Lindoso é uma das mais lindas aldeias do Alto Minho, célebre pelo seu castelo e pelo maior conjunto de espigueiros da Península Ibérica. Freguesia de Ponte da Barca, aqui já só moram 1300 habitantes, cujo dia-a-dia passa maioritariamente por cuidar do gado e dos campos, nesta região montanhosa do Parque Nacional da Peneda-Gerês, no sopé da Serra Amarela. Isso não significa, no entanto, que não haja muito que ver e fazer na região.
Para começar, temos de destacar o castelo de Lindoso, associado a muitas lendas. Por exemplo, diz-se que foi D. Dinis quem deu o nome à aldeia. O castelo foi palco de algumas batalhas duras, que afirmaram a independência de Portugal desde o reinado de D. Afonso III.
A entrada para o castelo é livre, podendo a partir deste apreciar algumas das melhores vistas panorâmicas sobre a aldeia e a albufeira da barragem ao longe. O edifício acolhe o Núcleo Museológico do Castelo.
Um dos maiores tesouros da aldeia são os seus emblemáticos espigueiros. Só a eira que se espraia junto ao castelo tem uns impressionantes 60 espigueiros, e a freguesia tem 120 ao todo. Estes pequenos celeiros são os testemunhos de vida comunitária, com alguns a irem a caminho dos 3 séculos de idade.
Não é de admirar, por isso, que este seja dos locais mais fotogénicos do Gerês. Para além de visitar o castelo e espigueiros, não pode perder o Cruzeiro do Castelo, o Cruzeiros do Largo do Destro, a Igreja Matriz e a Fonte da Tornada, aos quais pode aceder percorrendo duas calçadas medievais.
E depois de um longo dia de visitas, não lhe faltam opções para reconfortar o estômago, com a gastronomia minhota a ser a estrela. Assim, não perca a oportunidade de provar as papas de sarrabulho, a lampreia, a truta, a posta Barrosã, o cabrito assado em forno de lenha, o fumeiro e enchidos do cozido à portuguesa, e o vinho verde, que tão bem complementa estes pratos.
Ao nível do património humano, não pode também sair de Lindoso sem ver o artesanato local, desde as miniaturas de espigueiros e alfaias agrícolas, aos cestos e tamancos. O linho ainda é bordado por aqui, e a lã é usada nas mantas e na capa tradicional minhota, o burel.
Qualquer altura do ano é boa para uma visita a Lindoso, mas podemos destacar as festas tradicionais, como a Malhada, em agosto, e o Pai Velho, festa que se despede do frio inverno e dá as boas-vindas à primavera. Nestas alturas, Lindoso enche-se de alegria, com concertinas e bombos a percorrerem a aldeia e as vozes a unirem-se nos cantares ao desafio. Por isso, se puder, não perca estas animadas festas.
Ao redor de Lindoso, encontra também outros locais de interesse para complementar a sua visita. Junto à Capela de Santa Madalena, encontra o Monte da Madalena, onde pode fazer piqueniques no seu parque de merendas, e ver também o Cruzeiro do Monte da Madalena, que conserva as suas inscrições antigas.
Se gosta de caminhadas, percorra o trilho até ao Miradouro das Antenas da Louriça, onde terá uma vista panorâmica sobre a zona do Lindoso e da Serra Amarela e onde poderá ver a Cascata do Rio da Escada e as gravuras rupestres da Pedra de Porto Chão.
Não pode também deixar de visitar a Barragem do Alto Lindoso, que é o centro produtor mais potente instalado no em Portugal. Ainda nesta freguesia, visite o lugar de Parada, onde encontrará mais um conjunto de espigueiros, na Eira do Tapado, o pelourinho e a Igreja Matriz. Nas imediações, poderá percorrer o Trilho dos Moinhos de Água, e mergulhar nas águas refrescantes do Poço da Gola.
Bem perto de Lindoso (e ainda dentro da área do Parque Nacional Peneda Gerês) fica a aldeia do Soajo, também famosa pelo seu conjunto de espigueiros. Mas soajo tem muito mais para ver: as suas casas e ruas em pedra convidam a um passeio com calma e, nos arredores, existem várias cascatas e lagoas onde se refrescar no Verão.
E no final da sua visita ao Lindoso, não vá embora sem antes comprar uma pequena lembrança ou um produto regional. Além de ajudar o comércio local, irá também contribuir para que os seus habitantes possam continuar a viver aqui e a recebê-lo sempre de braços abertos.