Já alguma vez ouviu falar da fragata “D. Fernando II e Glória”? Apesar de ter sido o último grande navio à vela da Marinha Portuguesa e a última “nau” a fazer a “Carreira da Índia” (que ligou Portugal e aquela antiga colónia durante mais de 3 séculos, desde o século XVI), a verdade é que a história da fragata e a embarcação em si não são muito divulgadas junto do grande público.
Este foi o último grande navio construído nos estaleiros do antigo Arsenal Real de Marinha de Damão, tendo começado a ser construído em 1832 pelo guarda-marinha construtor naval Gil José da Conceição e pelo muçulmano Yaodó Semogi. A intenção era que esta fosse uma das melhores embarcações, e por essa razão se criou um casco com madeira de teca vinda de Nagar-Aveli, considerada a madeira mais resistente e de maior qualidade.
Em outubro de 1843, onze anos depois, a última fragata à vela construída em Damão foi lançada à água e rebocada para Goa, de modo a ser aparelhada em galera. Foi apenas em 1845 que a viagem inaugural de Goa para Lisboa se realizou, sendo que a carga, tal como no caso das naus quinhentistas, era pimenta.
A fragata recebeu o nome de “D. Fernando II e Glória” em homenagem ao rei consorte, D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II, e por ter sido entregue à proteção de Nossa Senhora da Glória, a quem os habitantes de Goa eram muito devotos.
A fragata não era muito artilhada, tendo apenas 50 bocas de fogo, mas navegou 33 anos num total de 100 mil milhas (ou cinco voltas ao mundo). A embarcação chegou a transportar 650 pessoas, o que é um número de relevo.
A embarcação efetuou inúmeras viagens à Índia, Moçambique e Angola, transportando militares, degredados e suas famílias e mercadorias preciosas. Destaca-se a participação na ocupação de Ambriz, em Angola, que em 1865 se tinha revoltado por instigação inglesa. De igual destaque é a última viagem como nau da Carreira das Índias, em 1861, na qual desarvorou, tendo chegado a Lisboa com uma mastreação temporária, improvisada em Moçambique.
Em 1865, a “D. Fernando” substituiu a nau Vasco da Gama como Escola de Artilharia Naval, sendo que a última missão em mar foi desempenhada em 1878, numa viagem de instrução de guarda-marinhas à Madeira e aos Açores. Nessa viagem, a tripulação chegou a salvar a tripulação da barca americana Laurence Boston, que se tinha incendiado ao largo da ilha de S. Miguel.
Em 1938, a fragata deixou de funcionar como escola, passando a ter as funções de navio-chefe das Forças Navais do Tejo, até 1940. Acabou depois por ser sede da “Obra Social da Fragata D. Fernando”, que ajudava rapazes de famílias com maiores dificuldades a receber instrução na marinha.
Em 1967, a embarcação sofreu um incêndio violento, que a consumiu até à linha da água, tendo a fragata ficado encalhada e semi-submersa no Mar da Palha, em frente a Lisboa. Foi só nos anos 70 que surgiu um movimento a favor da sua recuperação, mas só em 1990 é que o passo decisivo foi dado, com a assinatura de um protocolo que envolvia a Armada e a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
A ideia era criar um museu destinado a divulgar Portugal e a sua história e cultura. Como o restauro era fiel, não se pretendia que o navio tivesse motor, algo que foi respeitado. O projeto de recuperação foi confiado à Marinha, tendo a execução da obra sido feita no Arsenal do Alfeite. Grande parte da reconstrução foi realizada no estaleiro Riamarine de Aveiro, a partir de 1992, tendo finalmente a embarcação sido mastreada no Alfeite em 1997.
O projeto ficou pronto a 27 de fevereiro de 1998, a tempo de ser exposta a embarcação no recinto da EXPO’98, comemorando-se assim os 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia. Num só dia, a fragata-museu recebeu cerca de 13.000 visitantes.
Hoje, ainda está aberta ao público em exposição permanente, podendo ser visitada na Doca de Cacilhas, em Almada. É considerado o oitavo navio de guerra mais antigo do mundo.
A Fragata atualmente não está na doca de Alcântara mas sim em Cacilhas.
A informação não está correcta. A fragata, ou navio, está instalada numa doca para visitas em Cacilhas, Almada e não em Lisboa como é incorrectamente dito. É muito próximo de Lisboa, a sul do rio Tejo, acessível por travessia de barco a partir da Estação Fluvial do Cais do Sodré em Lisboa.
pena e estar a morrer en cacilhas ja esta meia desarmada algum começam a vender madera pra lenha