Apesar de muitas destas brincadeiras ainda hoje serem populares, existem jogos e diversões que marcaram a nossa infância e que ainda hoje nos marcam quando nos recordamos dos tempos passados a brincar com os nossos amigos na rua. Não existiam smartphones, tablets ou iphones e a nossa infância era mais saudável e divertida. Éramos felizes e não sabíamos…
Os tempos mudam e evoluem. As crianças de hoje em dia não têm o hábito de correr e brincar na rua tal como nós tínhamos nos anos 80 ou 90. Hoje em dia, fecham-se em casa, ligados a um ecrã, e ali são capazes de passar longas horas, sem sequer se aperceberem do tempo que passa.
Para ajudar a relembrar os bons velhos tempos (ou para lhe dar algumas ideias de brincadeiras para fazer com os seus filhos ou netos) deixamos-lhe aqui 10 jogos muito populares na nossa infância.
1. Ioiô
Este brinquedo é de origem muito antiga, tendo o seu nome origem filipina, significando “volte aqui”. E é isso mesmo que este brinquedo faz. Não se sabe como um objeto tão simples, que consiste em 2 discos unidos por um eixo, teve o sucesso que teve. Mas a verdade é que o jogo se tornava mais divertido à medida que se dominava o lançamento do ioiô e os respetivos efeitos, como o “passeio do cãozinho” e o “cai e vem”.
2. Macaca
Apenas se precisava de um pouco de giz e de uma pedra pequena para ter diversão por horas a fio. Desenhavam-se no chão várias casas (retângulos) quanto se desejasse (geralmente 10) e atirava-se a pedrinha para uma destas casas. Depois, ia-se buscar a pedra ao pé-coxinho, regressando à partida da mesma forma. Nalgumas casas (as que estavam lado a lado) podiam-se colocar os dois pés.
3. Pião
Existiam (e existem) piões com todas as cores e padrões, garantindo horas de diversão e um certo espírito de colecionismo a quem tinha este brinquedo. Bastava desenhar um círculo no chão, com giz, enrolar o pião numa corda e fazê-lo girar no círculo, correndo os piões dos outros para fora desse espaço. Isto requeria alguma habilidade, mas a vitória recompensava tudo.
4. Malha
Um jogo que remonta ao tempo dos romanos, altura em que se começaram a usar ferraduras nos cavalos do exército. Para passar o tempo, os soldados lançavam estas ferraduras com a intenção de derrubar ou chegar perto de um pau. No nosso país, é também muito conhecido por “chinquilho”, sendo daí que vem o verbo achincalhar, que significa ridicularizar/humilhar, já que este jogo era passatempo das classes mais desfavorecidas.
5. Escondidas
Quanto maior a área de jogo, maior a diversão deste popular jogo de recreio e de festas de aniversário infantis. Uma criança ficava a contar em voz alta até 100, virado contra uma parede ou árvore, e ao terminar de contar anunciava em voz alta que tinha terminado, com um sonoro “aí vou eu”. Os restantes jogadores escondiam-se o melhor que podiam e, ao ver a costa livre, corriam para o local onde ocorreu a contagem, onde podia salvar uma pessoa (dizendo “1230, salvo X”, sendo que X era o nome de quem queria salvar), ou salvando toda a gente (dizendo “123 salvo todos”).
6. Salto ao eixo
Em tempos parte das aulas de ginástica, o salto ao eixo foi entretenimento para muitas crianças ao longo do tempo. O salto ao eixo nada mais é que saltar por cima de outra pessoa, que se encontrava agachada, com o trono para a frente, mãos bem apoiadas nas pernas e cabeça virada para baixo. Muitas vezes, criava-se uma espécie de percurso, com algumas crianças a saltar e outras a formar o caminho.
7. Saltar ao elástico
Este jogo era muito popular entre raparigas, embora alguns rapazes entrassem na brincadeira de vez em quando. Duas crianças faziam de “postes”, segurando o elástico nos tornozelos. A terceira criança tinha então de pular sobre o elástico, ou só com um pé ou com os dois, segundo uma cantiga que as três entoavam. Esta cantiga varia de região para região, embora na sua essência seja constituída de instruções para quem estava a saltar.
8. Sirumba
Também conhecido por jogo do polícia e ladrão, era uma atividade muito popular nos recreios. Desenhava-se um retângulo grande no chão, com seis quadrados lá dentro, divididos por corredores. Depois, decidia-se quem era o polícia e quem era o ladrão. Os polícias andavam apenas nos corredores, e os ladrões tinham de saltar de quadrado em quadrado, evitando ser tocados pelos polícias. O ladrão tinha que passar todos os quadrados até chegar ao lado oposto, sem ser apanhado, altura em que podia gritar “sirumba” para ganhar o jogo.
9. Berlinde
Existem imensos jogos que podem ser feitos com berlindes. Um dos mais populares consistia em fazer guerras com eles, um pouco como no caso do jogo do pião, em que se fazia um círculo e se tentavam tirar para fora desse círculo os berlindes dos adversários. Outro jogo consistia em tentar enfiar os berlindes de forma sucessiva em 3 covas, dispostas em linha reta. Depois, fazia-se o percurso inverso. À medida que se iam concluindo estas etapas, ficava-se com o direito de atacar os berlindes dos outros, apoderando-nos deles.
10. Jogo do mata
Não existia limite de jogadores, formando-se duas equipas de igual número de cada lado de um campo dividido a meio. O objetivo era lançar bolas e eliminar os adversários com esta. Quem tinha a bola lançava-a em direção aos adversários e, se tocasse em alguém, essa pessoa estaria “morta”. Ganhava a equipa sobrevivente.
Boa tarde meus amigos e bem haja por nos fazer reviver estas brincadeiras maravilhosas. Um abraço de LUZ para todos vós.
JC
Meus ricos tempos de infância. Mesmo debaixo de chuva, brincava-se a alguns desses jogos na hora de recreio. Claro que alguns magoavam-se mas sem gravidade