Toda a região que circunda o Rio Douro é ideal para uma escapadinha de fim de semana, seja em família, com um grupo de amigos ou com a sua cara metade. Qualquer altura é boa para visitar o Douro, mas a época das vindimas é uma das mais especiais. Mas o grande segredo do Douro, ignorado por muitos, é mesmo o Outono, quando os seus vinhedos se pintam de amarelo e vermelho.
A grande maioria dos turistas visita o Douro Vinhateiro, mas existe um outro Douro, muito mais selvagem e mais longe da intervenção humana: o Douro Internacional. Se no primeiro impera a cultura e a tradição do vinho, no segundo é a natureza que nos encanta com todo o seu esplendor, com as escarpas a precipitarem-se repentinamente no rio.
Qualquer uma destas 2 regiões tem tudo para proporcionar uma escapadinha inesquecível, seja a deambular pelas vinhas, a fazer um cruzeiro ou simplesmente a descansar numa casa de turismo rural. Descubra alguns dos melhores locais para uma escapadinha de fim de semana no Douro.
1. Provesende
No Alto Douro Vinhateiro, em Sabrosa, encontra-se a belíssima Provesende, com vista privilegiada para o Douro, Património Mundial da UNESCO, do alto do planalto onde se encontra. Como particularidade, a aldeia tem um centro rico em património histórico edificado, e a cada esquina se encontra um solar, uma casa brasonada, uma igreja ou um templo histórico.
Estas características, aliadas à rica tradição cultural que ainda se preserva hoje, fazem de Provesende uma aldeia a visitar com tempo, para um fim de semana diferente ou umas férias mais sossegadas. Todo o património se encontra extremamente bem preservado, o que atesta o cuidado e carinho com que a povoação cuida da sua história. Os edifícios seculares vivem em harmonia com o conjunto da aldeia, pelo que uma visita ao local é como voltar atrás no tempo, embora não se perdendo as comodidades atuais.
2. São Xisto
Como o próprio nome indica, aqui domina o xisto, em contraste com a margem oposto do rio Douro que daqui é possível avistar. Localizada em São João da Pesqueira, em pleno Douro vinhateiro, a aldeia de São Xisto é dominada por uma paisagem de cortar a respiração.
Aprecie os socalcos das vinhas, os típicos muros de pedra e as suas casas tradicionais. Mas não fique por aqui! Uma capela, uma fonte centenária e o Mirante Anjo Arrependido são outras das atrações de São Xisto. Perca também algum tempo a visitar os tradicionais lagares de vinho e de azeite.
3. Trevões
Tal como nas outras aldeias vinhateiras, dominam as quintas, as casas brasonadas e os solares. Em Trevões, impõe-se uma visita ao Solar dos Caiados, um dos mais imponentes da região. A casa do Adro e o Solar dos Melos também merecem uma visita, assim como o Museu de Arte Sacra, o Museu de Trevões, o Paço Episcopal e as várias igrejas e capelas da aldeia.
Como não poderia deixar de ser, a melhor forma de descobrir esta aldeia é caminhando pelas suas ruas. Trevões já foi sede de concelho e por isso possui vários edifícios interessantes, mas o melhor mesmo é apreciar as suas casas com fachadas coloridas e alpendres salientes. Aprecie todos os pequenos detalhes!
4. Barcos
Localizada nas margens do rio Távora, concelho de Tabuaço, Barcos é uma das mais típicas aldeias vinhateiras. Quintas, solares e casas senhoriais avistam-se em toda a região. Em muitas delas é mesmo possível participar nas vindimas, entre Setembro e Outubro de cada ano.
Como não poderia deixar de ser em qualquer aldeia portuguesa, a melhor forma de descobrir Barcos é passeando pelas suas ruas, apreciar cada detalhe e conversar com as suas gentes. Em cada recanto há pormenores dignos de nota e a beleza da simplicidade é o que mais se destaca nesta aldeia.
5. Favaios
Pertence ao concelho de Alijó e é uma das mais típicas aldeias do Douro Vinhateiro. Favaios é famosa, sobretudo, pelo seu moscatel. Aliás, esta bebida tornou-se tão famosa que é quase impossível dissociar o nome da aldeia deste licor. Mas há mais para ver e descobrir em Favaios!
A origem desta aldeia vem do tempo dos romanos e ainda hoje é possível visitar os restos das muralhas e do castelo dessa época. A igreja matriz e várias capelas, construídas entre os séculos XVII e XIX também merecem destaque.
Como não poderia deixar de ser, existem aqui diversas casas senhoriais e brasonadas, testemunhos da importância agrícola e vinícola desta região. Muitas dessas casas estão abertas ao público e oferecem provas de vinhos, uma experiência a não perder!
