Antes do Condado Portucalense, pertencente a Castela, embora sob o governo de D. Henrique, havia a Lusitânia que, após alguns séculos de domínio romano, foi invadida por visigodos e suevos. Estes últimos chegaram a possuir um território que compreendia a Galiza e o Norte de Portugal, entre 441 e 585.
Aliás, há historiadores que consideram que esta presença dos suevos no Norte de Portugal e na Galiza é um dos pormenores históricos que ajuda a explicar a forte identificação cultural entre estas 2 regiões que ainda hoje se verifica, mesmo que agora pertençam a países diferentes. No fundo, é como se tratasse de apenas um povo, separado por uma fronteira artificial.
O reino Suevo foi um dos primeiros a separar-se do Império Romano, estabelecendo então a sua capital em Braga. O reino apenas caiu com a sua anexação pelos visigodos, tendo sido convertido na sexta província do Reino Visigodo. Apesar de não terem dominado o território português durante muito tempo, os Suevos deixaram um legado de relevo.
Mas vamos por partes. Dirigidos pelo rei Hermerico, por volta de 409, cerca de 40 mil suevos chegaram à Galécia, que era uma província romana. Aí se fixaram e estabeleceram o primeiro reino estável da Idade Média, após um pacto estabelecido com Roma, que permitia que os suevos governassem a Galécia, embora sempre sob a alçada do imperador romano.
Após a morte de Hermerico, o seu filho Réquila subiu ao trono, tendo decidido liderar expedições de saque em 438 e 448. Dessa forma, o norte da Lusitânia passou a integrar suevos e galaico-romanos, em plena independência do Império.
A partir daqui o Reino Suevo foi espalhando as suas raízes, aproveitando as estruturas que os romanos tinham deixado. O sucessor de Réquila, Requiário, introduziu o catolicismo em 449, tendo sido o primeiro governante a conceber uma forma pioneira de governo, que se apoiava na igreja, e a cunhar a sua própria moeda. Em 456, Roma envia um exército de visigodos e romanos para a batalha no rio Órbigo, onde conseguiram derrotar os Suevos e assassinar Requiário.
O Reino Suevo dividiu-se em dois, tendo sido governado em simultâneo por Frantano e por Aguiulfo, até 457, ano em que Maldras reunifica o reino. O feito é de pouca duração, já que, dois anos depois, Maldras é assassinado.
O Reino Suevo não se deixou abalar, tendo sido dividido pelos dois filhos de Maldras – Frumario e Resismundo. Este último viu-se obrigado a adotar o arianismo, devido à influência visigoda, permanecendo a sua parte do reino sob essa influência durante mais de cem anos.
Carriarico, que reinou entre 550 e 559, voltou a converter o reino ao catolicismo, numa rutura com os visigodos. Foi sucedido por Teodomiro (559-570), em cujo reinado ocorreu o Primeiro Concílio de Braga, em 561.
Em 572, dá-se o Segundo Concílio de Braga, presidio por São Martinho de Dume, consolidando-se assim o contributo deste órgão na governação e estabelecimento de justiça do reino. Em 577, no entanto, estala a guerra civil visigoda, na qual interveio Miro, que, em 583, organiza uma campanha de apoio a Sevilha que fracassou, tendo o rei falecido no regresso.
Surgem guerras internas no Reino Suevo, que não durou muito mais tempo. Em 585, Leovigildo derrotou Andeca e anexou o seu território ao reino toledano dos visigodos, que apenas se converteriam em 589.
O ocidente da Península Ibérica esteve, assim, sob domínio suevo durante 174 anos, o que deixou muitas marcas no nosso território e identidade. Esta influência está presente nos tipos de arado (como o quadrangular), no espigueiro, nas técnicas e alfaias agrícolas galego-minhotas, e na onomástica da região.
Apesar de escassos, existem também vestígios arqueológicos de influência sueva, com destaque para uma urna funerária em forma de celeiro, da Idade do Bronze. Foram igualmente encontrados vários exemplares da numismática sueva no noroeste da Península Ibérica, encontrando-se moedas de ouro e de prata cunhadas pelos suevos.
Os suevos deixaram também a sua marca na linguística, legando uma forte influência germânica no noroeste da península, especialmente em nomes de lugares e de pessoas.
Existe por ventura uma unica prova irrefutavel da invasão e da presença de barbaros em Portugal? A primeira consequencia de uma invasão é a implantação e a perenisação da lingua do invasor, embora os autoctones mantenham a propria lingua. E o que verificamos na Hungria, onde além do magiar se falam varias outras linguas, ou mesmo na ex-Africa portuguesa ou na Africa do Sul (africaans e inglês).
Nem os romanos conseguiram impor o latim. As linguas ditas romanas possuem uma gramatica semelhante e mais complexa, totalmente diferente do primeiro. Podemos observar que embora em toda a Europa catolica as cerimonias religiosas fossem celebradas em latim até hà bem poucos anos, ninguem conseguiu memorisar mais de uma dezena de palavras nessa lingua, nem a maor parte dos seminaristas.
Não se pode fazer historia sem documentos irrefutaveis, como fazem a maior parte dos historiadores.
A matéria é boa mas sobvaloriza a importância. Os vandalos, os burios e os alanos germanizados tiveram mais importância e influência no norte do atual território português.
Mas a mais importante e significativa influência foi a Visigótica.
A influência linguística germânica no norte de Portugal é mais de origem Vandala e Buria.
O Latim Vulgar deve ter sido a língua falada pelas tribos latinas quando chegaram a península itálica vindos segundo alguns de regiões entre o Mar Negro e Cáspio: todas línguas indo-europeias surgiram no território onde situa-se hoje a Turquia. O Latim Vulgar nunca foi abandonado pelo povo na península itálica e foi esse latim que deu origem as línguas neolatinas.