Por alturas do casamento do rei Beorhtric de Wessex com a rainha Eadburh, foram avistadas embarcações vikings ao largo das ilhas britânicas pela primeira vez. Não sabendo do que se tratava, Beorhtric mandou alguns emissários à costa, para que convidassem os estrangeiros para a sua residência real.
Em vez disso, os vikings decidiram assassinar estes emissários. Regressam passados 4 anos, desembarcando em Lindisfarne em 793, pilhando e destruindo o mosteiro que ali existia. Tinha começado a época de expansão dos marinheiros do Norte.
Ao longo de cerca de 300 anos, os vikings conquistaram e colonizaram diversos pontos da Europa, chegaram à América do Norte e passaram pelo Médio Oriente. Pelo caminho, destruíram cidades e aldeias, mas também ajudaram a fundar novas localidades, como é o caso de Dublin. Na Península Ibérica, o seu rasto é menos evidente, tendo os vikings deixado apenas uma memória vaga que muitas vezes mistura a realidade com a ficção.
Segundo alguns textos irlandeses, depois da conquista de York em 867, dois vikings dedicaram-se à pirataria nas ilhas britânicas e na região da atual França. Seguindo a linha da costa, acabaram por chegar à Península Ibérica, onde fizeram um ataque antes de seguir para o norte de África.
Não se sabe muito bem o que se passou naquele ataque, no verão de 844. Sabemos que foi na Corunha, em inícios de agosto, mas não sabemos quanto tempo durou ou o que os vikings fizeram ao certo.
Na verdade, no que toca à presença viking na Península Ibérica, são mais as perguntas do que as respostas. O que se sabe é que, antes de irem para a Galiza, os vikings pararam em Toulouse, entrando pelo rio Garrone para pilhar a região, e depois seguiram para sul, atravessaram o mar e entraram na Galiza em inícios de agosto.
À frente do Reino das Astúrias, naquele tempo, estava Ramiro I que, perante a ameaça, organizou os seus exércitos para combater os estrangeiros. Felizmente para Ramiro, uma boa parte dos nórdicos morrera durante uma tempestade, que os tinha surpreendido durante a travessia. Os sobreviventes foram derrotados perto de Farum Brecatium, local que é geralmente apontado como sendo a Corunha.
Derrotados, os nórdicos fizeram-se ao mar, chegando a Lisboa cerca de 3 semanas mais tarde. Não se sabe porque demoraram tanto tempo a percorrer a costa, até porque a viagem deveria durar apenas alguns dias.
Existem duas teorias para explicar esta demora. Uma diz-nos que devem ter existido ataques mais curtos ao longo do caminho para Lisboa; a outra diz-nos que a incursão ao norte da Galiza foi mais longa do que se julga.
Outra coisa que não sabemos ao certo é quantas embarcações chegaram a Lisboa: numa carta enviada para Córdova, o governador de Lisboa menciona “54 navios nórdicos e 54 qaribs” (nome árabe para navios de menor dimensão), mas outra fonte refere 80 embarcações.
Seja como for, a informação parece ser algo exagerada e talvez baseada em estimativas. Os vikings ficaram por Lisboa durante 13 dias, não se sabendo se chegaram a atacar Lisboa e os seus arredores, ou se terão até chegado à margem sul do Tejo.
Depois desta incursão, os vikings só voltaram à Península Ibérica em 858, e, a partir daí, as visitas foram mais regulares. Os viking mantiveram-se ativos no território ibérico durante cerca de 200 anos, com destaque para finais do século IX e finais do século X.
A julgar pelas fontes existentes, o maior ataque nórdico em território português aconteceu nesse período, em julho de 1015, quando os vikings entraram no Douro e pilharam a zona que vai até ao rio Ave durante 9 meses, durante os quais fizeram diversos reféns que depois venderam como escravos.
O último ataque dos vikings na Península terá acontecido em meados do século XI, cerca de 1086, em Sada, no norte da Galiza. Não se sabe muito sobre o ataque, mas acredita-se que foi violento e que desestabilizou a região.
É claro que 200 anos de invasões vikings deixaram as suas marcas, com a população a deslocar-se mais para o interior e a necessidade de fortificar a costa para uma melhor defesa.
Existem relatos de cidades que deitaram parte das suas muralhas abaixo, antes da Idade Viking, pelo sentimento de segurança que existia. Escusado será dizer que essas mesmas cidades se arrependeram disso décadas mais tarde.
Tanto quanto sabemos, não chegou a existir nenhuma colónia viking na Península Ibérica. As fontes que conhecemos não são claras quanto a esse ponto, nem nunca se encontraram vestígios arqueológicos de tal colónia.
A avaliar pelo que sabemos da altura, a atividade viking nesta zona limitou-se à pirataria, de forma mais ou menos intensa e prolongada. No máximo, e graças a ataques mais prolongados, terão existido algumas bases para os vikings, que depois foram abandonadas logo de seguida.
Pensa-se que a construção das defesas costeiras se intensificou no século X, mas não existem vestígios disso no território ibérico. Apesar das invasões sangrentas, o impacto dos vikings a longo prazo foi bastante escasso, até porque a Península Ibérica já era um território de guerra antes de eles aparecerem, e continuou a sê-lo mesmo após a sua partida.
Portanto, o trauma das invasões vikings foi sendo substituído por outros, até porque passadas duas décadas começaram os ataques muçulmanos.
As estorias sobre os vikings e mouros apoiam-se sobre documentos escritos, frequentemente posteriores aos factos e sem nenhum valor cientifico.
Segundo os ultimos estudos geneticos realizados, os vikings seriam, geneticamente aparentados com os iberos ocidentais. Foi também o que eu pude deduzir através dos nomes dados ao Finmark, (marca final) a região mais setentrional da noruega e da localidade de Alta (ponto de chegada), situada jà proximo do cabo norte. Existem na escandinavia muitos megalitos, com mais de 5 000 anos, que os arqueologos noruegueses atribuem a uma população originaria do sul da Europa.
E também de realçar que no principio da nacionalidade, no século XI, jà muitos navios portugueses comerciavam com o norte da Europa, sem que haja noticias que no norte da Europa existissem frotas equivalentes.
O radical “vik” de viking e Norvik significa extremidade “bico” e “ing” de “Ingrina” , Ingland, designa a àgua salgada do mar.