Pode parecer fácil responder à questão de “quais são os monumentos mais antigos de Portugal”, mas a verdade é que o caso pode suscitar dúvidas, especialmente quando o monumento é difícil de datar. Mas os monumentos rupestres, sejam eles gravuras ou construções funerárias e/ou rituais, são sem dúvida os mais antigos, com a sua construção a remeter a milhares de anos atrás.
A verdade é que, em alguns casos, pouco se sabe sobre a origem e a história destes monumentos. O máximo que se consegue fazer é imaginar a sua utilidade que, na maioria dos casos, estaria ligado às divindades veneradas naquela época. Noutros casos, existem ainda hieróglifos e gravuras rupestres que aludem a formas de transmissão de conhecimentos através de imagens.
A grande maioria destas construções não sobreviveu até aos nossos tempos. Mas em Portugal, as que sobreviveram, concentram-se sobretudo na região do Alentejo, por razões que ainda estão por explicar. Descubra alguns dos monumentos mais antigos de Portugal.
1. Gravuras de Foz Côa
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Começamos pelas gravuras de Foz Côa, uma rara concentração de arte rupestre constituída por gravuras datadas do Paleolítico Superior (22 000 –10 000 a.C.), sendo o mais antigo registo de atividade humana de gravação existente no mundo. Para além de revelar o elevado grau estético e artístico dos seus executantes, ajuda-nos a descobrir mais sobre o modo de vida dos seus habitantes.
Estas gravuras testemunharam a vida dos nómadas caçadores-recoletores e pescadores do Paleolítico, indo até às primeiras formas de economia do Neolítico, e passando pelos guerreiros da Idade do Ferro. Tudo isto está gravado neste imenso santuário religioso e secular no nordeste de Portugal, que foi classificado como Património Mundial pela UNESCO em 1998.
2. Cromeleque dos Almendres
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O Cromeleque dos Almendres situa-se na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, no concelho de Évora, e constitui-se num círculo de pedras pré-histórico com 95 monólitos. Este é o monumento megalítico do seu tipo mais importante na Península Ibérica, não só pelas suas dimensões, como também pelo seu estado de conservação.
Na região de Évora, é possível encontrar sítios arqueológicos que vão do início do Neolítico (7000 a 8000 anos atrás) até à Idade do Ferro, entre menires, antas, necrópoles e povoações pré-históricas. Voltando ao cromeleque dos Almendres, o conjunto é Monumento Nacional desde 2015. Dez dos seus monólitos apresentam gravuras ou relevos.
3. Cromeleque do Xerez
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Situa-se em Reguengos de Monsaraz e foi identificado em 1969. Tem uma planta algo singular, tendo sido erguido entre inícios do 4º e meados do 3º milénio a.C. A estrutura desenvolve-se a partir de um menir central, com altura de cerca de 4 metros, que apresenta numa das suas faces diversas covinhas. O monumento tem 50 menires, com alturas entre os 1,20m e os 1,50m.
Apesar de a maioria dos menires estar fraturada, o facto de estes estarem prostrados no local permitiu a reconstrução da forma original do cromeleque. Foi o único monumento na região a ser transferido em 2004, devido à construção da barragem do Alqueva, tendo sido reconstruído junto do Convento da Orada (Telheiro).
4. Cromeleque da Portela de Mogos
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Localizado no concelho de Évora, o Cromeleque da Portela de Mogos possui cerca de 40 menires dispostos numa área de 15 por 12 metros. As rochas estão decoradas com círculos, linhas onduladas e motivos antropomórficos.
Acredita-se que teria sido um local de culto ao ar livre e foi utilizado durante muitos anos, desde o Neolítico até à Idade do Bronze. Foi identificado em 1966 e reconstruído em 1995 (alguns dos menires estavam tombados e tiveram que ser erguidos novamente).
5. Cromeleque de Vale Maria do Meio
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São 34 menires, os mais altos com 2 metros de altura. Localizam-se a apenas 1 quilómetro de distância do Cromeleque da Portela de Mogos. Tal como estes e tal como o Cromeleque dos Almendres, alguns dos menires possuem inscrições e gravuras. É fácil encontrá-los na estrada que liga Escoural a Arraiolos. Dispõem-se numa típica paisagem alentejana, com colinas onduladas e sobreiros a compor a paisagem.
6. Anta de Pavia
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As antas foram eram usadas como sepulturas e foram construídas um pouco por toda a Europa há mais de 3 mil anos. Mas em Pavia, no Alentejo, fica uma das mais especiais de Portugal, com quase 5 milénios de idade.
Para além de estar bem conservada, alguém teve a curiosa ideia de transformar o seu interior numa capela. E assim, é possível orar e meditar num pequeno cubículo onde, há uns milénios, foi enterrado alguém muito importante. É um dos edifícios mais curiosos de Portugal.
Bom trabalho ,na area de trazer um pouco da história dos nossos antepassados .
Castelo dos mouros tem descobertas de povos neolitivos com 5000 AC