Decidir quais são os monumentos mais bonitos de Portugal é uma tarefa inglória e que nunca será consensual, já que se trata de um país rico em património arquitetónico e cultural, onde se desenrolam vários episódios importantes da nossa história. Apesar do seu pequeno tamanho, Portugal é rico em variedade de estilos arquitetónicos que também se reflete nos seus monumentos.
Assim, alguns monumentos destacam-se pela sua história, outros pela antiguidade, outros por serem expoentes máximos de um estilo arquitetónico (como o manuelino)… mas todos são igualmente belos e relevantes.
No entanto, quando pensamos em monumentos nacionais, existem alguns que se destacam e e que são muito mais visitados e conhecidos do que os restantes. Estes são alguns dos monumentos mais bonitos de Portugal:
1. Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa)
É uma das obras que melhor exprime a arquitetura manuelina, tendo sido encomendado pelo próprio D. Manuel I pouco depois do regresso de Vasco da Gama, vindo da Índia. O mosteiro foi entregue à Ordem de São Jerónimo (daí o nome), que por lá se estabeleceu até 1834. Sobreviveu ao grande terramoto de 1755, mas foi danificado pelas tropas de Napoleão Bonaparte, em inícios do séc. XIX.
No mosteiro, encontram-se os túmulos de D. Manuel e da sua rainha, D. Maria, bem como os túmulos de D. João III, da sua rainha D. Catarina, de D. Sebastião e de D. Henrique. Também aqui se encontram os túmulos de Luís de Camões, Alexandre Herculano e Fernando Pessoa. A fachada é rica em elementos decorativos, repletos de símbolos marítimos e da navegação, bem como rica em plantas e animais exóticos.
2. Palácio da Bolsa (Porto)
É sede e propriedade da Associação Comercial do Porto – Câmara do Comércio e Indústria do Porto, sendo um dos monumentos mais conhecidos da Invicta. Aqui se realiza a maioria das receções oficiais do Estado a Norte do país, e por isso, por aqui passaram grandes estadistas, governantes e altos dignatários do século XX.
É Monumento Nacional e encontra-se localizado numa zona classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. O espaço encontra-se aberto à comunidade, procurando ser um ponto de encontro. Aqui existe uma sala de vistas, perfeita para se trocar impressões, promover negócios, celebrar eventos, ou simplesmente conviver.
3. Palácio da Pena (Sintra)
Encontra-se a cerca de 4,5km do centro histórico de Sintra e é um ex-líbris da arquitetura portuguesa do Romantismo. O palácio começou a ser edificado em 1839, altura em que o consorte de D. Maria II, D. Fernando, adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena, com o objetivo de as converter num palacete. Foi por esta altura que se mandou também plantar de raiz o Parque da Pena. O conjunto é um dos marcos da região e um dos locais mais reconhecidos no nosso país.
4. Convento dos Lóios (Évora)
Também chamada de Igreja de São João Evangelista, é Monumento Nacional desde 1910. Fazia parte do Convento dos Lóios, construído no século XV sobre as ruínas de um castelo medieval. A igreja foi erguida a mando do primeiro conde de Olivença, D. Rodrigues Afonso de Melo, em 1485.
A ideia era que o espaço fosse o panteão da família Melo, o que se confirma pelos vários túmulos presentes na igreja. Entre eles, destacamos o túmulo de Francisco de Melo, uma obra renascentista da autoria de Nicolau de Chanterene.
5. Mosteiro da Batalha
O mosteiro de Santa Maria da Vitória é uma daquelas obras-primas incontornáveis da arquitetura nacional e até europeia. O conjunto arquitetónico nasceu de uma promessa feita por D. João I, como agradecimento da vitória na batalha de Aljubarrota, que lhe assegurou o trono e a independência nacional face aos espanhóis. As obras duraram 150 anos, o que justifica a existência de elementos góticos, manuelinos e renascentistas.
