Onde estão sepultados os Reis de Portugal? Estamos habituados a pensar que Portugal tem apenas um panteão nacional, na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa. Mas na realidade não é bem assim. Em Portugal existem como também como panteões nacionais os mosteiros de Santa Cruz em Coimbra, o mosteiro de Alcobaça, o mosteiro da Batalha, o mosteiro dos Jerónimos e o mosteiro de São Vicente de Fora. De um modo geral, a eles estão associadas dinastias reais.
A dinastia Afonsina (de Borgonha) é a dinastia cujos Reis têm as suas sepulturas mais dispersas: No mosteiro de Santa Cruz em Coimbra estão D. Afonso Henriques e D. Sancho I; O mosteiro de Alcobaça alberga D. Afonso II, D. Afonso III e D. Pedro I; O rei D. Sancho II estará eventualmente sepultado na catedral de Toledo, tendo resultado infrutíferas as tentativas efectuadas para uma sua comprovação; O rei D. Dinis tem a sua sepultura no convento de Odivelas; Os restos mortais do rei D. Afonso IV estão na Sé de Lisboa; O corpo do rei D. Fernando I encontra-se no Convento do Carmo, em Lisboa, apesar de inicialmente ter estado na igreja de São Francisco em Santarém.
A Dinastia de Avis (rei D. João I ao cardeal-rei D. Henrique) tem as suas sepulturas divididas pelos mosteiros da Batalha: D. João I, D. Duarte, D. Afonso V e D. João II; e dos Jerónimos: D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião, D. Henrique.
A dinastia de Bragança (D. João IV a D. Manuel II) tem as sepulturas dos seus Reis no designado Panteão Nacional na igreja de S. Vicente de Fora, com excepção de D. Pedro IV cujo corpo se encontra em São Paulo no Brasil e de D. Maria I com sepultura na basílica da Estrela em Lisboa.
Entre D. Afonso Henriques, que se proclamou rei em 1139, e D. Manuel II, destituído em 1910 após a revolução republicana, Portugal conheceu quatro dinastias em quase 800 anos de história. Curiosamente, nenhum dos Reis portugueses está sepultado no Panteão Nacional localizado na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.
A razão é simples:
Salazar visita o monumento em 1964 e terá perguntado ao então responsável pelas obras: “O que é que é preciso para terminar Santa Engrácia?” “É preciso dinheiro e alguém que mande.” Ele disse: “O senhor vai mandar e eu vou-lhe dar o dinheiro.”
Assim foi. Em 1966, no 40.º aniversário do regime – fragilizado pela guerra colonial e pela candidatura de Humberto Delgado à presidência -, o Panteão Nacional era inaugurado (tal como a Ponte 25 de Abril, então Ponte Salazar), e terminava o mito das obras de Santa Engrácia, que se transformaram num adágio para tudo o que é moroso na sua finalização.
Ou seja… Nenhum Rei está sepultado no Panteão Nacional porque o edifício começou a funcionar como tal há apenas algumas décadas.
Dinastia de Borgonha:
– D. Afonso Henriques – Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra
– D. Sancho I – Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra
– D. Afonso II – Mosteiro de Alcobaça
– D. Sancho II – Toledo?
– D. Afonso III – Mosteiro de Alcobaça
– D. Dinis I – Mosteiro de Odivelas
– D. Afonso IV – Sé Catedral de Lisboa
– D. Pedro I – Mosteiro de Alcobaça
– D. Fernando I – Convento do Carmo em Lisboa, inicialmente o túmulo estava em Santarém.
– D. João I – Mosteiro da Batalha
– D. Duarte I – Mosteiro da Batalha
– D. Afonso V – Mosteiro da Batalha
– D. João II – Mosteiro da Batalha
– D. Manuel I – Mosteiro dos Jerónimos
– D. João III – Mosteiro dos Jerónimos
– D. Sebastião I – Mosteiro dos Jerónimos?
– D. Filipe I – Espanha
– D. Filipe II – Espanha
– D. Filipe III – Espanha
– D. João IV – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Afonso VI – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Pedro II – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. João V – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. José I – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Maria I – Basílica da Estrela em Lisboa
– D. Pedro III – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Pedro IV, Pedro I do Brasil, esteve no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa até a transladação dos seus restos mortais para o monumento do Ipiranga no Brasil, em São Paulo, o coração dele esta na igreja da Lapa no Porto.
– D. Maria II – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Fernando II – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Pedro V – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Luís I – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Carlos I – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa
– D. Manuel II ultimo Rei Português – Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa