Símbolos máximos da ostentação da realeza, os palácios mais bonitos da Europa são hoje, na sua grande maioria, monumentos que podem ser visitados por todas as pessoas oriundas de qualquer condição social. Isto é verdade tanto no Velho Continente com em Portugal e é um símbolo da evolução dos tempos e da implantação da democracia.
Outrora, estes palácios estavam vedados ao comum dos cidadãos. Eram residências que mostravam o quão poderosos eram os monarcas, sendo que um rei possuía, quase sempre, mais do que um palácio. Além disso, vários outros elementos da nobreza, como condes ou duques, por exemplo, também podiam possuir a sua própria residência apalaçada.
A ostentação do passado terminou e, hoje em dia, estes palácios são autênticos símbolos nacionais e alguns dos monumentos mais visitados em todo o continente. Descubra os palácios mais bonitos da Europa, com destaque para um palácio português em primeiro lugar da lista.
1. Palácio da Pena, Portugal
Resulta do génio criativo de D. Fernando II e é o expoente máximo do romantismo do século XIX no nosso país, contendo referências à arquitetura manuelina e mourisca. Foi construído para poder ser observado a partir de qualquer ponto do parque, floresta e dos jardins luxuriantes, com mais de 500 espécies arbóreas vindas de todos os cantos do globo.
O palácio da Pena foi construído a partir de um antigo mosteiro e tem uma forte influência do romantismo alemão, tendo sido provavelmente inspirado pelos castelos à beira do Reno de Stolfenz e Rheinstein. As obras no palácio terminaram em 1860, embora tenham havido campanhas posteriores de decoração de interiores. D. Fernando mandou também plantar o Parque da Pena, à volta do palácio, com os seus caminhos serpenteantes, os pavilhões e os bancos de pedra a pontuar o percurso entre as espécies vegetais.
2. Alcazar, Espanha
O Alcazar de Sevilha é um dos conjuntos monumentais que mais representa a cidade, o país e a cultura mediterrânica. Por entre os muros e jardins, conserva-se a história da evolução da cidade durante o último milénio, reunindo influências que começam na época árabe, passam pela mudéjar da Baixa Idade Média e chegam ao Renascimento, o Barroco ou ao século XIX.
Foi declarado Património Mundial da UNESCO em 1987, e isso significou o reconhecimento da sobrevivência de um conglomerado de culturas e civilizações neste local. Os visitantes podem conhecer este ambiente único através do lendário al-Mutamid, monarca e poeta sevilhano do século XI, bem como através de alguns dos personagens que iluminaram a Espanha moderna, por volta de 1812.
3. Neuschwanstein, Alemanha
Foi idealizado no século XIX pelo rei Luís II da Baviera, que se inspirou na obra de um grande amigo, o famoso compositor Richard Wagner. Para o desenhar, chamou Christian Jank, desenhista de cenários teatrais, ao invés de um arquiteto, e essa escolha demonstra já quais eram as intenções do rei e explica a aparência fantástica desta construção.
Apesar de tudo isto parecer o início de um belo conto de fadas, tudo teve um final trágico e envolto em mistério, já que o rei foi declarado insano pela Comissão de Estado em 1886, bem próximo da data de conclusão do palácio. O rei ali foi aprisionado, e logo depois foi levado para Berg. Em junho do mesmo ano, foi encontrado morto no Lago Starnberger, junto ao psiquiatra que confirmou a sua insanidade, e até hoje não se sabe exatamente o que aconteceu.
4. Hohenzollern, Alemanha
Encontra-se cercado por um conjunto de muralhas, ameias e torres, e tem uma aparência de castelo medieval. No entanto, foi construído bem mais tarde, no século XIX, quando Frederico Guilherme IV, rei da Prússia, quis reerguer um novo palácio onde estavam as ruínas e muralhas antigas dos seus antepassados. Para o efeito escolheu o estilo gótico medieval, e inspirou-se em construções da França e Inglaterra.
