Portugal está pejado de lendas sobre casas assombradas e das assombrações em si. Na região ao redor de Lisboa (e em Lisboa em si), isto não podia ser diferente, com diversas histórias a correrem de boca em boca acerca de alguns locais e edifícios. São lugares repletos de algum misticismo ou associados a histórias e lendas que se perpeturaram no tempo.
Muitas destas construções estão apenas abandonadas, o que lhes dá uma aura mais propícia ao sobrenatural, mas em outros casos, os habitantes daqueles locais deixaram para trás uma história de sofrimento que perdura ainda hoje nas lendas. E apesar de ser difícil atestar a veracidade destas lendas, a verdade é que elas continuam a circular e a adensar o mistério destes locais.
Se gosta de emoções fortes e quer visitar um sítio com fama de assombrado, então esta é a lista ideal para si. Descubra 7 edifícios que se dizem assombrados em Lisboa e arredores. E visite-os apenas se tiver coragem, claro!
1. A Voz do Operário
Custódio Gomes era um operário tabaqueiro, que proferiu, em finais do século XIX, as já célebres palavras “soubesse eu escrever que não estava com demoras”, após a recusa de um jornal em publicar uma notícia sobre as condições de vida dos trabalhadores como Custódio. Este não se deixou ficar e, pouco tempo depois, em 1879, nasce o jornal A Voz do Operário. O edifício da publicação alberga hoje uma escola e, segundo as lendas, o fantasma de Custódio, que se recusa a deixar o projeto a que dedicou a sua vida. Parece que o fantasma vive no salão de festas, abre as cortinas do palco, para arejar o ambiente, e apenas vagueia pelos corredores durante a noite.
2. Faculdade de Belas Artes
Os avistamentos sobrenaturais neste espaço são já história recorrente ao longo do tempo. Não se sabe se se trata de vários fantasmas ou de apenas um, que fazem os elevadores andarem durante a noite, fecham as portas, rabiscam marcas no chão e espalham penas brancas pelos locais por onde passam. A faculdade encontra-se no local de um antigo convento, fundado em 1217, e que funcionou até 1834. Segundo consta, nas várias remodelações de que foi alvo, foram encontradas ossadas humanas.
3. Chalet Biester
É popularmente conhecido como Casa das Bruxas, talvez devido ao seu telhado cónico, e já foi usado nas filmagens de um thriller sobrenatural. É verdade, este edifício neogótico da Serra de Sintra foi cenário de parte do filme A Nona Porta, de Roman Polansky. Segundo consta, o edifício tem sete pisos subterrâneos, que são local de reunião de uma sociedade secreta. A lenda diz ainda que aqui se pode encontrar três cópias de um livro escrito pelo próprio diabo. A propriedade não é visitável, uma vez que se encontra em mãos privadas.
4. Castelinho de São João do Estoril
Esta casa, situada na marginal que liga Cascais a Lisboa, tem uma das histórias sobrenaturais mais conhecidas em toda a região. Segundo consta, a filha dos primeiros proprietários da casa, uma menina cega, caiu ao mar por acidente. Há quem jure que já viu a menina a vaguear pelos muros da propriedade, com uma boneca na mão. Uma dessas pessoas foi José Castelo Branco, que inclusive ponderou comprar a casa, em 1983.
5. Casa na rua Barata Salgueiro
Para lá do número 12 da rua Barata Salgueiro, escondem-se fantasmas, que arrefecem os corredores e produzem ruídos fantasmagóricos… ou pelo menos, assim consta popularmente. Não se sabe de onde vieram estes fantasmas, nem se conhece nenhuma lenda associada ao local. Talvez o facto de este ser o último edifício integralmente original da rua contribua para este facto. O certo é que o espaço se vai tornar numa zona comercial, dele sobrevivendo apenas a fachada. Se os fantasmas lá vão continuar ou não, fica a dúvida.
6. Cruz dos Quatro Caminhos
Esta é uma das mais antigas histórias de assombrações na capital. No que é hoje a Rua dos Sapadores, ficava a Cruz dos Quatro Caminhos, que foi durante anos um arrabalde da capital. Antes de eletricidade, a zona cobria-se de sombra ao pôr-do-sol, dizendo-se que ali se juntavam as bruxas junto a uma cruz de Cristo. Por essa razão, os lisboetas evitavam por ali passar, e a história ainda hoje é propagada.
7. Casa das Pedras
Esta mansão em pedra, construída em 1903, e situada na Avenida Marginal, parece o cenário perfeito para histórias de assombrações. A casa é apresentada como cenário de diversas assombrações, que se manifestam através de luzes intermitentes e portadas de janelas que se abrem sozinhas, sem ninguém por perto. Este mito é maioritariamente propagado por ocultistas, mas quem vive na casa garante que nenhum desses fenómenos acontece.
8. Pátio do Carrasco
Já ouviu falar do Pátio do Carrasco? Situa-se em Lisboa, em frente ao Largo do Limoeiro, junto à antiga Cadeia. O pátio está hoje bastante degradado, mas foi aqui que terá vivido temporariamente Luís António Alves dos Santos, conhecido como “o Negro”, que foi o último carrasco de Portugal.
A lenda conta que existe um túnel subterrâneo, que ia desde o Pátio do Carrasco à Prisão do Limoeiro, mesmo ao lado, e que seria usado para que o carrasco pudesse mais facilmente ir executar os seus deveres. A lenda conta também que, no local onde estaria essa passagem, ainda hoje se ouvem gritos, que seriam do próprio Luís, atormentado pelas mortes que causou, e que fizeram dele o último carrasco de Portugal.