A Ordem dos Templários foi fundada com o nome de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão e foi criada com o intuito de proteger os peregrinos cristãos que se deslocavam à Terra Santa. Com o passar do tempo, no entanto, a ordem acumulou muito poder em toda a Europa, sendo inclusive responsável pelo estabelecimento de um sistema bancário em todo o continente.
Seria o excesso de poder que acabaria por ditar o fim da ordem, quando o rei francês Filipe IV, que tinha dívidas excessivas a esta ordem, mandou que todos os cavaleiros da Europa fossem assassinados e confiscou os seus bens, tudo isto em conluio com o papa. Em Portugal, no entanto, os templários encontraram refúgio na recém-criada Ordem de Cristo, estabelecida por D. Dinis.
Ao longo do tempo, a ordem foi protegida pelos reis portugueses, ajudando a expulsar os muçulmanos e a proteger o nosso território de ataques. Para isso, construíram alguns castelos e receberam como doação outros. Assim, deixamos aqui alguns dos 10 castelos dos Templários em Portugal:
1. Castelo de Palmela
Este castelo, situado em Palmela, Setúbal, foi construído pelos muçulmanos, e algures entre os séculos X a XII foi reconstruído. O castelo muçulmano foi ocupado pelas tropas de D. Afonso Henriques em 1147, tendo sido daí em diante perdido e reconquistado sucessivamente até ser ocupado de forma definitiva no reinado de D. Sancho I em 1205.
Em 1210, a ordem de Santiago instalou-se neste castelo definitivamente, sendo que o antigo convento foi mandado construir em 1423 por D. João I e foi igualmente doado aos monges guerreiros da ordem de Santiago. Hoje, uma parte do edifício é um dos mais belos hotéis em Portugal, situado num momento histórico. Quanto aos Templários, existem vestígios da sua presença neste castelo.
2. Castelo de Almourol
Este é um dos castelos templários mais emblemáticos de Portugal, graças à sua localização única. Foi edificado sobre uma antiga fortificação tomada aos mouros em 1129, e está situado numa ilha escarpada no meio do rio Tejo, bem próximo de Tancos. Em 1160, o castelo foi entregue aos templários, conservando ainda alguns traços da arquitetura militar da ordem. Em cima do portão principal do castelo existe uma placa que dá conta de que a sua edificação foi concluída em 1171, sob a influência de Gualdim Pais.
O acesso ao castelo apenas pode ser feito por barco, uma vez que este se encontra no cimo de uma rocha, no meio do rio. A sua localização única serviu de inspiração para várias lendas que ainda hoje são contadas.
3. Castelo de Tomar
Este castelo começou a ser elevado a 1 de março de 1160, na altura em que Gualdim Pais era o Mestre da ordem em terras de Portugal. Este castelo foi erigido para suprir a fortificação de Ceras, que estava já em ruínas, e que se situava no morro na margem direita do rio Nabão. A partir do castelo desenvolveu-se a vila de Tomar.
Quando a ordem dos Templários se extinguiu, o castelo passou a ser chamado de convento de Cristo e foi amplamente modificado, transformações essas que descaracterizaram a edificação templária original. Apesar disso, este é um dos monumentos mais visitados do nosso país, recebendo também visitantes do mundo inteiro.
4. Castelo de Santa Maria da Feira
Este castelo é um dos mais notáveis monumentos portugueses e uma peça única da arquitetura militar portuguesa, porque espelha a diversidade de recursos defensivos utilizados entre os séculos XI e XVI. Sabe-se que os Templários por aqui passaram devido aos corredores e a alguns pormenores que comprovam a sua presença neste local.
O castelo foi perdendo importância militar ao longo do tempo e foi adaptado a paço senhorial. No século XV, no entanto, o monumento voltou a sofrer uma grande remodelação no campo defensivo, devido ao aparecimento de novos tipos de armamento, maioritariamente graças à utilização da pólvora.
5. Castelo de Pombal
Este castelo foi também edificado por Gualdim Pais, que aproveitou o local de uma fortificação romana que teria sido ocupada pelos árabes até à Reconquista cristã da Península Ibérica. A posição do castelo é dominante sobre um maciço rochoso na margem do rio Arunca, sendo a sua fundação posterior à do castelo de Tomar, em 1161. O castelo assumiu uma importância expressiva na defesa da região na época das conquistas aos mouros, consolidando a posição do condado Portucalense.
