Algumas das estradas de Portugal são conhecidas por serem perigosas e, para quem conhece a realidade das estradas portuguesas, não é de todo uma surpresa que as Nacionais apareçam no topo dessa lista. São as estradas mais antigas, com mais curvas, com uma sinalização defeituosa e que, muitas vezes, estão cercadas completamente de casas.
Coisas como a velocidade excessiva, o trânsito frenético, o consumo de álcool e a condução perigosa são parte do problema, ao qual se junta o mau estado do piso, a falta de estruturas de segurança e a falta de sinalização, o que contribui para criar os chamados “pontos negros”, vias particularmente perigosas.
Embora nos últimos anos muitos condutores tenham optado cada vez mais por conduzir em autoestradas, as estradas nacionais ainda continuam a ser cruciais para a mobilidade. Descubra algumas das estradas mais perigosas para conduzir em Portugal.
1. Estrada Nacional 1
Antes da construção da A1 e de uma consequente migração de parte significativa do tráfego para essa via, a EN1 era a principal via de ligação com o Norte do país. A estrada passa por uma série de grandes e pequenas localidades, mas os condutores parecem, por vezes, esquecer-se disso. Assim, o excesso de tráfego, os peões a atravessarem e a má sinalização acabam por transformar alguns dos seus pontos em armadilhas mortais.
2. Estrada Nacional 125
A EN125 liga Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, atravessando longitudinalmente o litoral Sul do Algarve. Esta via tem uma elevada taxa de mortalidade, que é agravada pela existência de diversos “pontos negros”.
Após a introdução de portagens na A22, a EN125 tornou-se uma alternativa gratuita a esta, e o acréscimo do tráfego levou a um aumento da sinistralidade. Tal como no caso da EN1, a passagem pelas zonas residenciais torna-a particularmente perigosa.
3. Estrada Nacional 2
Atravessa Portugal de Norte a Sul e é a estrada com maior extensão do nosso país, iniciando-se em Chaves e terminando em Faro, no quilómetro 738. É muitas vezes comparada, a uma escala menor, à Ruta 40, da Argentina, ou à Route 66 dos Estados Unidos.
A EN2 passa por onze distritos, oito províncias, quatro serras, onze rios e vinte e dois concelhos e, por isso, não é de admirar que tenha troços em diferentes estados de manutenção e de perigosidade.
4. Estrada Nacional 10
Originalmente ligava Cacilhas a Vila Franca de Xira, mas após a construção do primeiro troço da A1, em 1961, foi reclassificada, indo até Sacavém, aproveitando o troço velha da N1. Liga uma série de concelhos muito povoadas da margem Sul e Norte à A1, A12, A2 e A9, e é por isso muito concorrida. A sua zona mais perigosa é no quilómetro 128, na margem Norte, entre Forte da Casa e Alhandra.
5. Estrada Nacional 118
Foi construída para ser a Marginal de toda a margem esquerda do Tejo, desde a fronteira até Lisboa, e servir como alternativa à N3. É uma das Estradas Nacionais mais fáceis de conduzir, já que tem um traçado quase sempre plano e retilíneo. No entanto, um pequeno percurso na zona do Tramagal, em Abrantes, é muito sinuoso e eleva esta estrada para a lista negra das mais mortais de Portugal.
6. Estrada Nacional 13
Antes da entrada em funcionamento da A28, esta era a via principal de comunicação entre o Minho e o Porto, e uma das principais ligações rodoviárias entre Portugal e Espanha. Depois da entrada em funcionamento da autoestrada, a EN13 foi adaptada para o trânsito local, e atualmente faz parte da área urbana de muitas localidades ao longo do seu trajeto. São estas zonas densamente povoadas que tornam o seu percurso mais perigoso.
7. Estrada Nacional 109
A chamada Estrada da Costa da Prata começava no Porto, à saída da ponte Luís I, e rodeava o cais de Gaia, seguindo depois em direção a Leiria. Passa por muitas praias como Valadares, Espinho, Esmoriz, Ovar, Figueira da Foz e Termas de Monte Real. O excesso de velocidade em algumas das retas, o mau estado do piso e as ultrapassagens com pouca visibilidade obrigam os condutores a terem atenção redobrada.
8. Estrada Nacional 18
Esta estrada vai de Ervidel à Guarda, atravessando o Tejo na ponte de Portas de Ródão. Depois da introdução de portagens na A23, o tráfego automóvel da N18 disparou, com particulares e empresas a optarem por esta via.
No entanto, o estado do piso ao longo do percurso é desigual, existem zonas densamente arborizadas, e outras zonas em que a estrada é demasiado estreitas para a passagem de dois veículos pesados. Todo o percurso se torna ainda mais complicado no pico do inverno.
9. Estrada Nacional 103
A estrada nacional 103 começa em Neiva, perto de Viana do Castelo, e prolonga-se pelo Este do Alto Minho e pela zona Norte de Trás-os-Montes, passando por localidades como Braga, Chaves e Vinhais e acabando em Bragança. Graças à sua dimensão e localização, esta estrada oferece uma viagem dura e sinuosa, mas com um encanto ímpar. No entanto, o gelo no inverno e o reduzido número de locais de ultrapassagem levam à sua inclusão nesta lista.
10. Estrada Nacional 4
A EN4 liga o Montijo à parte final da A6, perto de Montemor-o-Novo. Como segue paralela com esta autoestrada, é uma alternativa ao não pagamento de portagens, e é por isso bastante concorrida por pesados. No entanto, tem zonas com pavimento muito degradado, muitos desníveis e lombas de grandes dimensões, bem como uma sinalização defeituosa.