Lisboa é uma cidade milenar com imensos monumentos a visitar. Apesar da sua antiguidade, no entanto, existem poucos monumentos com mais de 250 anos, devido à devastação causada pelo terramoto de 1755, que destruiu quase todas as construções da cidade. Este acontecimento veio alterar para sempre o aspeto de Lisboa, mas nem por isso a capital de Portugal perdeu o seu esplendor.
No entanto, restam ainda alguns monumentos construídos antes desta tragédia, e os que foram construídos depois são igualmente belos e imponentes. Aliás, sabia que a casa mais antiga de Lisboa tem mais de 500 anos? E sabia que os monumentos construídos depois do sismo de 1755 são famosos pelo seu estilo manuelino?
Escolher os mais deslumbrantes monumentos de Lisboa não é tarefa fácil, tal é a quantidade de opções que devem ser analisadas. Mas de entre os mais famosos, os mais simbólicos e os mais imponentes, estes são os monumentos mais bonitos de Lisboa.
1. Mosteiro dos Jerónimos
Está situado perto da costa, na freguesia de Belém, e é um dos monumentos mais importantes da arquitetura de estilo manuelino. Juntamente com a vizinha Torre de Belém, foi considerado Património Mundial da UNESCO em 1983. O mosteiro foi mandado construir por D. Manuel I, como forma de perpetuar a memória do Infante D. Henrique.
Foi fundado em 1496 como mosteiro de Santa Maria de Belém. É aqui que se encontram sepultados alguns reis portugueses, como D. Manuel I e a sua mulher, e D. João II e a sua mulher, e alguns poetas como Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa.
2. Torre de Belém
Esta torre fortificada está localizada na freguesia de Santa Maria de Belém e é Património Mundial, graças ao papel significativo que desempenhou nas descobertas marítimas portuguesas. O edifício foi encomendado por D. João II, como parte do sistema de defesa na foz do rio Tejo, que serviu de porta de entrada para Lisboa. Construída em 1515, a Torre de Belém foi ponto de partida para muitas das viagens dos Descobrimentos, e para muitos marinheiros, foi a última visão da sua pátria.
3. Palácio Nacional da Ajuda
Na freguesia da Ajuda encontra-se este monumento neoclássico, construído no local onde antes se encontrava um edifício de madeira temporário, que abrigou a família real após o terramoto de 1755. Foi iniciado pelo arquiteto Manuel Caetano de Sousa, mas mais tarde confiado a José da Costa e Silva e Francisco Xavier Fabri, que planearam um elegante edifício ao estilo neoclássico moderno.
O Palácio Nacional da Ajuda é Monumento Nacional desde 1910. Hoje, esta antiga habitação real é não só um museu, mas também a sede de outras instituições portuguesas dedicadas à cultura e palco de cerimónias protocolares.
4. Castelo de São Jorge
Este é um dos monumentos mais emblemáticos de Lisboa e está situado na mais alta colina da cidade. A mais antiga fortificação no local que se conhece é datada do século 2 a.C., embora existam vestígios aqui encontrados do século VI a.C. Descobriram-se ainda vestígios de fenícios, gregos, cartagineses, romanos e muçulmanos, o que comprova uma ocupação humana constante desde tempos remotos.
O castelo de São Jorge foi declarado Monumento Nacional em 1910 e sofreu grandes obras de restauro durante o século XX, que lhe deram o seu aspeto atual. Constitui hoje um espaço de lazer muito concorrido pela população dos bairros envolventes, graças à sua vista da cidade e do rio.
No interior, destaque para o núcleo museológico, onde se pode ver a história de Lisboa e a Torre de Ulisses, lendário fundador da cidade que dá nome à antiga torre do tombo do castelo, onde um periscópio permite observar a cidade em 360° em tempo real.
5. Elevador de Santa Justa
Também conhecido como elevador do Carmo, este elevador, situado na extremidade da rua de Santa Justa, liga a Baixa ao Bairro Alto. Foi construído por Raul Mesnier du Ponsard, um francês nascido em Portugal e aprendiz de Gustave Eiffel, o que explica as semelhanças na estrutura com a Torre Eiffel de Paris. Desde a sua construção que o elevador se tornou numa atração turística para Lisboa, que ainda hoje é muito popular.
6. Convento do Carmo
Este convento foi construído na sequência da vitória da Batalha de Aljubarrota, tal como aconteceu com o Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Foi dedicada a Nossa Senhora do Vencimento, no Monte do Carmo, e surgiu como seguimento do voto feito pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, quando decorria o ano de 1389. O convento foi sempre protegido, não só pelo seu fundador, que o dotou de um vasto património, mas também por D. Duarte e D. Afonso V.
Desde o início da construção que se encontram grandes dificuldades técnicas, não só ao nível dos alicerces, que cederam por 2 vezes, mas também a nível do suporte da cabeceira. Esta foi uma das maiores campanhas arquitetónicas que Lisboa já havia visto, sendo usada na sua construção um grande contingente humano, e também foram aqui introduzidas várias novidades que haviam sido já experimentadas no estaleiro da Batalha.
7. Padrão dos Descobrimentos
Foi inaugurado em 1960 como comemoração dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique. Na fachada tem esculpidas 33 figuras ilustrativas da época dos Descobrimentos, com destaque para o Infante D. Henrique. Ao seu lado, encontra-se um mapa do mundo desenhado no chão, com todas as rotas que os portugueses traçaram na altura dos Descobrimentos. É ainda possível subir ao topo deste momento e ter acesso a uma vista deslumbrante sobre o Tejo e Belém.
8. Panteão Nacional
Está situado na Igreja de Santa Engrácia, e existe desde 1916, estando lá sepultadas muitas figuras da história portuguesa, desde Amália Rodrigues a Almeida Garrett, passando por alguns Presidentes da República. Encontram-se aqui também memoriais dedicados a algumas figuras importantes da nossa história que não estão lá sepultadas, como Luís de Camões, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, entre outros.
9. Igreja de São Vicente de Fora
O mosteiro de São Vicente tem origens bem antigas, sendo provável que por aqui tenham acampado as tropas de D. Afonso Henriques, aquando da tomada de Lisboa aos mouros em 1147. No entanto, o atual edifício foi construído entre 1582 e 1629 pelo plano do conceituado Filippo Terzi. A fachada do templo foi atribuída a Baltazar Álvares e apresenta um estilo maneirista sóbrio, com influência italiana, mas adaptada ao estilo português.
Está ladeada por torres e alberga imagens de Santo Agostinho, São Sebastião e São Vicente. Esta igreja viria a constituir a base das fachadas dos templos construídos nas colónias portuguesas em África, Índia, Macau e Brasil. Nas dependências desta igreja estão situados o Panteão dos Bragança e o Panteão dos Cardeais-Patriarcas de Lisboa.
10. Igreja de São Roque
Esta igreja, dedicada a São Roque, foi mandada edificar em finais do século XVI, contando com colaboração de Afonso Álvares e de Bartolomeu Álvares. Pertenceu à Companhia de Jesus e foi a sua primeira igreja em Portugal, bem como uma das primeiras igrejas jesuítas de todo o mundo. Foi a principal igreja da Companhia no nosso país durante mais de 200 anos, antes de os jesuítas terem sido expulsos no século XVIII.
Este foi um dos raros edifícios que sobreviveram ao terramoto de 1755 relativamente incólume. Tanto a igreja como a residência auxiliar foram cedidas à Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, como substituição dos seus edifícios e igrejas destruídas no sismo, e ainda hoje este templo faz parte da Santa Casa.