6. Mosteiro de Alcobaça
O mosteiro está classificado como Património Mundial pela UNESCO e é considerada uma das mais importantes abadias Cistercienses da Europa. O local foi doado por D. Afonso Henriques a Bernardo de Claraval, e as obras começaram em 1178, sendo esta a primeira obra verdadeiramente ao estilo gótico a ser erguida em Portugal. Os traços gerais são de rigor, austeridade e de pureza das formas, num ambiente que se queria de oração, penitência e em constante comunidade, em absoluto silêncio.
7. Capela dos Ossos (Évora)
No século XVI, Évora tinha 42 cemitérios monásticos, que ocupavam espaço precioso em locais que poderiam ser usados para outros fins. Assim, os monges franciscanos decidiram resolver o problema criando a capela dos ossos, que não só solucionava a questão do espaço, como transmitia à comunidade uma forte mensagem sobre a fragilidade da vida humana, numa forma de celebração da morte muito presente na época barroca.
Assim, retiraram-se aqueles esqueletos da terra e estes foram usados para decorar a capela, que os monges acreditavam vir a ser um ponto de atração para devotos e curiosos.
8. Sé da Guarda
Ergue-se majestosa no centro da cidade e foi mandada erigir durante o reinado de D. João I, por iniciativa do bispo D. Vasco de Lamego. As obras iniciaram-se em 1390, mas só terminaram 150 anos depois. Assim, não é de admirar que esta igreja seja uma perfeita simbiose entre o gótico e o manuelino, sendo uma das construções mais emblemáticas do nosso país.
O edifício destaca-se pelo aspeto fortificado e pelo seu contraste com os aprimorados elementos manuelinos. No interior, pode encontrar um conhecido retábulo-mor, executado na oficina de João de Ruão, em Coimbra, e que é uma perfeita representação da escultura do período do Renascimento tardio.
9. Ponte romana de Trajano (Chaves)
No centro de Chaves encontra esta emblemática ponte romana, obra de finais do século I e inícios do século II d. C., construída durante o processo de romanização da região, durante a vigência do imperador Marco Ulpio Trajano.
A ponte tem sido alvo de obras de restauro e de remodelações ao longo dos séculos, tendo sido mesmo parcialmente destruída numa cheia, no século XVI. Hoje, apenas se podem ver 12 arcos de volta perfeita, numa extensão máxima de cerca de 100 metros. A meio do tabuleiro, encontram-se duas colunas atribuídas aos imperadores Titus Flavius Vespasianus e a Trajano.
10. Igreja Paroquial de Válega (Ovar)
Se há obra-prima da arte do azulejo, é a Igreja de Válega, particularmente bela ao pôr-do-sol, quando a sua fachada reflete a luz. O destaque são os azulejos de múltiplas cores, que revestem a igreja. O templo esteve em mãos privadas até 1150, altura em que passou para o patronato do Mosteiro de São Pedro da Ferreira (e assim ficou até 1288). De 1583 a 1833 foi propriedade do Bispo e da Sé Catedral do Porto. A igreja está localizada na atual posição desde meados do séc. XVIII.
11. Ponte da Misarela (Montalegre/Vieira do Minho)
A chamada Ponte do Diabo está situada sobre o rio Rabagão, na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho. A ponte liga Ruivães a Ferral, já no concelho de Montalegre. Encontra-se implantada no fundo de um escarpado desfiladeiro, assente sobre penedos e com alguma altura em relação ao rio, num único arco de 13 metros de vão. A ponte foi erguida na Idade Média e reconstruída em inícios do séc. XIX, sendo Imóvel de Interesse Público desde 1993.
12. Palácio do Buçaco (Mealhada)
Este Palácio Real, em plena Mata do Buçaco, foi projetado em finais do séc. XIX por Luigi Manini, contando com intervenções de Nicola Bigaglia, Manuel Joaquim Norte Júnior e José Alexandre Soares. É Imóvel de Interesse Público desde 1996 e encontra-se num conjunto paisagístico e arquitetónico único na Europa.
A arquitetura em si é um misto de elementos encontrados em outros monumentos como o Convento de Cristo ou o Mosteiro dos Jerónimos, sendo o interior decorado com azulejos, frescos e painéis alusivos aos Descobrimentos.
