Ao longo da rica história de Portugal, foram feitas diversas construções, maravilhas arquitetónicas deslumbrantes, algumas das quais ainda hoje a deslumbrar-nos com a sua beleza. O Mosteiro da Batalha é um dos sobreviventes, tendo conseguido resistir aos testes do tempo mantendo a sua imponência intacta.
Este monumento encontra-se no Centro de Portugal e faz parte do distrito de Leiria. A sua história começou numa altura delicada para o Reino de Portugal, quando D. João, Mestre de Avis, garantiu a independência de Portugal, quando o trono ameaçava cair em mãos castelhanas, após a morte de D. Fernando I.
O rei de Castela afirmava ser o legítimo herdeiro do trono português, mas essa pretensão foi contestada por D. João e pelos seus apoiantes, com destaque para D. Nuno Álvares Pereira. Esta tensão daria a um dos episódios mais gloriosos da História de Portugal: a batalha de Aljubarrota.
A Batalha de Aljubarrota, que se deu a 14 de agosto de 1385, revelou-se decisiva para consolidar a subida de D. João ao trono, e é na sequência da vitória nesta batalha que se toma a decisão de construir este mosteiro, chamado de Mosteiro de Santa Maria da Vitória.
O mosteiro foi erguido a cerca de 2 km do local da batalha, tendo a construção começado pouco após esta histórica vitória. Depois, o local foi doado à Ordem Dominicana, que por lá se manteve até 1834, data em que as ordens religiosas foram extinguidas, e o monumento foi incorporado na Fazenda Pública.
Atualmente, este mosteiro encontra-se na dependência da Direção-Geral do Património Cultural, tendo sido reconhecido como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1983. E esta distinção não veio por acaso, porque o mosteiro é uma construção imponente e excecional, sendo um dos edifícios mais representativos do Gótico nacional.
A sua construção demorou mais de 150 anos, tendo existido diversas fases de construção, o que levou a que a estrutura não tenha uma arquitetura linear e tenha presente uma mistura de diversas influências.
O Gótico, claro, encontra-se bem representado em diferentes pontos, como a igreja, o Claustro Real e a sacristia. O Gótico Flamejante foi também introduzido numa fase posterior da obra, podendo este estilo ser observado nos detalhes mais rebuscados em certos pontos das colunas e abóbadas.
Outra grande influência foi o Manuelino, típico da época dos Descobrimentos, que pode ser apreciado nas bandeiras das janelas, no lavabo do Claustro Real e no portal das Capelas Imperfeitas.
O mosteiro em si é constituído por uma igreja, existindo também dois claustros com dependências anexas (embora já tenham desparecido dois claustros do século XIV). Destacam-se também os dois panteões reais: a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas.
Outro grande destaque deste mosteiro são os seus encantadores vitrais, datados dos séculos XV e XVI, e que foram executados pelos maiores especialistas nesta arte ao tempo da construção.
No exterior do mosteiro, um dos grandes destaques é o rendilhado da pedra, marca inconfundível deste magnífico monumento, e a estátua equestre de D. Nuno Álvares Pereira, datada de 1968, e que reconhece o seu papel decisivo neste que foi um dos episódios mais importantes do nosso país.
Não faltam, portanto, motivos para visitar este magnifico mosteiro, desde a sua história rica à sua impressionante beleza arquitetónica. E, nas redondezas, não faltam também locais a visitar e a descobrir. O local fica bem próximo de outras construções monumentais, como o Mosteiro de Alcobaça, o Convento de Cristo em Tomar e o Palácio de Mafra.
Portanto, prepare a sua viagem ao mosteiro e deixe-se imergir numa viagem a um passado esplendoroso. Visitar este local é prestar uma homenagem a todos aqueles que contribuíram para a construção de Portugal enquanto nação, algo que não deve ser esquecido nem negligenciado.