A belíssima vila de Sintra não é só fascinante devido aos seus palácios e parques naturais. As lendas por detrás de muitas destas atracções conferem-lhe uma aura mágica e misteriosa, difícil de descrever, mas fácil de sentir. Terra de Reis e Rainhas, sobre Sintra contam-se lendas e histórias que envolvem princesas mouras, bruxas, locais mágicos com poderes sobrenaturais e forças esotéricas.
Algumas das lendas são pura fantasia. No entanto, outras possuem algum toque de verdade, o que nos deixa a pensar sobre até que ponto terá sido um acontecimento verídico. Por isso mesmo, conhecer as lendas de Sintra é descobrir um pouco mais sobre a história e as tradições orais desta vila.
Acredite ou não em fantasmas ou mouras encantadas, é sempre interessante desvendar um pouco do imaginário popular que sempre foi tão vivo por estas paragens. Conheça 7 lendas e histórias misteriosas de Sintra.
1. O fantasma da Serra de Sintra
Sintra é um local que costuma reunir esotéricos e outros fãs do oculto, com muitos a aventurarem-se pela serra à noite, inspirados pelas diversas lendas e histórias. Um dos mitos mais populares está relacionado com o fantasma de Teresa Fidalgo, ou o fantasma da Serra de Sintra, após um vídeo colocado no Youtube se ter tornado viral. No vídeo, um grupo de amigos dá boleia ao fantasma sem o saber, terminando a cena com um acidente.
Muita gente ficou na dúvida sobre se o vídeo seria verdadeiro ou ficção. Hoje, sabemos que se tratava apenas de uma curta metragem, da autoria de David Rebordão, chamada A Curva, mas a verdade é que muita gente tem algum receio de passar na estrada que liga Sintra ao Convento dos Capuchos, especialmente à noite…
2. A fada da gruta
Não se sabe a história ao certo, mas diz a lenda que, numa das grutas do Jardim da Pena, perto do portão de entrada, se pode encontrar uma fada a chorar todas as noites, talvez devido a um amor impossível, o que levanta a dúvida: será que a fada se apaixonou por um humano?
3. Os símbolos da Regaleira
Não há como duvidar que a Quinta da Regaleira é um dos locais mais mágicos do nosso país, e que nada ali se encontra ao acaso. No seu interior, podemos ver símbolos de temas esotéricos, relacionados com a alquimia, templários, maçonaria e rosa-cruz. Assim, coisas como grutas, um poço iniciático misterioso (que se diz ser usado em rituais de iniciação maçónicos) e jardins exuberantes ajudam a dar um ambiente muito próprio a este espaço incrível.
4. A origem do nome Seteais
Diz a história que o nome do palácio de Seteais deriva de uma lenda que remonta ao século XII e que, se visitar Seteais e disser “ai”, o eco o devolve seis vezes, por causa da protagonista da mesma. Mas vamos à lenda: Anasir era uma jovem moura, que estava condenada a morrer caso dissesse “ai” sete vezes. Um dia, o Castelo dos Mouros, onde vivia, foi atacado por cristãos, e ela tentou fugir, tendo sido salva por D. Mendo Paiva, que por ela se apaixonou.
Nas peripécias da aventura, no entanto, soltou alguns “ais”. Infelizmente, a jovem acabou por ser encontrada por um grupo de mouros, que a queriam roubar, e, na aflição, disse o seu último “ai”, momentos antes de ser degolada. Quanto a D. Mendo Paiva, este jurou então que a sua vingança seria eterna.
5. O penedo dos ovos
Diz-se que, noutros tempos, se acreditava que, por baixo de um penedo que se encontra a meio da serra de Sintra, estava um tesouro, que passaria a pertencer a quem conseguisse derrubar esta pedra usando ovos. Pois bem, uma velha acreditou na história e queria que o tesouro fosse seu, e por isso passou a atirar ovos ao penedo, sem sucesso. Ainda há quem diga ver hoje, nos musgos amarelados que cobrem o penedo, as gemas dos ovos que a velha lhe atirava.
6. O menino do Cabo da Roca
Conta-se que, perto do Cabo da Roca, um menino com cinco anos foi raptado pelas bruxas e posto dentro de uma cova. A mãe do menino, depois de muito procurar, julgava já que este tinha caído ao mar e se tinha afogado. Felizmente, ele foi descoberto por uns pastores, que o levaram à mãe.
A criança contou-lhe a sua história, e disse-lhe que sobreviveu graças à boa vontade de uma senhora, que todos os dias lhe levava sopinhas de cravos para ele comer. A mãe decide levar o menino à igreja, para agradecer o milagre, e é aí que o rapaz se apercebe que quem lhe levava comida era Nossa Senhora.
7. A moura do jardim do palácio
Por entre os vários jardins que rodeiam o Palácio Nacional, encontra-se o jardim da Lindaria, que tem uma lenda associada. Diz-se que era aqui que as mouras vinham, ao sair do banho, para respirar a frescura do ar e sentir o cheiro das flores.
Pois bem, uma dessas mouras apaixonou-se por um cristão, que as costumava observar escondido. Mas a moura era casada e, quando o marido descobriu a situação, matou-a. Desde então, diz-se que a moura volta ao jardim todas as noites, à procura do cristão por quem se apaixonou.