Se adora plantas e flores, provavelmente já se questionou como fazer com que elas cresçam mais rápido e mais bonitas. Afinal, quem não gosta de ter um jardim florido, uma horta produtiva ou um vaso cheio de vida? Mas nem sempre é fácil conseguir esse resultado, especialmente se não tem muita experiência ou tempo para cuidar das suas plantas.
As plantas são seres vivos que precisam de certas condições para se desenvolverem bem. Precisam de luz, água, nutrientes, ar e espaço para crescerem. Além disso, também são afetadas pelo clima, pelo solo, pelas pragas e pelas doenças. Por isso, é importante conhecer as necessidades específicas de cada espécie e oferecer-lhes os cuidados adequados.
Mas não se preocupe, pois existem alguns truques e dicas simples que podem ajudá-lo a acelerar o crescimento das suas plantas e torná-las mais saudáveis e vigorosas.
Como escolher o substrato adequado
O substrato é o meio onde as plantas são cultivadas, seja no solo ou em vasos. Ele é responsável por fornecer água, nutrientes e oxigénio às raízes das plantas, além de sustentá-las. Por isso, é fundamental escolher um substrato adequado para cada tipo de planta, pois isso influencia diretamente no seu crescimento.
Um bom substrato deve ter as seguintes características:
- Ser poroso, para permitir a drenagem da água e a aeração das raízes.
- Ser fértil, para fornecer os nutrientes essenciais às plantas.
- Ser leve, para facilitar o manuseamento e o transporte dos vasos.
- Ser livre de pragas e doenças, para evitar contaminações.
Existem vários tipos de substratos disponíveis no mercado, como turfa, perlite, vermiculite, areia, casca de pinheiro, fibra de coco, etc. Cada um deles tem vantagens e desvantagens, dependendo da espécie que se quer cultivar. Por exemplo:
- As plantas aquáticas e ribeirinhas preferem substratos ricos em matéria orgânica e com boa capacidade de retenção de água, como a turfa preta misturada com perlite ou areia de rio.
- As árvores e arbustos adaptam-se melhor a substratos que oferecem uma boa estrutura e estabilidade, como a turfa preta ou a casca de pinheiro misturada com perlite.
- Os bonsais exigem substratos que proporcionam uma boa drenagem e uma boa troca gasosa, como a akadama ou a kiryuzuna.
- As plantas carnívoras necessitam de substratos ácidos e pobres em nutrientes, como a turfa loira misturada com perlite.
- As hortaliças beneficiam-se de substratos que contêm matéria orgânica decomposta e que favorecem o desenvolvimento das raízes, como a casca de pinheiro misturada com perlite e composto orgânico.
- As plantas com flores desenvolvem-se bem em substratos universais ou específicos para cada espécie, desde que tenham uma boa drenagem e uma boa fertilidade.
- As suculentas (cactos e outras) requerem substratos porosos e arenosos, que evitam o encharcamento e o apodrecimento das raízes.
Portanto, antes de escolher o substrato para as suas plantas, informe-se sobre as características da espécie que quer cultivar e procure um substrato que atenda às suas necessidades.
Como fertilizar as plantas corretamente
A fertilização é uma prática que consiste em fornecer às plantas nutrientes adicionais, que podem não estar presentes no substrato ou que podem ser insuficientes para o seu crescimento. É essencial para estimular o desenvolvimento das plantas, especialmente durante a primavera e o verão, que são as estações mais propícias para o seu crescimento.
Existem dois tipos principais de fertilizantes: os orgânicos e os inorgânicos. Os orgânicos são aqueles que provêm de fontes naturais, como estrume, húmus, farinha de ossos, etc. Têm a vantagem de melhorar a estrutura e a vida do solo, além de fornecerem nutrientes de forma gradual e equilibrada. No entanto, também têm algumas desvantagens, como a dificuldade de dosagem, a demora na libertação dos nutrientes e o risco de contaminação por patogénios.
Os fertilizantes inorgânicos são aqueles que são produzidos industrialmente, como os sais minerais, os granulados e os líquidos. Têm a vantagem de fornecerem nutrientes de forma imediata e precisa, além de serem fáceis de aplicar e armazenar. As desvantagens são o custo elevado, o risco de salinização do solo e a possibilidade de causarem queimaduras nas plantas se usados em excesso.
Para escolher o tipo de fertilizante mais adequado para as suas plantas, deve levar em conta os seguintes fatores:
- A espécie da planta: cada planta tem uma exigência nutricional diferente, que pode variar de acordo com o seu ciclo de vida, o seu porte e a sua finalidade. Por exemplo, as plantas com flores geralmente precisam de mais fósforo do que as plantas verdes, que precisam de mais azoto. Além disso, as plantas carnívoras não devem receber nenhum tipo de fertilizante, pois elas alimentam-se dos insetos que capturam.
