Se há algo que nos sabe bem, é fazer uma pequena escapadinha, aos fins-de-semana ou quando existem feriados que nos permitem tirar uns dias extra de férias. E alguns dos melhores locais para escapadinhas estão no Norte de Portugal, onde a tradição se mantém viva e o passado teima em estar ainda presente, em locais ricos em história e calma.
E com a gastronomia como ponto forte da região, não é de admirar que mais e mais pessoas procurem o Norte de Portugal para umas miniférias. Locais como o Parque Nacional da Peneda Gerês, o Douro, o Minho ou Trás-os-Montes são regiões que sabem receber bem e que nunca desiludem quem os visita. A vontade de regressar é constante após cada viagem.
Por isso mesmo, faça já os seus planos para o próximo fim de semana e visite uma das regiões mais tradicionais e genuínas do país. Descubra algumas das melhores escapadinhas no Norte de Portugal.
1. Ponte de Lima
A origem do nome vem da ponte romana que atravessa o rio Lima neste local. Esta antiga vila teve o seu primeiro foral em 1125, dado por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, ainda antes de existir o reino de Portugal.
Ponte de Lima encontra-se no centro de uma rica e fértil região agrícola, de onde se destaca a produção de Vinho Verde, com fama nacional e internacional. No que toca ao património, encontra por aqui um grande número de solares e de casas apalaçadas, com muitas delas a oferecerem alojamento de Turismo de Habitação.
2. Soajo
Se quer um ambiente tranquilo e típico do Minho, não pode perder a encantadora aldeia do Soajo, no concelho de Arcos de Valdevez (e em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês). Leve o seu tempo a percorrer as ruas em pedra e a apreciar as casas em granito, que nos guiam para o largo do pelourinho, Monumento Nacional desde 1910. No topo deste, encontra uma face antropomórfica com inscrições e uma espécie de triângulo no topo. Aprecie a atmosfera tranquila da aldeia e aproveite para descansar.
3. Montesinho
Por outro lado, se quer conhecer o encanto de uma aldeia típica transmontana, Montesinho é o local certo para si. Situada nos contrafortes da serra de Montesinho, a 1000 metros de altitude, e em pleno Parque Natural de Montesinho, a aldeia seduz pela sua atmosfera calma e tradicional. Passe uns dias numa das várias casas adaptadas ao turismo, feitas de granito e com vista para a serra.
Depois, não perca a Igreja de Montesinho, o Núcleo Interpretativo de Montesinho e o Museu que se encontra instalado numa casa típica, onde pode saber mais sobre a geologia de Montesinho e os modos de vida tradicionais da aldeia.
4. Lamego
A Igreja Católica Romana teve durante muitos séculos uma vasta influência no nosso país, até a extinção das Ordens Religiosas (em 1834) a ter vindo restringir. Muitos locais são um reflexo vivo dessa influência, e é isso que acontece em Lamego, com os seus numerosos templos, com construção entre os séculos XVI e XVII, que contam as histórias dessa influência nos azulejos que revestem as paredes, nas pinturas, e na decoração em talha dourada, acrescentadas na época barroca. Não deixe de visitar a Igreja do Convento de Santa Cruz e o monumental Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, a 600 metros de altura.
5. Chaves
Esta cidade do distrito de Vila Real conta com cerca de 18 500 habitantes no seu perímetro urbano, sendo por isso considerada a segunda maior cidade deste distrito. Chaves encontra-se num vale fértil junto ao Rio Tâmega, bem próximo da fronteira com Espanha. A cidade foi lar por variados povos, sendo que a presença humana na região remonta ao Paleolítico.
No património, destacamos a Ponte de Trajano, o castelo, o Forte de São Neutel, e as diversas estações arqueológicas que pode encontrar ao redor da cidade. Como a cidade é conhecida também pelas suas termas, procure fazer-lhes uma visita e provar estas águas de aroma e sabor únicos.
6. Rio de Onor
Rio de Onor é uma comunitária que se encontra bem próxima da fronteira com Espanha e da sua homónima, Rihonor de Castilla, sendo um caso emblemático no nosso país. Isto porque a população de ambos os lados da fronteira segue ainda o sistema comunitário de base, onde existem alguns bens de posse coletiva, como os campos, moinhos e rebanhos.
Estes aspetos, bem como o modo de administração rural, são coordenados por dois mordomos, designados pelo conselho (a assembleia que reúne representantes de todas as famílias). Atualmente, o cargo encontra-se em rotação cíclica, para que todos possam exercer essas funções. Como se não bastasse o espírito comunitário como traço distintivo, encontra aqui um dialeto muito próprio, o rionorês, que ainda é usado com orgulho pelos seus habitantes.
7. Braga
Apesar de ser uma das mais antigas cidades do país, Braga é uma localidade cheia de vida e de jovens que para aqui vêm estudar. Braga foi construída há mais de 2000 anos, tendo sido fundada por Augusto (daí o nome “Bracara Augusta”). Era uma das principais vias romanas da Península Ibérica, sendo sede administrativa do Império. Mas a sua importância histórica não se ficou pelos romanos.
A diocese de Braga é a mais antiga de Portugal, e chegou a rivalizar com Santiago de Compostela em poder e importância. Por aqui passava um dos Caminhos de Santiago na altura em que este culto começou a ter maior expressão, com a reconquista cristã e a fundação de Portugal.
A sua Sé Catedral é também das mais antigas do país, tendo sido mandada construir no séc. XII por D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques, que ali estão sepultados. Ainda hoje Braga é dos mais importantes centros religiosos do país.
