Um dos tesouros escondidos do litoral alentejano é a Ilha do Pessegueiro, que guarda vestígios de civilizações antigas e de fortificações marítimas. Este é um local de paisagens deslumbrantes, praias selvagens e uma biodiversidade riquíssima, que encanta todos os visitantes que aqui passam ao longo de todo o ano.
A Ilha do Pessegueiro encontra-se a cerca de 250 metros da costa, mesmo em frente à praia com o mesmo nome, na freguesia de Porto Covo, concelho de Sines, distrito de Setúbal. A ilha conta com cerca de 800 metros de comprimento e 300 metros de largura, tendo uma altitude máxima de 21 metros. O local faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, área protegida que abrange 110 quilómetros de costa, de São Torpes até ao Burgau.
Esta ilha tem uma história milenar, que remonta aos tempos de cartagineses e romanos, povos que usavam a ilha como centro produtor de preparados de peixe, como o garum, molho que era muito apreciado na antiguidade.
Hoje, ainda se podem ver vestígios de tanques de salga, onde se conservava o peixe em sal. Já no século XVI, durante o reinado de Filipe I, iniciou-se um projeto para ampliar o porto natural da ilha, de modo a proteger a zona de ataques de corsários e piratas, que infestavam aquela zona do Atlântico.
Para isso, construiu-se o Forte de Santo Alberto na ilha, e o Forte de Nossa Senhora da Queimada no continente. Entre os dois fortes, planeou-se uma ponte de pedra, que nunca chegou a ser construída.
O Forte de Santo Alberto foi abandonado no século XVIII, por ter sido danificado por um terramoto. Dele, podemos ver ainda as ruínas das muralhas e casernas que faziam parte da fortaleza. O forte construído no continente está também em ruínas, conservando ainda a sua capela barroca, onde se venera a imagem da padroeira.
A Ilha do Pessegueiro pode ser visitada de barco, a partir da praia do Pessegueiro ou do porto de pesca de Porto Covo. São diversas as empresas que oferecem passeios turísticos a esta ilha, com durações e preços diferentes, pelo que não será difícil encontrar uma opção a seu gosto.
Uma vez na ilha, pode desfrutar da natureza e tranquilidade do local, observando as aves marinhas que nidificam nas suas rochas, mergulhando nas águas cristalinas e explorando os diversos vestígios históricos. No entanto, há que ter cuidado com as correntes marítimas e ventos fortes, que podem dificultar o seu regresso ao continente.
A melhor altura do ano para visitar esta ilha é na primavera e no outono, já que as temperaturas são mais amenas. Durante o verão, a ilha fica mais lotada, embora fique mais animada, com festas e eventos culturais. Durante o inverno, a ilha é fria e ventosa, mas também mais tranquila e misteriosa.
Uma vez explorada a ilha, existe muito para ver na zona envolvente. Comece por desfrutar da praia do Pessegueiro, uma das mais bonitas da costa alentejana, que conta com um areal extenso e dourado envolto por arribas escarpadas. O local tem boas condições para a prática de surf e de outros desportos náuticos.
A poucos quilómetros da praia, encontra a vila de Porto Covo, com um centro histórico de casinhas brancas e azuis, uma igreja do século XVIII, um mercado municipal e diversos restaurantes e cafés onde pode apreciar a gastronomia local, muito à base de peixe e marisco.
A vila de Porto Covo é também o ponto de partida da Rota Vicentina, conjunto de percursos pedestres que percorrem a costa sudoeste do nosso país, entre Santiago do Cacém e o Cabo de São Vicente. Percorrer esta rota é uma excelente forma de conhecer melhor a flora, fauna e cultura desta região magnífica do nosso país.
Assim, não podemos deixar de lhe recomendar uma visita à Ilha do Pessegueiro e às maravilhas envolventes, que o deixarão de queixo caído e impressionado com a sua beleza. Esta é uma daquelas visitas que não pode mesmo perder!