Portugal é um país com uma grande diversidade geográfica, cultural e económica. Apesar de ser um país relativamente pequeno em termos de área, existem grandes contrastes entre as diferentes regiões e municípios. Uma das formas de medir estas diferenças é através do indicador do poder de compra per capita, que representa o bem-estar material médio de cada pessoa num determinado território.
O poder de compra per capita é calculado com base num conjunto de variáveis que refletem a capacidade económica e financeira dos residentes, tais como o rendimento disponível, o consumo privado, o investimento, a poupança, a fiscalidade, o emprego e a estrutura empresarial. Quanto maior for o valor deste indicador, maior será o nível de vida médio da população.
Neste artigo, vamos conhecer os 10 municípios mais ricos de Portugal, com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes a 2019. Vamos também explorar as razões que explicam estas diferenças regionais e o que significa viver num município rico.
Os 10 municípios mais ricos de Portugal
Segundo o estudo do INE sobre o poder de compra concelhio, publicado em setembro de 2021, os 10 municípios mais ricos de Portugal em 2019 eram os seguintes:
Lisboa
Com um valor de 207,9 pontos no indicador do poder de compra per capita (IpC), Lisboa era o município mais rico do país, com mais do dobro da média nacional (100). A capital concentrava também a maior percentagem do poder de compra nacional (11%), sendo o principal polo económico e financeiro do país.
Lisboa beneficiava da sua localização estratégica no litoral, da sua dimensão demográfica e da sua oferta diversificada de serviços, comércio, turismo, cultura e educação.
Oeiras
Com um valor de 180,7 pontos no IpC, Oeiras era o segundo município mais rico do país, destacando-se pela sua elevada qualidade de vida e pelo seu dinamismo empresarial.
Oeiras fazia parte da Área Metropolitana de Lisboa e situava-se na costa do Estoril, beneficiando da proximidade com a capital e com o mar. Era também um dos municípios com maior índice de desenvolvimento humano (IDH) e com maior taxa de escolaridade do país.
Porto
Com um valor de 169,9 pontos no IpC, Porto era o terceiro município mais rico do país e o primeiro da região Norte. A segunda maior cidade do país era também a segunda maior concentração de poder de compra nacional (4%), sendo o principal centro económico e cultural do Norte.
O Porto era reconhecido pela sua história, pela sua arquitetura, pela sua gastronomia e pelo seu vinho. Era também um importante polo industrial, comercial e turístico.
Faro
Com um valor de 132,3 pontos no IpC, Faro era o quarto município mais rico do país e o primeiro da região Algarve. A capital algarvia era também a terceira maior concentração de poder de compra nacional (3%), sendo o principal destino turístico do país.
Beneficiava da sua localização junto ao mar e da sua oferta diversificada de alojamento, restauração, lazer e cultura. Era também um importante centro administrativo, educativo e de saúde.
Coimbra
Com um valor de 130,3 pontos no IpC, Coimbra era o quinto município mais rico do país e o primeiro da região Centro. A cidade dos estudantes era também a quarta maior concentração de poder de compra nacional (2%), sendo um dos principais centros universitários e culturais do país.
Coimbra era famosa pela sua história, pela sua música, pela sua literatura e pelo seu património. Era também um relevante polo de saúde, de investigação e de inovação.
São João da Madeira
Com um valor de 130,1 pontos no IpC, São João da Madeira era o sexto município mais rico do país e o segundo da região Norte.
O município mais pequeno do país em termos de área era também um dos mais industrializados e urbanizados, destacando-se pela sua produção de calçado, chapéus, metalomecânica e têxtil. São João da Madeira era também um município com uma forte aposta na inovação, na educação e na cultura.
Sines
Com um valor de 128,03 pontos no IpC, Sines era o sétimo município mais rico do país e o segundo da região Alentejo. O município costeiro era também o maior em termos de área e o mais populoso do litoral alentejano.
Sines era conhecido pelo seu porto marítimo, pelo seu complexo industrial e energético e pelo seu festival de música. Era também um município com uma rica herança histórica e natural.
Cascais
Com um valor de 125,59 pontos no IpC, Cascais era o oitavo município mais rico do país e o terceiro da Área Metropolitana de Lisboa.
