A tradição do azulejo em Portugal começou há séculos atrás e foi importada do estilo árabe. No entanto, os artistas portugueses souberam transformar e alterar a herança árabe, dando origem a um estilo tipicamente português que se tornou mundialmente famoso e que hoje atrai muitos turistas.
Muitos são os estrangeiros que visitam o nosso país e se encantam os painéis de azulejos que povoam as nossas casas, igrejas, estações de comboio, etc… Longe vão os tempos em que os edifícios mais importantes de Portugal eram decorados com este revestimento que se tornou num dos símbolos nacionais.
Se é fã deste tipo de manifestação cultural única em todo o mundo, descubra alguns dos mais bonitos e simbólicos painéis de azulejos em Portugal. Mas não se fique apenas por admirá-los em casa: vá vê-los pessoalmente porque a experiência vale bem a pena.
1. Estação de São Bento (Porto)
Esta centenária estação, que se situa em pleno Centro Histórico do Porto, foi já considerada uma das mais bonitas do mundo, e é um ponto de paragem obrigatório em qualquer lista sobre o que visitar na cidade.
O principal motivo para tal distinção são os painéis de azulejo, pintados por Jorge Colaço, que retratam momentos importantes da história do nosso país. São cerca de 550 m² de painéis pintados ao estilo Arte Nova. A fachada da estação é igualmente merecedora de atenção, contando com traços renascentistas e outros da Belle Époque.
2. Igreja Paroquial de Válega (Ovar)
Se há Igreja que impressiona é esta, verdadeira obra-prima da arte da pintura do azulejo. A fachada da Igreja de Válega, virada para Poente, destaca-se particularmente ao pôr do sol, banhada pela luz, e constitui uma visão única graças aos seus azulejos de múltiplas cores.
Até 1150, o patronato da Igreja pertencia a mãos privadas. A partir daí, e até 1288, foi o Mosteiro de São Pedro de Ferreira. Entre 1583 e 1833, foi propriedade do Bispo e da Sé Catedral do Porto. Esta igreja encontra-se na sua localização atual desde meados do século XVIII.
3. Fachada da Casa Viúva Lamego (Lisboa)
Tem sido responsável por diversas obras de azulejo, espalhadas tanto pela capital como pelo nosso país. O edifício onde se encontra a loja, localizado no Largo do Intendente, é um dos mais curiosos da cidade, tendo a fachada completamente coberta com azulejos coloridos.
A Fábrica Viúva Lamego foi fundada neste espaço em 1849, mas encontra-se agora em Sintra. Ainda assim, mantém aqui a loja com a sua fachada emblemática. As suas peças, pintadas à mão, têm decorado espaços como estações de metro em Lisboa e a Casa da Música no Porto, e são também exportadas para o mundo inteiro.
4. Capela das Almas (Porto)
A capela das almas chama a atenção pelos azulejos que cobrem a sua fachada, que tornam impossível ficar indiferente às suas paredes, cobertas com 15.947 azulejos, numa área de 360 m².
Na verdade, os azulejos só foram colocados no século XX, em 1929, mas foram concebidos de maneira a imitar os mosaicos característicos do século XVIII. São da autoria do ceramista Eduardo Leite e foram executados numa famosa fábrica de Lisboa.
5. Estação de Aveiro
Quem visita a estação de Aveiro fica desde logo impressionado com a fachada coberta de azulejos. Estes datam de 1916, sendo oriundos da Fábrica da Fonte Nova, e reproduzem motivos regionais, no chamado estilo de Casa Portuguesa.
Na fachada da estação, pode apreciar paisagens regionais, como a ria, e figuras populares da zona, como pescadores. O trabalho de azulejo está espalhado pela parte central de três pisos e pelas laterais da gare.
6. Igreja do Carmo (Porto)
Na freguesia da Vitória, entre a praça Carlos Alberto e a rua do Carmo, encontra esta igreja que pertence à Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. O templo foi construído no estilo rococó em granito, seguindo um projeto de José Figueiredo Seixas.
A fachada principal é profusamente decorada, tanto com elementos vegetais como com janelas e nicho, sendo coroada por uma cruz e pelas estátuas dos Evangelistas. Por sua vez, a fachada lateral encontra-se coberta de azulejos num tom azulado.
7. Largo Rafael Bordalo Pinheiro (Lisboa)
É certamente um dos edifícios mais fotografados da cidade, já que se encontra mesmo no centro do Chiado. Data de 1869 e está forrado com azulejos amarelos e laranja, que retratam imagens mitológicas que representam a Terra, a Água, a Ciência, a Agricultura, o Comércio e a Indústria. No topo, encontra-se uma estrela com o olho da Providência.
8. Igreja Matriz de Cortegaça (Ovar)
Se gosta de apreciar igrejas, aproveite para dar um salto até Cortegaça, também em Ovar. São apenas 20 minutos de caminho e poderá ver outra das igrejas mais bonitas de Portugal: a Igreja Matriz de Santa Marinha de Cortegaça.
A sua fachada também está completamente revestida de azulejos, mas desta vez todos em tom de azul. Vale a pena apreciar todos os detalhes com calma e atenção. Aproveite também para entrar na igreja e contemplar o seu bonito interior.
9. Palácio Fronteira (Lisboa)
Apesar de estar aberto a visitas, o Palácio Fronteira ainda é habitado pelos descendentes dos marqueses que o inauguraram em 1675. Pode escolher fazer uma visita guiada ao interior, mas também pode apenas passear pelo magnífico jardim. Se decidir visitar o interior, irá passar pela biblioteca, pela capela e por salas cobertas com azulejos históricos portugueses e holandeses, dos quais se destacam painéis que reconstituem a Guerra da Restauração.
A maior parte destes conjuntos de azulejo foi colocada entre 1660 e 1670, espalhando-se o conjunto pelo interior e pelo jardim. É considerada uma das obras mais extraordinárias em azulejo do mundo, misturando obras portuguesas e holandesas com diversas esculturas decorativas.
10. Estação do Pinhão (Alijó)
Esta estação, construída no século XIX, é um ponto de paragem obrigatório na linha do Douro. O seu apeadeiro é muito conhecido pelos 24 painéis de azulejos que adornam as suas paredes, e que são da autoria do pintor e ceramista J. Oliveira.
Estes painéis retratam a vida no Douro Vinhateiro, representando paisagens, vindimas, e o pisar da uva, entre outras cenas do dia-a-dia. Para visitar a estação, pode chegar lá de carro ou, no verão, viajar a bordo do Comboio Histórico do Douro.