- A composição do substrato: o substrato pode ser mais ou menos rico em nutrientes, dependendo da sua origem e da sua qualidade. Por exemplo, um substrato universal já contém uma quantidade suficiente de nutrientes para as plantas comuns, mas um substrato pobre em matéria orgânica pode precisar de uma fertilização complementar.
- A época do ano: a fertilização deve ser feita durante o período vegetativo das plantas, ou seja, quando estão em pleno crescimento e floração. Geralmente, isto ocorre na primavera e no verão, mas pode variar de acordo com o clima e a espécie. No outono e no inverno, a fertilização deve ser reduzida ou suspensa, pois as plantas entram em repouso ou dormência.
- A forma de aplicação: a fertilização pode ser feita de diferentes formas, dependendo do tipo de fertilizante escolhido. Os fertilizantes orgânicos podem ser incorporados ao substrato ou aplicados na superfície. Os fertilizantes inorgânicos podem ser dissolvidos na água de rega ou pulverizados nas folhas. Em qualquer caso, é importante seguir as instruções do fabricante e respeitar as doses e os intervalos recomendados.
Como regar as plantas adequadamente
A rega é outra prática fundamental para o crescimento das plantas, pois é através da água que elas absorvem os nutrientes do substrato e realizam a fotossíntese. Deve ser feita com regularidade e moderação, evitando tanto o excesso quanto a falta de água.
O excesso de água pode causar problemas como o encharcamento do substrato, a asfixia das raízes, o apodrecimento dos caules e das folhas e o surgimento de fungos e bactérias. A falta de água pode causar problemas como a desidratação das células vegetais, a queda das folhas e das flores e a morte das plantas.
Para regar as plantas corretamente, deve levar em conta os seguintes fatores:
- A espécie da planta: cada planta tem uma necessidade hídrica diferente, que pode variar de acordo com o seu tipo de raiz, o seu tipo de folha, a sua época de floração e frutificação e o seu habitat natural. Por exemplo, as plantas que vivem em ambientes secos ou áridos, como as suculentas e os cactos, precisam de pouca água e podem resistir a longos períodos de seca. As plantas que vivem em ambientes húmidos ou tropicais, como as orquídeas e as bromélias, precisam de muita água e não toleram a falta de humidade.
- O tipo de raiz da planta influencia na sua capacidade de absorver água do substrato. As plantas com raízes profundas e grossas, como as árvores e os arbustos, conseguem explorar melhor a humidade do solo e resistir a períodos de seca. As plantas com raízes superficiais e finas, como as hortaliças e as flores, dependem mais da rega frequente e regular.
- O tipo de folha da planta também afeta a sua necessidade hídrica, pois é através das folhas que as plantas perdem água por evaporação. As plantas com folhas grandes e finas, como as samambaias e as begónias, transpiram mais e precisam de mais água. As plantas com folhas pequenas e grossas, como as suculentas e os cactos, transpiram menos e precisam de menos água.
- A época do ano: a rega deve ser adaptada às estações do ano, pois elas influenciam na temperatura, na luminosidade e na humidade do ar. No verão, as plantas tendem a crescer mais e a transpirar mais, por isso precisam de mais água. No inverno, as plantas tendem a entrar em repouso ou dormência, por isso precisam de menos água.
- A hora do dia: a rega deve ser feita preferencialmente pela manhã ou à noite, pois são os momentos em que a temperatura é mais amena e a evaporação é menor. A rega ao meio-dia deve ser evitada, pois pode causar queimaduras nas folhas e desperdício de água.
- A forma de rega: a rega pode ser feita de diferentes formas, dependendo do tipo de planta e do tipo de vaso. A rega por imersão consiste em mergulhar o vaso num recipiente com água até que o substrato fique completamente húmido. Esta forma é indicada para plantas que gostam de muita água, como as orquídeas e as violetas. A rega por aspersão consiste em borrifar água nas folhas e no substrato com um pulverizador. Esta forma é indicada para plantas que gostam de humidade no ar, como as bromélias e as carnívoras. A rega por gotejamento consiste em deixar cair gotas de água no substrato com uma mangueira ou um sistema automático. Essa forma é indicada para plantas que precisam de pouca água, como os cactos e as suculentas.
Portanto, antes de regar as suas plantas, informe-se sobre as características da espécie que quer cultivar e procure uma forma de rega que atenda às suas necessidades.
Como podar as plantas corretamente
A poda é uma prática que consiste em cortar partes das plantas, como ramos, folhas ou flores. A poda tem vários objetivos, como:
- Estimular o crescimento das plantas, eliminando partes velhas, doentes ou danificadas.
- Controlar o tamanho e a forma das plantas, dando-lhes um aspeto mais harmonioso e estético.
