É, talvez, uma das palavras mais especiais da Língua Portuguesa (e já agora, de todos os outros idiomas). Mas já algum dia parou para pensar na razão pela qual a palavra mãe parece muito semelhante em quase todas as línguas do mundo? Mãe, mother, madre, mum, mama, mére… Já reparou que todas são muito semelhantes?
Para onde quer que você vá, a forma de designar “mãe” é sempre muito semelhante e quase parece tratar-se de algo universal que pode ser condensado em apenas 2 sílabas e é logo compreensível em qualquer linguagem: mamã.
Para compreender a origem da palavra Mãe e a razão pela qual ela é muito semelhante em todos os idiomas é necessário explicar passo a passo. E faça as seguintes perguntas: será que tem origem no latim? Será que tem origem na linguagem indo-europeia? A resposta é sim… e não apenas isso. Mas já lá vamos… :)
1. A origem mais imediata e algumas curiosidades
A língua portuguesa deriva do latim. Por isso mesmo, a palavra mãe provém da palavra “mater”. Nos primeiros séculos da língua portuguesa, mãe era “madre” e depois evoluiu para a palavra actual.
A origem é a mesma das palavras comadre (que significa “com a mãe”), madrasta (significa “segunda mãe”) e madrinha (que começou por ser um diminutivo de madre e adquiriu mais tarde o significado que hoje tem).
A esta palavra em latim, “mater”, estão associados outras duas: mamma (que significa “seio”) e mammare (que significa “mamar”). Estas últimas duas palavras estão intimamente associadas ao acto de ser mãe e mais uma vez revelam um padrão comum: o som MA (que irá ser explicado a seguir).
2. Porque razão a palavra Mãe parece tão idêntica em todos os idiomas?
A primeira razão, mas não a única, tem a ver com a origem comum da palavra. A origem é indo-europeia, uma linguagem antiga que deu origem a quase todos os idiomas falados na Europa e a na Ásia.
Em todos estes idiomas a palavra “mãe” tem um elevado grau de cognação se mantendo quase inalterável: Português: mãe Espanhol: mamá. Alemão: mutter. Aragonês: mai. Bretão: mamm. Búlgaro: майка. Checo: matka. Eslovaco: matka. Francês: maman. Galego: mai (nai). Inglês: mum, mom, mother. Italiano: mamma. Latim: mamma. Romeno: mamă. Russo: мáма. Mas então… isso significa que a origem da palavra “Mãe” já está totalmente explicada? Não!
3. Mas por quê o som MA?
Mas mesmo em idiomas não-indo-europeus, palavras sonoras muito semelhantes correspondem à palavra “mãe”. Em Navajo diz-se amá, em quíchua diz-se mama, em egípcio antigo diz-se mut, em coreano diz-se eomma e em suaíli diz-se mama.
Embora isto pareça evidência de uma antiga língua universal ou inconsciente colectiva, a pesquisa mostra que, na verdade, os sons m, p e b são os primeiros sons consonantes que os bebés podem produzir.
Os bebés só precisam abrir e fechar os lábios para fazer esses sons (sem dentes ou língua necessária). Então, por que “mamã” e não “papá” ou “babá”? Simples: porque os bebés, durante a amamentação, produzem um “ligeiro sopro nasal” que se assemelha ao som MA.
Por isso mesmo, para os bebés de todo o mundo (e nos tempos antigos), “mamã” primeiro significa “comida” antes de significar “mãe”. (De facto, em latim mamma significa “mama/seio”, que é de onde vem a nossa palavra “mamária”, por exemplo).
Resumindo… a palavra “mãe” teve origem no som MA que os bebés fazem enquanto mamam e na facilidade com que eles aprendem a dizer as letras m, p e b.
Posteriormente, o som MA foi adoptado pela língua indo-europeia para designar “mãe”. A partir daí, o latim passou a chamar-lhe mater, palavra que a língua portuguesa evoluiu, com o passar dos séculos, para a palavra mãe. A Língua Portuguesa fez viagens fantásticas até chegar aos dias de hoje…
De que origem vem a palavra ,
de que origem é a palavra
Em masai, a lingua falada pelo povo homonimo do norte da Tanzania, também se diz mai, Pai, ilmao, quase como em português Mãe, pai, irmão. Hà cada vez mais linguistas a porem em causa a existencia do “indo-europeu” e a procurar as raizes das linguas europeias numa outra lingua muito mais antiga que o latim. O radical “ma” de mãe é também o de “man” e “mana” a divindade que representa a fecundidade terrestre em varias culturas.