6. Pinhão
Esta vila da margem direita do Rio Douro é o centro da região demarcada do Vinho do Porto e um local onde estão localizadas várias quintas produtoras de vinho. A paisagem do Pinhão está classificada pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade.
A estação de caminhos de ferro é conhecida pelos seus 24 painéis de azulejos, que retratam as paisagens do Douro e aspetos das vindimas. Procure visitar também as diferentes quintas de Vinho do Porto, para aprender mais sobre o processo de criação deste produto único, aproveitando para fazer uma degustação do vinho e gastronomia da região.
7. Miranda do Douro
Miranda do Douro pertence ao distrito de Bragança e encontra-se nas chamadas Terras de Miranda. Nesta região, para além do português, fala-se o mirandês, que é a segunda língua oficial em Portugal e que é uma variante local da antiga língua asturo-leonesa, própria do antigo Reino de Leão.
É também o lar dos famosos Pauliteiros de Miranda. Não deixe de visitar a Sé de Miranda do Douro, o Castelo e o Ermitério os Santos. Para além disso, aproveite para se deliciar com a gastronomia da região e com as paisagens deslumbrantes, típicas do Douro, que por aqui pode encontrar.
8. Salzedas
Salzedas pertence ao concelho de Tarouca, na margem sul do rio Douro. Aqui existe um dos mais importantes e imponentes mosteiros de Portugal, construído no século XII. Foram os seus monges que impulsionaram e desenvolveram a agricultura na região, cultivando os terrenos em redor do mosteiro.
Por aqui passaram lusitanos, romanos, suevos, visigodos, muçulmanos… e também passaram judeus, como é possível constatar através da existência de uma pequena judiaria no bairro do Quelho. Vale a pena também apreciar as suas casas típicas com dois andares, sendo o rés-do-chão para os animais e o primeiro para habitação humana.
Destaque ainda para a pequena ponte românica que atravessa o Rio Varosa e a Capela do Desterro, projetada pelo famoso Nicolau Nasoni (o arquiteto da Torre dos Clérigos). Não vá embora da aldeia sem provar os famosos biscoitos de Salzedas e o licor de baga de sabugueiro.
9. Peso da Régua
É a cidade do Douro por excelência. Peso da Régua é a referência na região e o ponto de partida para visitar o vale do Douro, as suas quintas e as suas aldeias. É também um dos melhores locais onde se pode iniciar um cruzeiro pelo rio. Mas Peso da Régua tem também atrativos suficientes para merecer uma visita demorada. O Museu do Douro é o seu maior chamariz e nele pode conhecer a história da produção do Vinho do Porto.
10. Arribas do Douro
O Parque Natural do Douro Internacional abrange 122 km de troço fronteiriço do rio Douro e do seu afluente, o rio Águeda, e integra os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro. Os desfiladeiros, escavados pelos rios, são extremamente profundos, podendo chegar a ultrapassar os 200 metros, e têm uma grande beleza, embora sejam diferentes, já que no troço internacional do Douro foram sendo construídas 5 barragens, enquanto o Rio Águeda corre ainda livre.
As margens escarpadas, denominadas de arribas, têm um riquíssimo valor faunístico, especialmente no que concerne às aves. Aqui pode encontrar grifos, abutres do Egipto, cegonhas-pretas, águias-reais e águias de Bonelli, entre outras espécies.
11. Barca d’Alva
Em pleno Parque Natural do Douro Internacional, Barca d’Alva é o local onde o Douro começa a ser navegável e onde desagua o rio Águeda. A paisagem é uma mistura belíssima de olivais, vinhedos e amendoais que se estendem pelas encostas. A melhor altura para visitar Barca d’Alva é no início da Primavera, quando as amendoeiras começam a florir. Ali mesmo ao lado, é possível fazer um dos melhores percursos pedestres da região: a rota dos túneis, um trajeto que o leva por uma linha ferroviária abandonada até à aldeia espanhola de La Fregeneda.
12. Ucanha
Faz parte do concelho de Tarouca e é famosa pela sua ponte medieval. A pequena Ucanha (cujo nome original era Cucanha, que significava “pequena casa de pedra”) já teve muito mais importância regional do que tem agora. Hoje em dia, está classificada como Aldeia Vinhateira do Douro e atrai alguns visitantes graças à sua ponte a à praia fluvial.
Um pormenor curioso sobre esta ponte era que, na época medieval, ela era uma portagem. Ou seja, quem quisesse passar por ela ou transportar mercadorias teria que pagar uma determinada quantia. Explore a aldeia caminhando pelas suas ruas de pedra e apreciando cada detalhe das suas casas típicas.