). O certo é que todas estas lendas e histórias acerca da cidade e das desventuras de quem aqui viveu dão-lhe um carisma especial e muito difícil de explicar. Coimbra não se vive, sente-se.
E pode sentir um pouco da alma da cidade passeando pelas suas ruas, perdendo-se pelos seus becos e vagueando pelas suas praças. Há muito para visitar e é fácil perder aqui 2 ou 3 dias sem sequer apreciar todos os detalhes.
Para além das já referidas, a Universidade e a Quinta das Lágrimas, destaque também para a Sé Velha, a Biblioteca Joanina, o Jardim da Manga, o Jardim Botânico, o Museu Nacional Machado de Castro ou os Parques da Cidade. São apenas alguns dos melhores exemplos daquilo que pode visitar em Coimbra.
No final do seu passeio, voltará para casa que descobriu aquela que é uma das cidades mais charmosas e carismáticas de Portugal: Coimbra, a cidade que tem mais encanto na hora da despedida. Mas não se despeça completamente e volte sempre que possa. Afinal de contas, Coimbra parece chamar por nós a cada momento, em cada detalhe.