Um monumento é muito mais do que um edifício ou construção, não sendo algo pelo qual passemos indiferentes. Um monumento representa a alma e história de um povo, todas as suas particularidades que tornam Portugal único. Um monumento é arte, que nos levanta a moral e contribuiu para o nosso sentido de identidade.
Assim, alguns monumentos destacam-se pela sua história, outros pela antiguidade, outros por serem expoentes máximos de um estilo arquitetónico (como o manuelino)… mas todos são igualmente belos e relevantes.
Contamos com diversos monumentos emblemáticos em Portugal, mas, para que fique a conhecer um pouco mais sobre a forma como a história e estas construções se interligam, decidimos deixar-lhe aqui 6 exemplos dessa conexão:
1. Castelo de Guimarães (Guimarães)
Começamos pelo emblemático Castelo de Guimarães, que representa de forma emblemática o início da nossa nacionalidade. Este monumento está ligado à fundação do Condado Portucalense e à formação do nosso país. No século X, construiu-se um mosteiro, na herdade de Vimaranes (Guimarães), a pedido de Mumadona Dias. Mas, para proteger os monges e a comunidade, revelou-se necessário construir uma fortaleza, já que os mouros atacavam o local com frequência.
Mais tarde, em pleno século XII, o conde D. Henrique e D. Teresa foram viver para Guimarães, e são realizadas obras no espaço, que foi ampliado e fortificado. Ao longo do tempo, outros monarcas fizeram melhorias neste local.
Tendo em conta tudo isto, não é de admirar que diversos momentos com relevância histórica se tenham passado aqui, apesar de o espaço ter sido eventualmente abandonado e ter entrado em degradação. No entanto, isso foi revertido e o Castelo de Guimarães tornou-se um dos mais relevantes Monumentos Nacionais.
2. Mosteiro da Batalha (Batalha)
Este conjunto arquitetónico foi construído no seguimento de uma promessa feita por D. João I e, após a vitória em Aljubarrota, começou-se a construir este espaço como forma de agradecimento, já que o trono foi assegurado, assim como a independência de Portugal. Portanto, a batalha ocorrida em agosto de 1385 foi essencial para a construção deste incrível edifício.
As obras foram-se prolongando ao longo do tempo, conhecendo fases de construção que ocuparam mais de um século. Este Monumento Nacional, também conhecido como Mosteiro de Santa Maria da Vitória, integra a lista de Património da Humanidade da UNESCO desde 1938.
3. Mosteiro de Alcobaça (Alcobaça)
Foi um espaço de grande relevância cultural, religiosa e ideológica. Por exemplo, o local contribuiu para a expansão cristã continuasse ainda mais para sul. Este foi também o primeiro edifício de arquitetura gótica no nosso país, servindo de base e guia para muitas construções posteriores. Já no campo histórico, o Mosteiro de Alcobaça encontra-se muito ligado à afirmação de Portugal enquanto reino independente (1139-1179).
O espaço foi fundado por instrução do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, que o doou a Bernardo de Claraval em 1153. É no Mosteiro de Alcobaça que encontramos o local de repouso dos protagonistas da que muitos consideram ser a maior história de amor portuguesa, já que aqui se encontram os túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro.
4. Torre de Belém (Lisboa)
O nome oficial deste edifício emblemático é Torre de S. Vicente, apesar de ser mais conhecido como Torre de Belém. É constituída por diversos espaços, como o exterior, o baluarte e seu terraço, a fachada sul, a capela, a sala do Governador, a sala dos Reis e a sala de audiências.
A construção deste edifício cumpria um objetivo estratégico, já que o local contribuía para a defesa da barra de Lisboa, tendo-se tornado uma referência arquitetónica do reinado de D. Manuel I. Curiosamente, na altura da construção, a Torre encontrava-se num ilhéu que, com o tempo, passou a fazer parte da costa.
5. Torre dos Clérigos (Porto)
É talvez o edifício mais emblemático do Porto, e a Torre e Igreja dos Clérigos marcam presença obrigatória no itinerário dos turistas que chegam à cidade. Tanto a Torre como a Igreja foram edificadas no século XVIII, com projeto de Nicolau Nasoni, nome notável da nossa arquitetura nacional, que expressou a sua arte no Porto de uma forma única, tendo participado na construção de diversos espaços emblemáticos na Invicta, como é o caso desta torre barroca.
6. Palácio Nacional da Pena (Sintra)
Foi considerado uma das Sete Maravilhas de Portugal e nomeado Património Mundial pela UNESCO em 1995. O local tem um encanto indescritível, parecendo ter saído de um conto infantil, onde a qualquer momento podem surgir príncipes e princesas. O Palácio da Pena é uma referência do Romantismo do século XIX, não só no nosso país, mas em todo o mundo. Tudo começou com uma capela dedicada a Nossa Senhora da Pena, que aqui existia no século XII.
Mais tarde veio o Mosteiro, por ordem de D. Manuel, no século XVI, que doou o espaço à Ordem de São Jerónimo. O espaço degradou-se bastante com o terramoto de 1755 e, com a extinção das Ordens religiosas, ficou abandonado de vez.
D. Fernando II, que se tinha casado com D. Maria II em 1836, adquiriu esse convento e respetiva cerca em hasta pública. Começaram-se as obras no antigo Mosteiro em 1839, sob a orientação do Barão de Eschwege, e depois passou-se à construção do Palácio Novo. Foram também plantados os jardins que cercam a propriedade nessa época. Hoje, este Monumento Nacional é um dos locais mais visitados no nosso país.