Idanha-a-Velha é uma aldeia com lugar de destaque nos locais arqueológicos nacionais, uma vez que tem um notável conjunto de ruínas. É uma das mais antigas Aldeias Históricas de Portugal, tendo sido construída sobre um antigo assentamento, conhecido como Egitânia.
Aqui se encontram ruínas que refletem influências celtas, romanas, visigóticas, árabes e manuelinas. Em 2017, foi construída a capela de Nossa Senhora de Fátima, distinguida por diversos prémios arquitetónicos e culturais.
A aldeia histórica de Idanha-a-Velha faz parte do concelho de Idanha-a-Nova, e é conhecida pelo notável conjunto de ruínas que conserva, tendo lugar de destaque nas estações arqueológicas do nosso país.
Aqui se conservam vestígios de árabes, visigodos, suevos e romanos. A própria aldeia, que se encontra nas margens do rio Pônsul, ergue-se no local onde existiu em tempos uma cidade de fundação romana, capital da Civitas Igaeditanorum, no séc. I a.C., que era importante ponto de comunicação entre Coimbra e Mérida.
No século VI, foi tomada por visigodos e passou a chamar-se Egitânea, e o local foi convertido numa importante sede episcopal. Em 713 os árabes tomaram a povoação, tendo sido nessa altura que se reconstruiu a cerca defensiva, originalmente erguida pelos romanos.
A cidade esteve em mãos árabes até D. Afonso III, rei de Leão, a ter reconquistado. Fazia já parte integrante do Condado Portucalense quando este foi dado ao conde D. Henrique.
O local foi entregue à Ordem dos Templários por D. Afonso Henriques, e, em 1197, a Ordem aí construiu uma torre defensiva, que ficou conhecida como Castelo de Idanha. D. Sancho II atribuiu-lhe foral em 1229, e D. Dinis manda mais tarde reforçar as muralhas defensivas. Mas, em 1510, a desertificação do local revelava-se já inevitável. D. Manuel I ainda instituiu novo foral, tendo aclamado a povoação a sede de concelho, como prova o pelourinho. Mas era tarde demais.
Hoje, Idanha-a-Velha tem-se revelado como um dos mais importantes testemunhos da história do nosso território, que se revela através dos inúmeros vestígios que por aqui se encontram. Se por aqui passar, não deixe de conhecer a Torre dos Templários, construída no século XIII, o pelourinho, a Igreja Matriz construída no século XVII, e a ponte romana sobre o rio Pônsul, do séc. I, que em tempos ligava Mérida a Braga.
Mas o destaque vai certamente para a Sé Catedral, em pleno Centro Histórico, que terá sido em tempos uma mesquita. Pensa-se que o edifício foi construído no séc. VI, como local de culto da Egitânia, e que, após a ocupação árabe, foi adaptado pela comunidade e convertido ao culto islâmico.
A Sé ficou em ruínas após a Reconquista, e assim permaneceu até meados do séc. XIII, quando os Templários recuperaram parte do edifício para construir uma igreja dedicada a Santa Maria.O edifício sofreu novas intervenções no final do séc. XV/início do séc. XVI, e, em 1497, iniciou-se nova campanha de obras por ordem de D. Manuel I.
O edifício da Sé Catedral reúne assim elementos da cultura romana, paleocristã, visigótica e da Baixa Idade Média. O interior é amplo, estando dividido em 3 naves com 12 grossas colunatas, que suportam 12 arcos de ferradura.
As colunatas resultam do reaproveitamento de materiais de edifícios romanos. Nas paredes, encontram-se vestígios da decoração original, com severos frescos quinhentistas e rendilhados de mármore.
No interior da Sé, encontra-se também um poço, que serviria para as abluções dos crentes islâmicos, quando o edifício era mesquita. Nessa altura, a atual capela-mor poderia ter sido o mihrab (nicho que tem a função de indicar a direção de Meca, para a qual um muçulmano se orienta quando reza as suas cinco orações diárias).