A localidade acabou por receber foral em 1174, foral esse concedido pelo próprio mestre templário. Com a extinção da Ordem do Templo, D. Dinis acabou por entregar o castelo à ordem de Cristo, sendo este mais tarde doado ao conde de Castelo Melhor pelo rei D. João I.
6. Castelo de Soure
Este castelo foi levantado no vale inferior do Mondego, num local de anterior ocupação romana, e fazendo parte da estratégia de defesa do acesso a Coimbra. Acabou por se tornar a sede da ordem em terras portucalenses (sede essa que até então estava localizado em Fonte da Arcada) uma vez que o seu senhorio foi dado aos Templários em 1128 por D. Teresa, regente do condado portucalense.
Este senhorio foi mais tarde confirmado por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Com o fim da ordem do Templo, o castelo passou para a ordem de Cristo, que o manteve até aos finais do século XIX. Hoje, apenas podemos apreciar as ruínas do castelo, que mesmo assim maravilham pela sua imponência.
7. Castelo de Penha Garcia
Admite-se que este castelo tenha sido edificado pelos Templários sobre uma fortificação romana, que tinha sido antecedido por um castro pré-histórico. No entanto, há opiniões no sentido de que a sua edificação foi iniciada com D. Sancho I, sendo doado por D. Afonso II à ordem de Santiago por volta de 1220.
Assim, segundo esta linha, o castelo de Penha Garcia e os seus domínios acabariam por chegar à posse da ordem dos Templários pelas mãos de D. Dinis, por volta de 1300, regressando à posse da coroa com a extinção das ordens no século XVI. A partir do século XIX, a edificação militar foi-se degradando e hoje apenas restam fragmentos das muralhas bem conservadas, sendo que o local não se encontra classificado.
8. Castelo de Castelo Branco
Este castelo foi edificado pela ordem dos Templários por volta de 1220, sendo que tinham anteriormente recebido estas terras de D. Afonso Henriques, depois da sua Reconquista aos árabes, e aí tinham fundado a cidade de Castelo Branco. O conjunto do castelo dos Templários e suas muralhas passou a integrar a linha defensiva do Tejo, da qual faziam parte o castelo de Almourol, o castelo de Monsanto, o castelo de Pombal, o castelo de Tomar e o castelo do Zêzere.
Castelo Branco, durante o século XVI, estava configurada como uma povoação-fortaleza, sendo que até mesmo a Igreja Matriz estava situada no recinto do castelo. Mesmo assim, ao longo dos anos, quer a igreja quer o castelo foram várias vezes danificados, seja por ataques castelhanos, seja pelas invasões francesas. Após a revolução de 1640, a igreja foi destruída pelos castelhanos, sendo que mais tarde, em 1704, os mesmos castelhanos viriam a incendiá-la. No período napoleónico, a igreja voltou a ser praticamente destruída pelos soldados de Junot, durante a primeira invasão francesa.
9. Castelo de Nisa
Este castelo foi edificado nas terras áridas do Alentejo, região fortemente dominada e influenciada pelos mouros durante séculos consecutivos. Do antigo castelo, apenas chegaram aos nossos dias duas portas, a principal da Vila e a de Montalvão. A edificação do castelo foi dirigida por D. Frei Lourenço Martins, por volta de 1290, no reinado de D. Dinis, correspondendo já aos últimos anos de existência da ordem.
O castelo foi erguido por ordem de D. Dinis, depois do antigo castelo e povoação terem sido arrasados pelo seu irmão D. Afonso Sanches, como forma de retaliação pela população de Nisa não apoiar a sua pretensão ao trono. Mais tarde, a vila passou para as mãos da ordem de Avis.
10. Castelo de Ceras
Este castelo estava situado junto à ribeira de Ceras, na freguesia de Alviobeira, concelho de Tomar. Em 1159, D. Afonso Henriques doou esta fortificação aos Templários, uma vez que a sua posição era considerada estratégica na linha do Mondego ao Tejo.
Na altura da doação, a fortificação estava em ruínas, e por isso, um ano após a ocupação do castelo pelos Templários, D. Gualdim Pais decidiu construir um novo castelo num local mais apropriado. Assim, o castelo de Ceras foi desaparecendo ao longo do tempo, sendo muitas vezes erroneamente confundido com o castelo de Tomar.
Excelente aualidade das informações acerca da presença temporária em terras lusitanas. Sou estudioso do assunto, estou por 24horas em Lisboa, mas não poderei visitar os cAstelos desta vez. BittenTour
Graças a D Dinis a Ordem continuou existindo em Portugal (ano 1314). Na sexta-feira 13 de outubro de 1307 mataram inclusive o Grão-Mestre