O município situado na costa do Estoril era também um dos mais procurados para viver e para visitar, pela sua beleza paisagística, pelo seu clima ameno e pela sua oferta variada de serviços, lazer e cultura. Cascais era também um município com uma forte vocação turística, desportiva e ambiental.
Aveiro
Com um valor de 123,5 pontos no IpC, Aveiro era o nono município mais rico do país e o terceiro da região Norte. A cidade conhecida como a Veneza portuguesa era também a quinta maior concentração de poder de compra nacional (2%), sendo um importante centro económico e cultural do Norte Litoral.
Aveiro era famoso pela sua ria, pelos seus moliceiros, pelos seus ovos moles e pelo seu sal. Era também um relevante polo industrial, portuário, universitário e tecnológico.
Matosinhos
Com um valor de 120,9 pontos no IpC, Matosinhos era o décimo município mais rico do país e o quarto da região Norte. O município localizado na margem direita do rio Douro era também um dos mais populosos e urbanizados do país.
Matosinhos era reconhecido pela sua gastronomia à base de peixe e marisco, pela sua arquitetura moderna e pela sua praia. Era também um destacado polo industrial, comercial e logístico.
Porque é que há diferenças entre os municípios?
As diferenças entre os municípios em termos de poder de compra resultam de vários fatores que influenciam a capacidade económica e financeira dos residentes. Alguns desses fatores são:
- A localização geográfica: os municípios situados no litoral tendem a ter um maior poder de compra do que os do interior, pois beneficiam de uma maior acessibilidade, de uma maior diversidade de recursos naturais e de uma maior atratividade turística.
- A dimensão demográfica: os municípios com uma maior população tendem a ter um maior poder de compra do que os com uma menor população, pois dispõem de uma maior oferta e procura de bens e serviços, de uma maior escala produtiva e de uma maior capacidade fiscal.
- A estrutura económica: os municípios com uma maior diversificação económica tendem a ter um maior poder de compra do que os com uma maior especialização económica, pois apresentam uma maior resiliência face a choques externos, uma maior capacidade de inovação e uma maior competitividade.
- A qualificação humana: os municípios com uma maior qualificação humana tendem a ter um maior poder de compra do que os com uma menor qualificação humana, pois contam com uma maior produtividade, uma maior empregabilidade, uma maior rendibilidade e uma maior qualidade de vida.
O que significa viver num município rico?
Viver num município rico pode ter vantagens e desvantagens, dependendo das perspetivas e das expectativas de cada pessoa. Algumas das possíveis vantagens são:
- Ter acesso a uma maior oferta e qualidade de bens e serviços, tais como saúde, educação, cultura, lazer, transportes e comunicações.
- Ter mais oportunidades de emprego, de empreendedorismo, de formação e de mobilidade social.
- Ter mais facilidade em poupar, investir e consumir.
- Ter mais segurança, conforto e bem-estar.
Algumas das possíveis desvantagens são:
- Ter que enfrentar uma maior concorrência, pressão e stress.
- Ter que suportar um maior custo de vida, uma maior carga fiscal e uma maior desigualdade social.
- Ter que lidar com uma maior poluição, congestionamento e deterioração ambiental.
- Ter que sacrificar parte da identidade, da tradição e da autenticidade locais.
Perguntas frequentes
O que é o poder de compra per capita?
O poder de compra per capita é um indicador que representa o bem-estar material médio de cada pessoa num determinado território. É calculado com base num conjunto de variáveis que refletem a capacidade económica e financeira dos residentes.
Como se calcula o poder de compra per capita?
O poder de compra per capita é calculado através de um modelo de análise fatorial que utiliza 20 variáveis relacionadas com o rendimento disponível, o consumo privado, o investimento, a poupança, a fiscalidade, o emprego e a estrutura empresarial. O valor deste indicador é expresso em pontos relativos à média nacional (100).
Quais são as fontes de informação para o poder de compra per capita?
As fontes de informação para o poder de compra per capita são diversas e provêm de diferentes entidades públicas e privadas. Algumas das principais fontes são: as contas nacionais e regionais, os censos populacionais e empresariais, os inquéritos às famílias e às empresas, os registos administrativos e fiscais e os dados geográficos e estatísticos.