Localizada numa região verdejante à beira do Rio Lima, pensa-se que Ponte da Barca foi buscar o seu nome à barca que fazia a ligação entre as duas margens, antes da ponte ser construída no séc. XV. O centro histórico da vila com casas solarengas (algumas adaptadas a Turismo de habitação) e belos monumentos dos séculos XVI-XVIII merece uma visita cuidada, bem como os seus arredores, em que se destacam a Igreja românica de Bravães do séc. XIII e o Castelo do Lindoso (séc. XIII) que teve um papel importante na defesa da região.
São muitas as atracções turísticas e os pontos de interesse em Ponte da Barca, desde os monumentos do seu centro histórico até às aldeias tradicionais do Parque Nacional Peneda Gerês. Na região Demarcada dos Vinhos Verdes, parte deste do concelho está inserido no Parque Nacional da Peneda Gerês, que oferece excelentes para actividades desportivas e de lazer. Ponte da Barca é um dos quatro municípios que integram o Vale do Lima.
Nesta região, percorrer a Rota dos Gigantes é uma forma de conhecer os locais onde nasceram quatro grandes figuras históricas que levaram Portugal aos quatro cantos do mundo. Estes são os melhores locais para visitar em Ponte da Barca.
1. Centro Histórico de Ponte da Barca
O centro histórico de Ponte da Barca está repleto de pontos de elevado interesse. Comece pela ponte medieval sobre o Rio Lima, o antigo mercado setecentista, o pelourinho e o cruzeiro do Curro. Prossiga a caminhada até à Fonte barroca de São João e depois suba a escadaria até à Igreja Matriz, um templo do século XVII.
Ao lado, aprecie a fachada da Casa de Farias, um magnífico solar da segunda metade do século XVIII. Já, em direcção à Praça da República, pare para apreciar a Igreja da Misericórdia, uma das mais antigas igrejas de Portugal, fundada em 1534. Termine este percurso junto ao edifício dos Paços do Concelho e aproveite para descobrir os sabores típicos da região, como o vinho verde tinto da Casta Vinhão, o cabrito, a lampreia e as queijadas de laranja, entre outras iguarias.
2. Castelo de Lindoso
Como todos os Castelos Portugueses junto à fronteira com a Espanha, este também está estrategicamente situado na formação da Nacionalidade. Não se sabe ao certo a fundação, crendo-se ser do início do séc. XIII, mais propriamente entre os anos 1220 e 1258. Datas estas que estavam referenciadas só na segunda inquirição, devendo-se a sua fundação a D. Afonso III. Mais tarde, mandado restaurar e ampliar por D. Dinis, a quem atribuem a torre de menagem, que nele residia aquando das caçadas que faziam no Gerês. No séc. XVII o Castelo foi reforçado, mantendo a sua arquitectura medieval.
A construção inicial de duas torres quadrangulares defende a porta de armas virada para a povoação, no lado oposto está a torre de menagem de quinze metros de altura e ampla, têm a face norte alinhada com a cerca que a substitui. Pensa-se que no lado da actual entrada fosse a chamada porta da traição, hoje junto à ponte levadiça. Há cerca de anos este Castelo tinha uma pequena e insignificante cobrança à entrada, razão pela qual o seu interior se mantinha limpo, que também dava entrada na torre de menagem. Agora, que com certeza há mais visitas, tem um pouco de ar de abandono, A partir de 1910 o Castelo de Lindoso entrou para a lista dos classificados como Monumento Nacional.
3. Ponte Medieval de Ponte da Barca
Situada nos limites da lindíssima vila de Ponte da Barca, na verde região Minhota, esta histórica Ponte situa-se sobre o Rio Lima numa paisagem idílica, de grande beleza natural. De facto, a própria vila deve o actual topónimo a esta Ponte. Outrora apelidada de “Nóbrega”, topónimo de provável origem celta, séculos mais tarde foi apelidada de “Barca”, devido ao atravessamento do Rio Lima ser então efectuado por meio de uma Barca. Posteriormente, aquando a construção de finais do século XIV do símbolo da cidade, esta bonita Ponte, passou a ser conhecida por “Ponte da Barca”.
A Ponte reforça a sua importância no domínio comercial, constituindo um forte ponto de passagem, centro e eixo regional na direcção do litoral. Ponte da Barca foi também local de passagem de peregrinos e fieis, por ser local de cruzamento de dois caminhos de ligação a Santiago de Compostela. Hoje em dia classificada como Monumento Nacional, a estrutura foi alvo de fortes remodelações nos séculos XVIII e XIX. É constituída por dez arcos quebrados ou plenos, desiguais entre si, conservando apenas da construção medieval oito arcadas. No centro estão duas lápides, uma com as armas de Ponte da Barca, outra com a esfera armilar.
