O Pico Ruivo, no concelho de Santana, tem 1862 metros de altitude e é o ponto mais alto do arquipélago da Madeira, e a terceira montanha mais alta de Portugal, sendo apenas superada pela Serra da Estrela e pelo Pico, nos Açores. Poderá seguir 4 percursos pedestres até ao Pico Ruivo, sendo que o trilho mais curto e mais fácil é o da Vereda do Pico Ruivo (PR1.2), que começa na Achada do Teixeira e demora cerca de 1 hora e meia para percorrer 2,8 km.
Outras opções incluem o percurso Vereda da Ilha (PR1.1), que se inicia na Casa de Abrigo do Pico Ruivo, tem uma extensão de 8,2 km, duração de 3 horas e termina na freguesia da Ilha; e a Vereda da Encumeada (PR1.3), percurso longo e exigente de 11,2 km e duração de 6 horas, com início nas proximidades do Pico Ruivo e término na Encumeada.
Mas hoje vamos destacar o trilho Vereda do Areeiro (PR1), que tem a particularidade de ligar 3 dos picos mais altos da ilha: o Pico Ruivo, o Pico das Torres (1851 metros) e o Pico do Areeiro (1817 metros).
Este percurso de 7 km, com duração de 3h30 minutos, percorre parte da área do Maciço Montanhoso Central, que faz parte da Rede Natura 2000. O caminho inicia-se no miradouro do Pico do Areeiro e termina no Pico Ruivo. Pelo caminho, irá encontrar túneis, alguns declives acentuados e muitas paisagens maravilhosas.
Logo no início do trilho, junto à Pousada do Pico do Areeiro, podemos deparar-nos com uma paisagem única, que deve ser apreciada com calma, até porque, à medida que subimos, as nuvens envolvem a montanha e parece quase que chegamos a uma nova dimensão.
A poucos metros do início, pode também encontrar o miradouro do Ninho da Manta, de onde poderá observar o vale da Fajã da Nogueira, São Roque do Faial e uma grande parte da Cordilheira Montanhosa Central.
Seguindo o percurso, poderá encontrar diversas grutas escavadas nos tufos vulcânicos, local de abrigo para o gado e pastores, e observar diversas espécies de aves, com destaque para o canário, o corre-caminhos e a andorinha-da-serra.
Por entre estas montanhas, vive também o melro-preto, o tentilhão da Madeira, o bisbis, e ainda a endémica Freira da Madeira, a ave marinha mais ameaçada da Europa.
Para chegar ao Pico Ruivo, terá de contornar o Pico das Torres, através de uma escadaria escavada na rocha, uma subida bastante íngreme seguida de uma descida acentuada. Este percurso é acessível pela vereda Oeste, ou seja, pelos túneis, até porque a vereda Este se encontra encerrada por questões de segurança.
Nesta zona, poderá observar o urzal e vegetação de altitude, com destaque para a presença de diversos endemismos da Madeira, como a urze da Madeira, a violeta da Madeira, a orquídea das rochas e a antilídea.
Depois, chegará a parte mais difícil do percurso, que é a subida final até à Casa de Abrigo do Pico Ruivo. O local foi requalificado para servir de apoio aos turistas que por aqui passam, e é um sítio perfeito para descansar e tomar um café, um chá, um copo de vinho da região ou a típica poncha madeirense.
Uma vez chegado ao Pico Ruivo, terá duas opções. Poderá continuar pela vereda que dá acesso à Achada do Teixeira, ou fazer todo o percurso de volta até ao Pico do Areeiro, já que o trilho é linear.
Este trilho é considerado de dificuldade média, mas acaba por ser fisicamente exigente em algumas partes do percurso, pelo que deve ter isso em atenção. De qualquer forma, percorrê-lo vale muito a pena, porque iremos encontrar paisagens únicas e típicas madeirenses, que nos ficarão na memória por muito tempo.