Braga é uma cidade que combina a energia jovem e vibrante com mais de dois milénios de história. Situada no coração do Minho, esta terra de tradições e lendas continua a surpreender quem por lá passa. Vamos explorar algumas das curiosidades que fazem de Braga um lugar tão especial – e, quem sabe, arrancar-lhe um ou dois sorrisos.
1. Braga e os dias da Semana: uma revolução linguística
Já se perguntou por que razão em português dizemos “segunda-feira” em vez de algo como segunda-feira ou Lunes? Pode agradecer (ou culpar) São Martinho de Dume, antigo bispo de Braga.
Este homem visionário decidiu, no I Concílio de Braga, que os dias da semana deveriam ter nomes mais consentâneos com os valores cristãos, afastando-se das raízes pagãs. Assim nasceram as famosas feriae, que deram origem às atuais “feiras”.
Mas nem tudo correu como planeado. O resto do mundo ignorou esta mudança, e só em Portugal as novas designações vingaram. Curiosidade extra: o termo “feriado” também vem deste esquema. Parece que Braga, para além de moldar os nossos calendários, deu-nos uma boa desculpa para dias de descanso.
2. Lendas de amor e galos misteriosos
Dizem que quem encontrar os três galos escondidos na fachada da Igreja de Santa Cruz tem casamento garantido. Mas atenção, porque enquanto os dois primeiros são fáceis de ver, o terceiro é um verdadeiro jogo de onde está o Wally?.
Se esta lenda não lhe servir, pode sempre tentar a sua sorte com São Longuinho, no Santuário do Bom Jesus. Reza a história que este santo ajudou a unir um casal apaixonado contra todas as probabilidades, simbolizando o triunfo do verdadeiro amor.
No São João, muitas raparigas ainda fazem preces à estátua de São Longuinho, à espera que o casamento não tarde. E se não resultar? Bem, talvez seja altura de rever as suas habilidades para encontrar galos!
3. O Abade de Priscos e a arte de cozinhar
Braga não vive só de lendas; também tem espaço para histórias deliciosas. Manuel Joaquim Machado Rebelo, conhecido como o Abade de Priscos, foi um verdadeiro mestre da cozinha no século XIX. O seu pudim, que tem o seu nome, continua a ser uma iguaria indispensável no Minho.
Mas o Abade não era apenas um cozinheiro – era também um homem de humor refinado. Quando D. Luís lhe perguntou sobre os ingredientes de um prato surpreendente, respondeu-lhe com um sorriso: “Majestade, todos comem palha, a questão é saber dá-la.” Um génio, tanto na cozinha como nas palavras.
4. Braga: uma cidade feliz
De acordo com o Eurobarómetro, 97% dos bracarenses estão satisfeitos por viver na sua cidade, o que faz de Braga a cidade mais feliz de Portugal e uma das mais felizes da Europa. Se acha que isto é conversa fiada, visite a cidade e veja como até os cafés parecem ter um charme extra – talvez seja o bolo com o café ou o sorriso de quem o serve.
5. A pedreira que conquistou o mundo
O Estádio Municipal de Braga, carinhosamente conhecido por “A Pedreira”, é uma obra-prima de engenharia e arquitetura. Com vista para um vale e uma antiga pedreira no topo, este estádio inovador já ganhou diversos prémios, incluindo o prestigiado Prémio Secil e elogios do mundo inteiro.
E se pensa que está apenas a ver cimento e pedra, saiba que o arquiteto Eduardo Souto Moura até já ganhou o Prémio Pritzker – algo como o “Óscar da Arquitetura”. Não é todos os dias que uma pedreira rouba o protagonismo internacional.
Braga é, sem dúvida, uma cidade que equilibra o passado e o presente com uma mestria inigualável. Quer venha pelas histórias, pela comida ou apenas pela felicidade contagiante, uma coisa é certa: em Braga, há sempre algo para descobrir – ou, no mínimo, um galo para encontrar.