4. Antigo Mercado de Ponte da Barca
Considerado o ex-libris da Vila, este Mercado Pombalino é uma obra singular de grande valor arquitectónico. Foi edificado em 1752 com duas grandes arcadas apoiadas em colunas, destinava-se ao abrigo dos comerciantes, barqueiros e seus bens. O Mercado Pombalino é uma obra singular, de grande valor arquitectónico, situado em frente ao Pelourinho. O Abrigo Porticado, que ambienta a sua praça,
Localizado na praça do Mercado Pombalino está o pelourinho de Ponte da Barca. Classificado como Monumento Nacional, será datado pelos finais do século XVI. É constituído por uma coluna de granito cilíndrica, apoiada num soco de quatro degraus. Apresenta características maneiristas e barrocas (Século XVIII) no seu topo, com uma esfera e um cone. Testemunha da influência de D. Manuel, pelos respectivos elementos herálidicos, isto é as armas reais e a cruz de Cristo, mas também testemunha da preponderância dos donatários da vila, a família Magalhães pelas faixas aí representadas.
5. Ermida
A aldeia da Ermida situada nas encostas da Serra Amarela, é uma povoação de características serranas em que o “habitat” é muito concentrado. Neste povoado de características únicas poderá percorrer as suas ruelas e visitar o Núcleo Museológico onde poderá encontrar a Estátua Menir e a Pedra dos Namorados.
Poderá também visitar Bilhares, uma branda de pastoreio e de cultivo de arquitectura popular cuja inserção numa paisagem com excepcional conservação lhe confere um grande valor patrimonial. Ao longo da Ribeira da Carcerelha poderá praticar canyoning, tomar banho nas diversas piscinas naturais, ou em alternativa percorrer um dos diversos percursos pedestres existentes na Ermida.
6. Espigueiros de Lindoso
No declive do morro que o castelo de Lindoso coroa, encontra-se um conjunto de cerca de 60 espigueiros que datam do século XVIII e XIX, situado entre afloramentos de granito e grandes lajes que lhes servem de alicerces mas também de eiras. Neste local, o espigueiro é inteiramente de pedra com fendas verticais, estando o assento firme em pés singelos, com ou sem sapata, encimados por mós ou mesas de formatos variados, constituindo um dos aspectos mais sugestivos da paisagem rural da serra minhota.
Para além do Soajo, é aqui no Lindoso que se verifica a maior representação de espigueiros todos de pedra, não só pelo número abundante como pela sua qualidade. Concentram-se em torno de uma única eira rectangular, revelando a importância do trabalho colectivo próprio das comunidades de montanha.
7. Igreja de São Salvador de Bravães
É considerado um dos mais notáveis monumentos românicos pela sua densidade escultórica. Templo românico, notabilizou-se sobretudo pelo seu portal ogival, com cinco arquivoltas decoradas, apresentando-se os capitéis, os fustes e os tímpanos igualmente decorados com uma grande variedade de motivos com forte peso simbólico. A sua construção deve-se a D. Vasco Nunes, rico homem portucalense do tempo de Afonso Vl de Leão e Castela, que nos fins do século Xl aí teria fundado um mosteiro beneditino. No século XV o mosteiro é extinto, ficando reduzido a igreja paroquial.
O edifício actual, acusando embora algumas remodelações, remonta no essencial ao século XII, verificando-se enriquecimentos na decoração interior nos séculos XV e XVI, mantendo no entanto, proporções equilibradas e harmoniosas. Reconhecida como uma das obras-primas da arte românica portuguesa e classificada como Monumento Nacional, a Igreja de São Salvador de Bravães apresenta-se como um monumento de inegável significado histórico regional e de excepcional valor científico e patrimonial.
8. Germil
Incrustada na serra Amarela, Germil é uma típica aldeia de montanha situada em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês, que conserva o ambiente rural e a vivência comunitária de outros tempos. Concentrada em dois aglomerados de casas típicas de granito, com portas e janelas de um castanho avermelhado, Germil possui ruas estreitas (cobertas por vinhas), calçadas em pedra e água que jorra de todos os cantos. É quase obrigatório percorrê-la a pé! Na aldeia destacam-se uma velha azenha, a igreja datada de 1880 e alguns espigueiros em granito. Observe com atenção um relógio de sol que sobressai no topo de um deles, memória de outros tempos. Fique alojado numa das unidades de turismo rural desta aldeia e desfrute do contacto com a natureza!
