Portugal é um paraíso dos bons queijos, com opções para todos os gostos e uma rica variedade de produtos, do continente às ilhas. Os queijos portugueses são reconhecidos pela sua excelente qualidade e pelo seu sabor distinto, que pode ser mais intenso ou mais suave. A intensaidade do sabor varia de acordo com o processo de cura e com o tipo de leite utilizado na sua produção.
Assim, regra geral, os queijos portugueses feitos com leite de cabra possuem um sabor mais intenso. E se o processo de cura for mais demorado, são também mais consistentes. Podem ainda ser feitos com leite de vaca, de ovelha ou com mistura de leites. E alguns são condimentados com especiarias que lhe conferem um sabor mais apimentado, por exemplo.
Se quer começar a explorar o que de melhor se produz no nosso país, desde as variedades mais comuns, à venda em supermercados, às variedades feitas por pequenos produtores, deixamos-lhe aqui as nossas sugestões dos melhores queijos portugueses.
1. Queijo da Serra
Provavelmente o queijo mais conhecido em Portugal, produzido na montanha mais alta do continente, a Serra da Estrela, zona de pastorícia. A matéria-prima para este queijo vem das ovelhas que por aqui pastam, sendo este queijo de leite cru coalhado com flor de cardo. A produção do queijo da Serra é artesanal e, uma vez que recebeu o estatuto DOP (Denominação de Origem Protegida), segue regras bastante estritas.
Este queijo tem um período de maturação de pelo menos 30 dias, podendo ser curado até endurecer (queijo Serra da Estrela Velho). A versão mais popular, no entanto, é mole e amanteigada, abrindo-se a superfície da bola de queijo de modo a se retirar o conteúdo mole, para ser barrado em pães ou tostas.
2. Queijo de São Jorge
Para além da carne bovina de excelente qualidade, no arquipélago dos Açores também se produzem queijos excelentes, como o queijo de São Jorge. Este queijo lácteo é curado a temperatura ambiente durante pelo menos três meses, até ter uma consistência firme. As variedades mais apreciadas, no entanto, são as mais envelhecidas, sendo que, quanto mais longa for a cura, maior será o preço, embora o sabor valha muito a pena.
Este queijo é produzido nos Açores desde o século XV e tem estatuto DOP, sendo um dos queijos de vaca preferidos dos portugueses. Quando não recebe o selo DOP, é muitas vezes chamado de queijo da ilha, apesar de existirem outras variedades de queijo do arquipélago.
3. Queijo Rabaçal
Este queijo DOP branco semiduro, feito com leite de cabra e ovelha e coalhado com coalho animal, é produzido na localidade que lhe dá o nome: Rabaçal, perto de Coimbra. A sua aparência é inconfundível, com os seus pequenos orifícios, mas o seu sabor é um verdadeiro diferenciador.
Os animais dos quais se retira o leite alimentam-se muito de ervas Santa Maria, que são muito aromáticas e dão um aroma distinto ao leite. O queijo é curado durante um período mínimo de 20 dias.
4. Queijo de cabra Transmontano
Este queijo DOP apenas pode ser feito com leite de cabra cru, da raça Serra. O queijo em si é de um branco intenso e tem uma consistência dura, sendo maturado durante pelo menos sessenta dias, a uma temperatura média a baixa.
Pode encontrar a variedade semicurada, mais jovem, e a variedade mais velha e mais dura, geralmente curada entre noventa dias a dois anos, sendo muitas vezes esfregada com azeite ou colorau. Para uma experiência ainda mais completa, acompanhe este queijo com pão centeio transmontano.
5. Queijo de Évora
Este queijo, proveniente da cidade alentejana que lhe dá o nome, é feito com leite de ovelha cru, da raça Merina Branca. Como é um queijo DOP, apenas se pode usar o leite dessa raça. Para coalhar o leite, usa-se flor de cardo.
O produto é depois curado em pequenos cilindros, não superiores a 300 gramas, entre trinta a noventa dias, existindo nas variedades semidura e dura. O sabor ligeiramente ácido do queijo é mais intenso nas variedades mais duras. Tradicionalmente, o queijo é depois preservado em azeite, dentro de tigelas de barro.
6. Queijo de Azeitão
Este é um queijo muito reconhecido no nosso país, misturando sabores ácidos, salgados e ligeiramente picantes, tendo sido distinguido como um dos 50 melhores produtos gastronómicos mundiais no Great Taste Awards de 2014.
O queijo DOP é feito com leite de ovelha cru, curado até ter uma consistência semidura, ideal para barrar e muito amanteigada. O queijo é produzido nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra.
7. Queijo de Nisa
O queijo de Nisa, do Alto Alentejo, é feito com leite cru de ovelha, e coalhado com infusão de cardo. É depois curado em duas fases: na primeira, a uma temperatura inferior, e na segunda, numa temperatura ligeiramente mais alta, não passando dos 14ºC.
Findos um ou dois meses de cura, o queijo encontra-se semiduro e amarelado, com um sabor intenso e um final de boca ácido. A produção deste queijo mantém-se ainda hoje puramente artesanal.
8. Queijo Terrincho
Este queijo é feito a partir do leite da ovelha Churra da Terra Quente, não sendo produzido há muito mais de cem anos. Existe nas variedades semidura e dura, sendo esta última mais intensa (chamada de Terrincho Velho). As ovelhas que dão origem ao leite pastam ao ar livre, o que confere ao queijo o seu gosto e aroma distinto e macio no paladar.
9. Queijo de Castelo Branco
Este queijo de ovelha cru, coalhado com flor de cardo, tem um exterior amarelado, e um interior branco, nas variedades mais jovens (que são curadas quarenta e cinco dias). Já a variedade velha é curada durante pelo menos noventa dias e é mais escura, dura e com um sabor mais forte.
Curiosamente, até há dois séculos atrás as ovelhas da região apenas eram usadas na produção de lã. Mas a partir do momento em que se começaram a fabricar queijos, para abastecer principalmente a Grande Lisboa, estes tornaram-se dos mais apreciados e reconhecidos em Portugal.
10. Queijo do Pico
O arquipélago dos Açores é rico em queijos saborosos e de comer e chorar por mais. Mas hoje, destacamos, para além do queijo de São Jorge, o queijo do Pico.
Este é proveniente da montanha mais alta de Portugal, sendo um queijo DOP feito a partir de leite de vaca cru, semi-mole e bastante gordo, e com um sabor salgado muito característico. A sua cura demora no mínimo vinte dias, tendo todo o processo sido passado de geração em geração até aos nossos dias.
Esperava encontrar aqui, referências sobre o queijo dos Açores “milhafre” que consumo e de que gosto muito. Será que não é tão bom quanto acho?