Existem muitos factos acerca da capital que damos como certos, mas cuja origem ou autenticidade desconhecemos. Afinal, Lisboa é uma das mais antigas capitais da Europa, com uma história milenar onde se podem encontrar pequenos detalhes que ainda hoje têm expressão. Deixamos-lhe 15 curiosidades sobre Lisboa que vai adorar descobrir!
1. Por que se chamam “almeidas” aos homens do lixo?
A origem do nome não é particularmente fantasiosa. Chama-se “almeidas” aos homens do lixo porque os primeiros a fazer esse tipo de trabalho na capital eram originários de Almeida, na Guarda. O nome pegou e ainda hoje é muito utilizado, apesar de muitos não saberem a origem da expressão.
2. Por que razão há um arco no meio da Praça de Espanha?
Este arco fazia em tempos parte do Aqueduto das Águas Livres e estava na Rua de São Bento. Durante umas obras de remodelação, em 1938, foi desmontado, tendo ficado espalhado pela Praça de Espanha. Foi só em 1998 que se devolveu a sua forma original e se colocou o arco no local onde hoje está.
3. É verdade que é proibido dar de comer aos pombos?
De acordo com o nº1 do 60º artigo do Regulamento de Resíduos Sólidos, é de facto proibido dar de comer aos pombos na capital. Isto porque a dieta é fundamental para que eles não se reproduzam. Se os pombos forem alimentados, não irão comer o milho contracetivo, distribuído pela cidade com o objetivo de controlar a população de pombos.
4. Quanto recebe o presidente da Câmara?
O presidente da Câmara de Lisboa (e o do Porto) ganham 55% do salário base do presidente da República. Ou seja, recebe 3.587€. O cálculo do ordenado dos presidentes de Câmara em todo o país é feito com base no número de eleitores que cada município tem.
5. A rua da Betesga é assim tão pequena?
Esta rua é tida como a mais pequena de Lisboa, tendo aproximadamente 10 metros de comprimento. Daí vem a expressão “meter o Rossio na rua da Betesga”, usada quando se tenta tirar algo grande por um espaço pequeno.
6. Porque é que o corvo é o símbolo de Lisboa?
Na altura da ocupação muçulmana, São Vicente foi martirizado pelos mouros, sendo que os cristãos de Valência quiseram levar o seu corpo para as Astúrias, único local que na altura não estava sob ocupação muçulmana. No entanto, não passaram para além do Algarve, tendo aí sepultado o mártir e criado a aldeia de São Vicente. Anos mais tarde, D. Afonso Henriques conquista o Algarve, mas a aldeia é destruída, não se sabendo ao certo onde se encontrava o corpo do mártir.
Vê-se então um bando de corvos a sobrevoar de forma insistente um local, onde foram descobertos os restos mortais do santo. Em 1176, D. Afonso Henriques ordena que estes rumem a Lisboa, sendo que o barco escolhido para o efeito é sempre acompanhado e protegido por dois corvos ao longo do percurso. Por isso, e uma vez que São Vicente é o padroeiro de Lisboa, o símbolo da cidade são os corvos.
7. O Bugio tem faroleiro?
O farol no Forte de São Vicente do Bugio deixou de ser fortificação em 1945 e passou a ser automático em 1981, sendo que no ano seguinte os faroleiros foram mandados para casa. Desde então, o farol não foi mais ocupado.
8. Qual é a pata direita do cavalo de D. José?
É a pata esquerda. Este trocadilho, tão velho como a estátua em si, tem a sua origem no facto de a pata direita do cavalo de D. José estar ligeiramente dobrada, pelo que a única para a direita é a esquerda.
9. É mesmo verdade que a estátua no Rossio é de um imperador mexicano?
A ideia de que a estátua no Rossio não é de D. Pedro IV, e sim de um imperador mexicano, é apenas um mito urbano. A lenda diz que o escultor tinha feito uma estátua do imperador Maximiliano do México, mas que este fora entretanto fuzilado. Então, o escultor aproveitou a peça e reciclou-a para fazer a estátua de D. Pedro. Mas tanto quanto se sabe, isto não passa de uma lenda.
10. Onde é que fica a Primeira Circular?
A Primeira Circular existiu, circulando a cidade no séc. XIX. Começava no Largo de Alcântara e passava pela rua D. Carlos, a rua Marquês de Fronteira, Duque de Ávila, Praça do Chile e subia pela Morais Soares, para descer até Santa Apolónia. Representava na época os limites da cidade, que, entretanto, foram ultrapassados, o que levou a fazer-se a Segunda Circular.
11. Afinal, quanto tempo demoraram as obras de Santa Engrácia?
No total, demoraram 284 anos, de 1682 a 1966. Daqui nasceu a expressão “como as obras de Santa Engrácia”, usada para nos referirmos a algo que ou nunca chegará a acontecer, ou que demorará muito a ser feito.
12. Porque é que os lisboetas são chamados de “alfacinhas”?
Embora não se saiba com certeza, pensa-se que o termo veio do facto de se cultivarem muitas alfaces em Lisboa, algo que acontecia já no tempo dos mouros, uma vez que a palavra alface é de origem árabe. Assim, ficou a designação, que ainda hoje é usada.
13. Lisboa tem mesmo sete colinas?
As sete colinas de Lisboa são referidas pela primeira vez no séc. XVII, no Livro das Grandezas de Lisboa, de Frei Nicolau de Oliveira. Este desejava aproximar a nossa capital de Roma, cidade essa com sete colinas, pelo que se criou então a ideia de que Lisboa tinha a mesma característica.
Ao avistar a cidade de barco, Frei Nicolau nomeou-as: Castelo, São Vicente, São Roque, Santo André, Santa Catarina, Chagas e Sant’Ana. Curiosamente, a colina da Graça, a mais alta, ficou de fora da lista, uma vez que daquela perspetiva era encoberta pela colina do Castelo. Mas a ideia das sete colinas não passa de um mito. Muitos estudiosos dizem, aliás, que Lisboa não terá, em bom rigor, mais de cinco colinas.
14. De onde vem o nome Chiado?
Chiado é um pitoresco largo, na zona da Baixa de Lisboa. Não se sabe de onde veio este nome, mas há teorias. Para uns, o nome vem do chiar das rodas das carroças que por ali passavam. Para outros, o nome deriva da alcunha do poeta do séc. XVI, António Ribeiro, conhecido como o Chiado, e que tem uma estátua nesse largo. Para outros, o nome vem sim de uma alcunha, mas de um Gaspar Dias, taberneiro quinhentista e proprietário de um estabelecimento em frente ao Convento do Espírito Santo, mais tarde Palácio Barcelinhos e hoje Armazéns do Chiado.
15. Porque é que o símbolo do Benfica tem uma roda de bicicleta?
Poucos repararam que o emblema do clube tem esta particularidade, mas o que é certo é que ela está lá. A explicação remonta aos anos do primeiro campo de jogos, na Quinta da Feiteira. Na altura, o clube tinha pouco dinheiro, e muitos jogadores acabaram por ir jogar para o Sporting. Assim, fez-se uma fusão entre o Sport Lisboa e o Grupo Sport Benfica, que tinha como modalidade principal o ciclismo. Assim se deu origem ao atual emblema, contendo a roda da bicicleta, e ao nome: Sport Lisboa e Benfica.