Germil é o local ideal para descansar, usufruir de agradáveis momentos de reflexão e dar asas à sua veia de explorador da montanha. Nas proximidades da aldeia, descubra o Fojo do Lobo, que se estende ao longo de 1400 metros, na margem poente do vale do rio Germil. Na mesma estrada, em direcção à aldeia, avistará algumas silhas, construções circulares em pedra que, noutros tempos, serviam de protecção das colmeias contra os ataques dos ursos. Delicie-se com os sabores típicos da aldeia: chanfana de cabra à moda de Germil, queijo e mel. A cestaria (tradicional e de junco), as peças em linho e lã, a tamancaria e os bordados constituem as actividades artesanais típicas da aldeia de Germil.
9. Mosteiro de São Martinho de Crasto
De estilo românico, o mosteiro de S. Martinho de Crasto terá sido construído no início do século XII e entregue em 1136 aos cónegos regrantes de Santo Agostinho. Do mosteiro apenas restam a igreja, de planta rectangular, rematada no topo por uma torre sineira e as dependências dos frades, que formam uma praça, onde hoje se encontra um cruzeiro.
A decoração escultórica dos modilhões – na torre, nave e abside – desperta curiosidade pelo pitoresco de alguns temas: figuras humanas e de animais criticando vícios, serpentes enlaçadas, ornatos geométricos, entre outros. Classificada como Monumento Nacional, a igreja de S. Martinho de Crasto encontra-se perfeitamente enquadrada na paisagem do Vale do Vade.
10. Igreja da Misericórdia de Ponte da Barca
Não há registos oficiais, mas julga-se que a Igreja da Misericórdia foi construída por volta do ano de 1584. È seguro que, em 1627, Constantino de Magalhães Menezes e esposa D. Isabel Manuel de Aragão, mandaram reconstruir e ampliar a capela-mor, doando-a à Irmandade. Desde então sofreu diversas vezes obras de restauro e ampliação. A frontaria actual foi construída em 1822 e a tribuna com o altar-mor data de 1830. O interior da igreja foi quase todo modificado no período de 1822 a 1844. A construção, em 1860-1861, da estrada nacional 101 “obrigou a demolir o torreão, escadas do coro, casas do servo e capela do Santíssimo, que se encontravam do lado Sul.
A Mesa da Misericórdia resolveu, por isso, em 1861, construir casa para o servo por trás da capela-mor, a cornija nova da igreja do lado da estrada e colocar o torreão onde actualmente se encontra “. Foi um centro de piedade, sobretudo durante a semana santa. Actualmente, o capelão da Irmandade e pároco de Ponte da Barca celebra aí a Eucaristia todos os domingos e, sempre que a Matriz não está disponível, a Igreja da Misericórdia continua a ser o templo alternativo para os actos de culto.
11. Igreja Matriz de Ponte da Barca
A construção da igreja matriz de Ponte da Barca, dedicada a São João Baptista, teve início no século XVI. Neste processo, desempenharam um papel fundamental as principais famílias da região ao mandar construir as capelas funerárias. Num período marcado por uma forte religiosidade, no decorrer do qual a preocupação com a morte dominava a vida, este género de edificações eram muito frequentes, testemunhando, simultaneamente, o poder e o prestígio de quem assim podia dispor do espaço sagrado.
As incursões do exército espanhol na segunda metade do século XVII provocaram fortes danos ao templo, obrigando mesmo à deslocação do culto para a igreja da Misericórdia. D. Pedro II autorizou tributos especiais para ajudar na reconstrução da principal igreja de Ponte da Barca, cujas obras começaram em 1703. Todavia, a morosidade dos trabalhos e o consequente agravar dos problemas no templo obrigou a confraria de Nossa Senhora da Conceição a abandonar o espaço, em 1711. Foi necessária a visita do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles para conferir um novo impulso e uma outra dinâmica a esta reconstrução que, tal como a edificação primitiva, crescia sem planificação.
12. Mosteiro de Vila Nova de Muía
O antigo mosteiro de Vila Nova de Muía – onde D. Afonso Henriques se recolheu para preparar o recontro de Valdevez – foi fundado em 1100 por Godinho Fajes de Lanhoso. Foi também aqui que os irmãos Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz, reconhecidos poetas barquenses, foram educados no século XVI.
Neste mesmo século, foi colocado o portal e, no século XVIII, o interior foi enriquecido com um retábulo barroco. Da época românica apenas subsiste alguma traça decorativa e parte da capela-mor. Tanto a igreja como a torre medieval anexa estão classificadas como Imóvel de Interesse Público.