Muitas moedas em circulação apresentam determinada quantia na face, mas valem bem mais, podendo chegar a ser vendidas por mais do dobro do valor nelas inscrito. Existem diversos motivos que explicam porque razão uma moeda é valiosa, como o facto de ser uma edição rara e comemorativa, ou ter algum erro de tiragem.
Muitas destas moedas proporcionam aos seus donos um rendimento razoável, mas, para isso acontecer, precisam de ser avaliadas segundo a sua condição e desgaste.
Ao avaliar uma moeda, um profissional olhará para coisas como a antiguidade (que ainda é, certamente, um posto), a sua raridade e o seu estado de conservação. Regra geral, quanto mais raro for o cunho da moeda, maior valor terá. Isto inclui erros de cunhagem, já que estes tornam as moedas mais raras.
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Já no caso do estado de conservação, quanto mais bem conservada estiver a moeda, maior será o seu valor. Assim, o estado de conservação de duas moedas do mesmo ano pode fazer com que ambas apresentem diferentes valores. Como curiosidade, a conservação das moedas é avaliada através das seguintes siglas:
- Flor de Cunho (FDC), o que significa que a moeda não circulou, não tem riscos nem sinais de desgaste ou limpeza química.
- Soberba (SOB), no caso de uma moeda que não circulou, tem patine original, mas tem pequenos riscos de contacto com outras moedas, provenientes do fabrico ou transporte.
- BELA, uma moeda com desgaste ligeiro nos pontos mais altos do seu relevo.
- Muito bem conservada (MBC), uma moeda com pequenas marcas de circulação, com um pouco de desgaste nos pontos mais altos e com pequenos riscos ou mossas.
- Bem Conservada (BC), são moedas que circularam e têm riscos ou mossas, assim como desgaste considerável do relevo.
- Regular (REG), usado para nos referirmos a uma moeda muito circulada, com sinais de desgaste consideráveis, mas onde ainda se pode ver nelas as legendas e data.
- Mal conservada (MC), é uma moeda muitíssimo gasta, sendo quase ilegíveis na gravura, legendas e data.
E que tem isto a ver com as 100 mil moedas de 1 euro que podem valer mais de cem euros? Pois bem, a valorização destas moedas deve-se a um erro de impressão que aconteceu em diversos lotes de moedas em Portugal, no ano de 2008, o que, como vimos anteriormente, contribuiu para o facto de uma moeda ser valiosa ou não.
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A 7 de junho de 2005, o Conselho Europeu decide mudar as faces das moedas de 10, 20 e 50 cêntimos e de 1 e 2 euros, para que todos os Estados-Membros da UE estivessem representados. As moedas começaram a ser produzidas em 2007 e entraram em circulação em 2008.
No entanto, houve um engano, e das 5.000.000 moedas de 1 cunhadas, 107.000 delas foram cunhadas com a face antiga. Assim, o Instituto Nacional da Casa da Moeda entrou em contacto com as entidades nacionais e europeias, para saber como proceder. Do total de moedas produzidas, foram recolhidas e substituídas 8.625.
Em novembro de 2009, ainda circulavam cerca de 98.375 destas moedas. As entidades nacionais fizeram constar que estas moedas que permanecem em circulação têm curso legal e poder liberatório, podendo ser trocadas por moeda com face atual se o proprietário se deslocar ao banco de Portugal e fizer esse pedido. É claro que, do total das moedas, muitas estarão já a circular pela UE a fora, mas é provável que muitas ainda estejam em território português.
Mas, claro, para os interessados para o assunto, ter uma destas moedas em sua posse é um verdadeiro achado, o que explica os valores consideráveis pelos quais elas podem ser leiloadas.
É claro que, como referimos, o estado da moeda influencia muito o valor que lhe será pago. Portanto, caso seja o dono de uma dessas moedas, e a deseja vender, o melhor é consultar um avaliador qualificado, que avalie as moedas de forma rigorosa.
Para a vender, poderá contactar compradores e colecionadores, lojas de especialidade ou usar a internet a seu favor. Sabendo o valor mais correto da moeda, torna-se mais fácil fazer a venda de forma a que o valor pago seja o mais justo possível.
E procure não ter pressa na venda, já que deverá estar bem informado acerca da moeda antes de a pôr no mercado, para evitar enganos – deverá saber o máximo possível sobre o “tesouro” que tem em mãos antes de avançar com a venda.
Portanto, não deixe de estar atento às moedas que tem na sua carteira – quem sabe não tenha por lá uma destas moedas valiosas?