13. Convento de Cristo (Tomar)
Pertenceu à Ordem dos Templários, tendo sido fundado pelo Grão-Mestre D. Gualdim Pais. O convento conserva ainda recordações desses cavaleiros, que fizeram deste edifício a sua sede em Portugal. O Infante D. Henrique, Mestre da Ordem de Cristo desde 1418, mandou construir os claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários. No reinado de D. João III, deram-se as maiores modificações, com a construção da Igreja e dos claustros com ricos floreados manuelinos.
14.Torre de Belém (Lisboa)
Foi construída em homenagem a S. Vicente, padroeiro de Lisboa, no local onde estava ancorada a Grande Nau. Inicialmente, a torre estava totalmente rodeada de água, sendo progressivamente envolvida pela praia, até hoje fazer parte da terra firme. O interior está adornado com cordas e nós esculpidos em pedra, galerias abertas, torres de vigia com estilo mourisco, esferas armilares, a cruz da Ordem de Cristo e elementos naturais, como um rinoceronte.
15. Torre dos Clérigos (Porto)
Tem uns imponentes 75 metros de altura e é um dos elementos mais reconhecidos do Porto. É uma obra barroca com autoria de Nicolau Nasoni, tendo sido construída na primeira metade do séc. XVIII. Tem seis andares e, para chegar ao topo, tem de subir uma escada em espiral com 240 degraus. Quando foi construída, a torre era o edifício mais alto em Portugal.
16. Templo Romano de Évora
Também chamado de Templo de Diana, é um templo ao estilo coríntio, construído em inícios do séc. I d.C. É constituído pelo que resta do fórum romano de Évora, dedicado ao culto imperial. A identificação popular, no entanto, identificou as ruínas como sendo de um templo dedicado a Diana, a deusa da Caça, mito que tem sido desfeito ao longo do tempo.
O templo é em granito, estando rodeado por várias colunas coríntias. as colunas da fachada estão desaparecidas, mas restam ainda as colunas da retaguarda e algumas das laterais. Ao longo dos séculos, sofreu diversas alterações, começando no séc. V com as invasões bárbaras e continuando até ao séc. XIV, altura em que era casa-forte do castelo da cidade.
17. Palácio da Brejoeira (Monção)
Esta grandiosa construção, de estilo neoclássico, data dos princípios do séc. XIX, e está classificada como Monumento Nacional desde 1910. A Casa Senhorial encontra-se rodeada por altos muros e por um frondoso parque com espécies arbóreas centenárias e invulgares.
O conjunto encontra pela sua harmonia, fazendo ele parte o palácio, a capela, o bosque, os jardins, a vinha e a antiga adega. Ainda se cultivam 18 dos 30 hectares da propriedade, sendo aqui produzido o famoso vinho Alvarinho.
18. Quinta da Regaleira (Sintra)
O edifício principal da quinta é o palácio, mas os jardins são também uma atração extremamente popular. A quinta de 4 hectares conta com luxuriantes jardins, lagos, grutas e construções enigmáticas, que ocultam significados alquímicos e usam elementos maçónicos, templários e rosa-crucianos como destaque e decoração.
19. Palácio de Monserrate (Sintra)
Este palácio foi construído em 1858 por ordem de Sir Francis Cook, visconde de Monserrate. O jardim beneficiou do microclima da Serra de Sintra, conseguindo-se assim um parque magnífico, onde ainda se podem observar hoje mais de 3.000 espécies exóticas. O palácio, construído sobre as ruínas de uma mansão neogótica, era residência de verão da família Cook. Em 1793, William Beckford aluga a propriedade e começa a criar um jardim paisagístico, que é hoje tão emblemático.
20. Basílica de Santa Luzia (Viana do Castelo)
No topo do monte de Santa Luzia, encontra-se esta basílica, cujas obras começaram em 1903 e terminaram em 1943, num projeto da autoria de Miguel Ventura Terra. Tem inspiração na Basílica do Sacré-Coeur, em Montmartre (Paris) e está edificada sobre uma planta com formato de cruz grega. Tem elementos neo-românticos e bizantinos, contando com uma varanda onde, em dias limpos, pode observar um vastíssimo panorama da região.