Gondramaz é uma pequena aldeia de xisto, aninhada a meio de uma encosta da serra da Lousã. Faz parte do concelho de Miranda do Corvo, distando desta 9 km, e tem apenas sete habitantes permanentes, embora tenha sido renovada com cuidado e conte com bons acessos. Visitar Gondramaz é como fazer uma viagem no tempo.
Toda a aldeia se estrutura a partir de uma rua principal, seguindo até ao limite em que o declive permite construções. A partir da rua principal, nascem uma série de ruelas sinuosas, que pode e deve percorrer a pé. Aprecie bem as casas, que foram arranjadas seguindo normas camarárias, por forma a manter a traça original.
As boas-vindas à aldeia são-nos dadas por um poema de Miguel Torga, que pode encontrar na área de receção da aldeia, inscrito numa placa metálica. A aldeia distingue-se pela tonalidade única do xisto, presente até no chão bem trabalhado, marca de artesãos hábeis que são marca da serra e que leva o nome de Gondramaz mais longe.
A aldeia encontra-se rodeada de árvores e de paisagens cativantes, na vertente ocidental da serra da Lousã. Nas ruas da aldeia, podemos sentir o sabor do silêncio, que nos desperta os sentidos e nos convida a apreciar ao máximo todos os momentos. O local pode ser igualmente visitado por pessoas com mobilidade reduzida, devido à notável aplicação do xisto no chão.
É um prazer percorrer estas ruas, seguindo depois para lá das casas, através do trilho pedestre que o leva a caminho do Penedo dos Corvos, onde pode encontrar uma cascata. Outro percurso que merece destaque é o Caminho do Xisto de Gondramaz, que liga a aldeia ao parque de merendas da Chapinha, que segue ao longo de um ribeiro com azenhas e cascatas.
A envolvente florestal da aldeia caracteriza-se por castanheiros, carvalhos e azevinhos. A fauna é também variada, com especial destaque para a presença de veados nas encostas que rodeiam Gondramaz. Os inúmeros riachos que por aqui correm dão o toque final num cenário que parece quase saído de um conto de fadas.
Gondramaz foi alvo de uma requalificação muito bem-sucedida, o que acabou por atrair mais visitantes, que animam as ruas da aldeia ao fim-de-semana, com destaque para as provas de BTT que daqui partem e que trazem cada vez mais praticantes e mais movimento. A sua inclusão na rede de Aldeias de Xisto trouxe uma nova vida à aldeia, que estava praticamente ao abandono.
É possível passar uns dias de paz e sossego nesta pequena aldeia e perder-se pelas suas ruas e ruelas, mas se quiser explorar um pouco mais, não se esqueça que está na Serra da Lousã, uma região repleta de pequenas aldeias de xisto que estão a ser recuperadas, uma natureza exuberante e pequenos rios e ribeiros com azenhas e cascatas.
Nos arredores de Gondramaz, vale a pena visitar o Talasnal, talvez a aldeia de xisto mais famosa de toda a região. Outra opção é seguir até Cerdeira, mais pequena mas igualmente cativante. Candal, Aigra Nova, Pena e Comareira são outras boas opções. A cereja no topo do bolo é o Baloiço do Trevim, uma das atrações mais recentes da região.
A maior povoação dos arredores é a Lousã. O seu parque biológico é ideal para ser visitado com crianças e proporciona momentos de diversão e aprendizagem sobre a fauna e flora da região. O castelo da Lousã, totalmente construído em xisto, é outro dos destaques.
E se visitar Gondramaz no Verão e quiser refrescar-se, saiba que existem muitas praias fluviais nos arredores, todas elas de elevada qualidade. Uma das mais próximas (e também uma das mais bonitas) é a praia fluvial da Louçainha, a apenas 20 minutos de distância.
Assim, Gondramaz é o local perfeito para quem procura calma e tranquilidade, mas não dispensa ter atividades nas férias. Esta pequena aldeia de xisto na Serra da Lousã é uma autêntica caixinha de surpresas e proporciona várias atividades diferentes para cada tipo de turistas.
No final da sua visita, não vá embora de Gondramaz sem antes comprar uma pequena lembrança ou um produto regional. Para além de comprar um produto de qualidade, irá também ajudar o comércio local e permitir que os habitantes da aldeia possam continuar a viver aqui e a recebê-lo sempre de braços abertos.