Símbolo icónico da Invicta, a estação de São Bento tem uma beleza absolutamente deslumbrante, que encanta não apenas os portugueses, mas também os visitantes estrangeiros, razão pela qual é presença frequente em vários artigos que a identificam como sendo uma das mais belas do mundo. Situa-se no Centro Histórico do Porto, na Praça Almeida Garrett, e distingue-se pela sua singularidade, atraindo inúmeras pessoas que por aqui passam.
O responsável pelo projeto desta belíssima estação foi o arquiteto José Marques da Silva, que foi fortemente influenciado pela arquitetura francesa. O artista plástico Jorge Colaço teve também um papel crucial, tendo ficado responsável pela decoração do grande átrio.
Esta estação foi construída no local onde existia o convento de São Bento de Avé Maria, que teve que ser demolido para que se fizesse esta construção. Mas foi também graças a este convento que a obra sofreu muitos atrasos.
Em 1834 ocorreu a extinção das Ordens Religiosas no nosso país. Os mosteiros foram encerrados imediatamente, mas os conventos apenas poderiam fechar quando a última das suas freiras falecesse, e foi precisamente isso que aconteceu no convento de São Bento de Avé Maria, até porque a sua última residente viveu mais de 50 anos após o decreto ter sido feito.
É daí que vem a lenda do fantasma da freira que supostamente ainda percorre a Estação de São Bento, que seria precisamente esta última a residir no convento. São muitos os relatos de quem ouviu gemidos e sons fantasmagóricos na estação, todos eles associados a esta lenda.
Foi também por causa dessa freira que só em 1892 é que se começaram a fazer os planos para a construção da estação ferroviária, sendo que o edifício começou a funcionar de forma provisória em 1896.
Em 1900, D. Carlos I realizou a cerimónia de lançamento da primeira pedra, mas as obras apenas ficaram concluídas em 1916. A 31 de dezembro de 1997, a estação ferroviária de São Bento foi classificada como Imóvel de Interesse Público.
Não deixam de se destacar os azulejos presentes na estação, que retratam cenas da história de Portugal, assim como cenas de trabalho campestre e costumes etnográficos. São muito procurados e fotografados pelos turistas, que facilmente ficam maravilhados com a qualidade e beleza destas pinturas.
Estes painéis de azulejos foram executados na Real Fábrica de Louça de Sacavém, foram pintados entre 1905 e 1908 e são o resultado de um trabalho típico da época, espalhando os gostos da altura.
As composições foram feitas em azul e branco, estando presentes no total mais de 22.000 azulejos, que preenchem cerca de 551 m² de superfície. Assim, esta estação é muito visitada por todos aqueles que procuram apreciar esta arte nas suas paredes.
Hoje, a Estação de São Bento serve essencialmente os comboios urbanos do Porto, nomeadamente a Linha de Aveiro e a Linha do Minho, com destino a Braga e Guimarães. Mas existe uma ligação que merece uma menção especial, e que proporciona uma experiência mágica a todos os que a seguirem: a Linha do Douro.
Afinal, o comboio que faz a ligação entre o Porto e o Pocinho parte precisamente da Estação de São Bento. Esta viagem distinta segue ao longo de um percurso verdadeiramente magnífico, com as margens do Douro a alimentar uma paisagem única e que nos fica na memória. Uma experiência a não perder!
Bem perto da estação de São Bento existem ainda outros 2 locais onde é também possível apreciar mais belíssimos painéis de azulejos, caso seja fã deste tipo de arte: a Sé do Porto e a Igreja de Santo Ildefonso. Ambas se situam a uma curta distância a pé da estação e merecem uma visita.
A Torre dos Clérigos, a Livraria Lello e o Mercado do Bolhão estão também localizados nos arredores e são ótimos destinos para ficar a conhecer um pouco mais da história do Porto e dos seus mais emblemáticos monumentos.