- Favorecer a floração e a frutificação das plantas, removendo os botões ou os frutos em excesso ou fora de época.
- Prevenir ou combater pragas e doenças, evitando o acúmulo de folhas secas ou infetadas.
Para podar as plantas corretamente, deve levar em conta os seguintes fatores:
A espécie da planta
Cada planta tem uma época e uma forma de poda diferente, que pode variar de acordo com o seu ciclo de vida, o seu porte e a sua finalidade. Por exemplo, as roseiras devem ser podadas no final do inverno ou no início da primavera, cortando-se os ramos secos ou fracos e deixando-se apenas três ou quatro gemas por ramo.
As hortênsias devem ser podadas no final do verão ou no início do outono, cortando-se as flores murchas e deixando-se apenas dois pares de folhas por ramo. As alfazemas devem ser podadas logo após a floração, cortando-se cerca de um terço da parte superior dos ramos.
A ferramenta de poda
A ferramenta de poda deve ser adequada ao tipo e ao tamanho da planta que se quer podar. Existem vários tipos de ferramentas de poda, como tesouras, facas, serras, alicates, etc. Cada uma delas tem vantagens e desvantagens, dependendo da espécie que se quer podar.
Por exemplo, as tesouras são indicadas para plantas com ramos finos e flexíveis, como as herbáceas e as flores. As facas são indicadas para plantas com ramos grossos e lenhosos, como as árvores e os arbustos.
As serras são indicadas para plantas com ramos muito grossos e duros, como as palmeiras e os bambus. Os alicates são indicados para plantas com espinhos ou acúleos, como os cactos e as rosas.
A higiene da poda
A higiene da poda é essencial para evitar a transmissão de pragas e doenças entre as plantas. Para isso, é importante seguir algumas recomendações, como:
- Desinfetar as ferramentas de poda antes e depois de cada uso, usando álcool ou lixívia.
- Fazer cortes limpos e inclinados, evitando deixar pontas ou rasgos que possam facilitar a entrada de patogénios.
- Cobrir os cortes com pasta cicatrizante ou cera de abelha, para proteger as feridas e acelerar a cicatrização.
- Retirar e descartar os restos de poda, evitando deixá-los no solo ou no vaso, pois podem atrair insetos ou fungos.
Portanto, antes de podar as suas plantas, informe-se sobre as características da espécie que quer cultivar e procure uma ferramenta e uma técnica de poda que atendam às suas necessidades.
Como associar as plantas corretamente
A associação das plantas é uma prática que consiste em cultivar diferentes espécies juntas, de forma que elas se beneficiem mutuamente. A associação das plantas pode ter vários benefícios, como:
- Melhorar o aproveitamento do espaço, da luz e dos nutrientes do solo.
- Aumentar a produtividade e a qualidade das plantas, estimulando o seu crescimento e a sua resistência.
- Reduzir o uso de agroquímicos e fertilizantes artificiais, favorecendo o equilíbrio biológico e a sustentabilidade do cultivo.
- Embelezar o ambiente, criando combinações harmoniosas de cores, formas e aromas.
Para associar as plantas corretamente, deve levar em conta os seguintes fatores:
A compatibilidade das plantas
Nem todas as plantas se dão bem entre si, pois algumas podem competir ou prejudicar umas às outras. Por isso, é importante conhecer as características de cada espécie e escolher aquelas que se complementam ou se beneficiam.
Por exemplo, as leguminosas (como o feijão e a ervilha) são boas companheiras para quase todas as plantas, pois elas fixam o azoto no solo e o disponibilizam para as outras plantas.
As aromáticas (como o alecrim e a hortelã) são boas companheiras para muitas plantas, pois elas repelem pragas com o seu cheiro forte. As flores (como a calêndula e o cravo) são boas companheiras para muitas plantas, pois elas atraem polinizadores com a sua beleza.
A altura das plantas
A altura das plantas influencia na forma como elas aproveitam a luz solar e na forma como elas interagem entre si. Por isso, é importante combinar plantas de alturas diferentes, de forma que elas não façam sombra umas às outras.
Por exemplo, as plantas altas (como o girassol e o milho) devem ser cultivadas a norte ou ao fundo do canteiro ou do vaso, para não bloquearem a luz das outras plantas. As plantas médias (como o tomate e a couve) devem ser cultivadas no centro ou na frente do canteiro ou do vaso, para receberem luz suficiente.
As plantas baixas (como o morango e a alface) devem ser cultivadas nas bordas ou entre as outras plantas, para aproveitarem a humidade do solo e cobrirem as áreas vazias.
Portanto, antes de associar as suas plantas, informe-se sobre as características da espécie que quer cultivar e procure uma associação que atenda às suas necessidades.