Também conhecida como Cerca Conventual ou Mata do Conde, a Mata dos Sete Montes é um espaço verde por excelência de Tomar. Apesar da cidade ser rica em monumentos cativantes, como o seu castelo e o convento, assim como o bosque adjacente aos dois anteriores, a Mata dos Sete Montes consegue conquistar o seu lugar de destaque pela sua beleza, que cativa todos os visitantes que por aqui passam.
A sua história começa no século XVI, altura em que D. João III ordena que todos os terrenos do chamado Lugar dos Sete Montes fossem comprados, de modo a juntá-los num só e entregá-los aos monges da Ordem de Cristo, sucessores dos Templários e residentes no convento homónimo.
O rei desejou, e assim se fez. Feita a compra, delimitou-se o espaço com uma longa cerca, que aproveitou as antigas muralhas castelãs, de modo a que os freires passassem a ter um perímetro exterior, consagrada à contemplação, que complementasse o interior do templo, dedicado à oração.
Com o tempo, o local foi assumindo mais a feição de uma quinta e, no século XVIII, fez-se um arrendamento da mata, o que mostra alguma abertura do local. Com o fim das ordens religiosas, no século XIX, a Ordem de Cristo foi extinta, e todo o terreno, que foi anteriormente um bosque conventual, foi vendido a Costa Cabral, que viria a ser Conde de Tomar e, mais tarde, Marquês de Tomar.
Duas gerações mais tarde, em 1936, o neto de Costa Cabral resolveu vender toda a propriedade, que acabou por ser adquirida pelo Estado, com a intenção de reorganizar a quinta, de modo a que o povo de Tomar tivesse acesso ao local. As obras de requalificação duraram cerca de 5 décadas e, em 1986, o local ganhou o seu atual nome de Mata dos Sete Montes, e abre ao público.
Hoje, esta mata é o pulmão verde de Tomar, que está constantemente a ser melhorada pela autarquia, de modo a que todos os tomarenses possam usufruir ao máximo deste espaço.
A entrada faz-se pelo lado este, para um jardim formal, que serve de introdução ao que aí vem. Ao longo do caminho, poderá encontrar diversos pontos de interesse, como a Avenida dos Freixos, o Tanque da Cadeira d’El Rey, a Torre da Condessa e o Pinhal de Santa Bárbara.
São inúmeras as espécies que aqui vai encontrar, por entre aroeiras, choupos, pinheiros, oliveiras, carvalhos, freixos, plátanos e loureiros, que são apenas alguns exemplos. No que toca à fauna, poderá encontrar animais como o esquilo vermelho e diversas aves, como a toutinegra e os pica-paus.
Apesar de recomendarmos que deambule pela mata com calma, para melhor conhecer as suas maravilhas, não podemos deixar de destacar dois sítios imperdíveis.
O primeiro é a Gruta ou Fonte do Sangue, um dos mais enigmáticos pontos da mata, associado a uma lenda que nos diz que por ali correu sangue mouro por dias a fio, após uma ofensiva destes. Essa lenda ajudou também a dar o nome ao local. Portanto, não deixe de conhecer este ponto incrível da Mata dos Sete Montes.
Outro local a não perder é a Charolinha, um mini templo quinhentista que se encontra cercado por um tanque de água, e que pode ser acedido através de uma estreita ponte. O local servia de espaço de reclusão e íntima recolha para meditação, e era usado pelos monges.
Para além da Mata dos Sete Montes, existe muito para ver em Tomar, rica em simbologia Templária e da Ordem de Cristo. Portanto, não deixe de conhecer o Castelo de Tomar, o Convento de Cristo, a Sinagoga, o Convento de São Francisco, a Igreja de São João Batista, os Paços do Concelho, o jardim que rodeia a Roda do Mouchão e, do outro lado do rio, a Igreja de Santa Maria do Olival.
Um passeio pelas ruas desta magnífica cidade irá mostrar-lhe pormenores cativantes, pelo que recomendamos que percorra as suas ruas com calma e que leve o seu tempo a explorar este local.