O português tem as suas raízes na mesma língua que originou a maioria dos idiomas europeus e até asiáticos. Devido a migrações humanas, esta língua-mãe acabou por se dividir em cinco ramos: o helénico, de onde se originou o grego; o românico, de onde se originaram as línguas latinas como o francês, espanhol e português; o germânico, que deu origem ao inglês e alemão; o céltico, que deu origem ao gaélico; e o ramo eslavo, que originou diversos idiomas falados na Europa Oriental, como o polaco.
Não se sabe ao certo em qua ano surgiu a língua portuguesa, porque as línguas são bastante fluídas. Um determinado dialeto é falado por uma população e vai evoluindo gradualmente até ao ponto em que se tornem uma língua oficial adotada por determinado país, continuando a sua evolução a partir daí.
27 de junho de 1214 seria, no entanto, uma boa data para se atribuir ao “nascimento” do português, já que é a data do testamento de D. Afonso II, tido por especialistas como o documento mais antigo escrito em português.
O português teve origem a partir do latim vulgar, usado pelo povo na época romana. Como referências, existia também o latim clássico, usado por pessoas cultas e de classes dominantes.
O latim foi introduzido na península ibérica pelos conquistadores romanos, que invadiram também outros locais, dando origem ao que hoje chamamos línguas neolatinas. Só na Península Ibérica, podemos destacar como exemplos o catalão, o castelhano e o galaico-português, do qual se originou o português.
Ao latim trazido pelos romanos mesclaram-se outros substratos linguísticos que já existiam, dando origem ao ramo linguístico conhecido com romance, que se modificaram com o tempo até chegarem às línguas que hoje falamos.
Com as invasões germânicas e árabes, a língua voltou a sofrer modificações, apesar do idioma desses invasores nunca se ter estabelecido totalmente. Foi apenas no século XI, altura em que os cristãos se fixaram na Península, que o galaico-português passou a ser falado no território que hoje corresponde a Portugal e partes da Galiza.
Os dialetos do sul do país tomaram mais evidência em meados do séc. XIV, voltando a alterar a nossa língua e acentuando as diferenças entre o galego e o português.
Esta separação foi também acentuada pela autonomia política de Portugal, que se acentuou ainda mais no século seguinte, com os Descobrimentos. Estas navegações levaram a nossa língua a terras de África, da Ásia e da América, dando origem a novos dialetos crioulos que ainda hoje se usam.
O português, tal como as restantes línguas, não é estática e está em permanente alteração, em conformidade com o dialeto falado e com a introdução de novos termos, maioritariamente relacionados com a tecnologia e com anglicanismos.
Esta evolução das línguas é sempre algo de positivo, porque mostra que ainda são faladas e que têm relevo na vida das populações, ao contrário do que acontece com línguas mortas como o latim que, por não serem já usadas, não evoluem.
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