8. Guimarães
Guimarães encontra-se fortemente associada à formação e identidade de Portugal, especialmente o seu centro histórico, que ficava dentro das muralhas, e que hoje se encontra classificado como Património Mundial da Unesco, com base nos valores de originalidade e autenticidade com que foi recuperado.
Toda a cidade possui um conjunto patrimonial muito bem preservado, com destaque para as varandas de ferro, os alpendres e balcões em granito, as casas senhoriais, os arcos que ligam ruas estreitas, as torres e claustros.
9. Lindoso
Esta aldeia encontra-se numa encosta sobre uma apertada garganta do vale do rio Lima, sendo coroada por um castelo, mencionado já em documentos do século XIII. Como se encontra junto à fronteira, Lindoso teve sempre uma grande importância militar, especialmente durante a Guerra da Restauração entre Portugal e Castela, que se deu em 1640.
A fortaleza foi alternando entre mãos portuguesas e espanholas, até que passou definitivamente para as nossas mãos em 1663. Foi nesta fase que se transformou num fortim, cujas paredes e guaritas ainda hoje estão intactas.
10. Montalegre
A vila de Montalegre encontra-se em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês, num local de grande beleza natural. Montalegre é dominada pelo seu castelo, construído no séc. XIII sobre os restos de uma fortificação mais antiga, o que mostra a importância estratégica do território. Nas redondezas, encontra o pequeno Mosteiro de Santa Maria das Júnias, que pertenceu à Ordem de Cister (sécs. XIII-XIV) e que hoje está em ruínas.
Montalegre é também famosa pela sua gastronomia, especialmente pelos seus enchidos e presunto, sendo a Feira do Fumeiro, realizada todos os janeiros, uma ótima altura para adquirir estes produtos.
11. Pitões das Júnias
Se há aldeia que conservou o seu aspeto medieval e uma população pequena, foi Pitões das Júnias, muito graças à sua localização, no extremo norte de Portugal, ao clima inóspito no inverno e à imigração. Estas construções em pedra deram início, nos anos 90, ao turismo ecológico na região, que cresce nos meses de verão, com a chegada dos descendentes da aldeia, vindos maioritariamente da França e do Brasil.
A principal fonte de rendimento dos habitantes é a agricultura e pastorícia, e, à semelhança do que tem acontecido na região norte, tem visto a sua população a diminuir cada vez mais e a estar cada vez mais isolada.
12. Aveiro
É junto à Ria, onde as águas do Vouga se misturam com as do mar, que se encontra a cidade de Aveiro, recortada por ruas aquáticas por onde deslizam os barcos moliceiros. A Barra Nova foi construída no século XIX, e a sua abertura para o oceano, em 1808, levou à formação de um canal com cerca de 264 metros de largura e entre 4 e 6 m de profundidade, o que abriu a Ria para o mar e reconstitui a fonte de sobrevivência da região.
Assim, não pode deixar de conhecer a Ria de Aveiro, passando pelo labirinto de canais, pelas dunas brancas junto ao mar, e pelas extensões imensas de marinhas, com as suas pirâmides de sal. Bem perto de Aveiro, encontra as Dunas de São Jacinto, proposta perfeita para os amantes da natureza.
13. Viana do Castelo
Está situada junto da foz do Lima, a 65 km do Porto e a 50km da fronteira de Valença. Foi fundada no séc. XIII pelo rei D. Afonso III, tendo o nome original de Viana da Foz do Lima. A cidade chegou a ter 70 navios mercadores, e na época dos Descobrimentos (sécs. XV e XVI), saíram dos estaleiros de Viana várias naus e caravelas, que depois regressavam carregadas de especiarias.
Mas a ligação ao mar não acaba aqui: foi um vianense, João Álvares Fagundes, o pioneiro na navegação na Terra Nova, no Atlântico Norte, abrindo caminho ao amor pelo bacalhau tão típico do nosso país.
Viana do Castelo é uma cidade cheia de vida, contando com uma das mais belas romarias de Portugal, as festas da Senhora d’Agonia. Não pode deixar de visitar a Basílica da Santa Luzia e de percorrer a Rota dos Gigantes, conhecendo assim os locais onde nasceram quatro grandes figuras da nossa história, que levaram o nome de Portugal a todos os cantos do mundo.
14. Bragança
A capital do Nordeste Transmontano é uma cidade antiga, cujo castelo ainda mantém dentro das suas muralhas o núcleo urbano medieval. Se entrar na cidadela pela Porta da Vila, encontra o pelourinho, assente num berrão lusitano que lembra as origens celtas da região.
Na Torre de Menagem, que vigiava as fronteiras na Idade Média, encontra o Museu Militar, que conta a história deste castelo mandado construir por D. João I sobre fundações do anterior, mandado edificar por D. Afonso Henriques. Do último piso da torre, consegue-se uma vista única sobre a cidade e a região envolvente.
Não deixe de visitar também a Igreja de Santa Maria e a Domus Municipalis, um exemplar único da arquitetura civil românica portuguesa, onde se reunia o senado da cidade.
15. Ponte da Barca
Situado na região demarcada dos Vinhos Verdes e com parte do concelho a fazer parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês, não é de admirar que Ponte da Barca esteja na nossa lista de escapadinhas a Norte. Por aqui encontra diversas atividades desportivas e de lazer, bem como um vasto património histórico.
Destacamos o centro histórico da vila, com as suas casas solarengas, e os belos monumentos dos sécs. XVI-XVIII. Nos arredores, destacamos o Castelo do Lindoso (séc. XIII) e a Igreja Românica de Bravães (séc. XIII).