O palácio ficou pronto em 1867, com direito a mais de uma centena de divisões repletas de pinturas, retratos, peças folheadas a ouro, joias da realeza e muito mais. Destacamos particularmente a biblioteca, a sala com a árvore genealógica dos Hohenzollern e os aposentos do rei e da rainha.
5. Walzin, Bélgica
A história deste palãcio remonta ao século XI, altura em que a primeira fortificação aqui foi construída. Sabemos que foi habitado por Walter de Kefreyn em 1235, mas esta família extinguiu-se em 1314. A propriedade só volta a aparecer novamente em 1354, mas em 1466 o palácio é destruído pelo exército francês, e em 1489 é novamente saqueada pelo exército austríaco.
Apesar de tudo, o local foi reconstruído e é hoje uma atração muito popular. Para chegar ao palácio, pode conduzir até lá ou estacionar o carro na estação de comboio de Anserremme e caminhar ao longo da margem esquerda do rio Lesse, durante cerca de 5 km e através da floresta.
6. Eltz, Alemanha
Este palácio é único, porque se manteve durante séculos intocado por guerras, uma vez que a família que o domina sempre foi muito hábil na arte da diplomacia. Outro ponto que o torna único é que essa mesma família ainda é a legítima dona do palácio, tendo a sua posse há mais de 800 anos, encontrando-se já na 33ª geração e possuindo ainda residência no Eltz.
O palácio encontra-se no meio de um vale, cercado pelo rio Eltz, o que lhe dá uma ótima posição defensiva e estratégica, já que aqui se arrecadavam as taxas do comércio do rio Mosel e da sua conexão com as férteis regiões montanhosas de Eifel.
7. Chambord, França
Está situado numa área ampla e cercado por grandes jardins e canais, entre florestas temperadas. É o maior de todos os palácios do vale do Loire e foi construído para servir como residência de caça para o rei Francisco I. A construção deste palácio data de inícios do século XVI, e alguns historiadores acreditam ter sido Leonardo da Vinci o responsável pelo desenho original deste local, atribuindo-lhe também o planeamento da escadaria em dupla hélice no centro do palácio.
Este espaço nunca chegou a ser totalmente usado, e o próprio Francisco I aí foi poucas vezes, tendo-se estimado que aqui tenha passado pouco mais de 7 semanas, incluindo as curtas temporadas de caça. Por esse motivo, Chambord nunca foi totalmente mobilado.
8. Culzean, Escócia
Encontra-se perto de Maybole, em Carrick, e foi residência do marquês de Ailsa, pertencendo atualmente ao National Trust for Scotland. O castelo está numa posição dominante sobre uma formação rochosa, no atual Culzean Castle Country Park, e encontra-se aberto ao público. Uma ilustração deste castelo encontra-se no reverso das notas de 5 libras, emitidas pelo Royal Bank of Scotland, desde 1987.
9. Eilean Donan, Escócia
Se está para visitar a ilha de Skye, tem que passar pelo castelo Eilean Donan, situado numa pequena ilha na vila de Dornie, num cenário que parece saído de um filme, e que efetivamente serviu de fundo a muitos, como Highlander. Este castelo está sempre presente em guias e cartões postais como destaque, situando-se a 4 horas e meia de Edimburgo e a hora e meia de Inverness.
A primeira fortificação foi construída no século XIII, mas em 1719 o castelo foi explodido e totalmente destruído num conflito militar. Ficou em ruínas durante cerca de 200 anos, mas entre 1912 e 1982 foi reconstruído para ser uma residência familiar.
10. Windsor, Reino Unido
Encontra-se a cerca de 40 km de Londres e acumula mais de novecentos anos de história, tendo sido construído em 1066 no reinado de William, o conquistador. É uma das principais residências oficiais da família real e é frequentemente visitado pela rainha. Durante as suas visitas, a bandeira real encontra-se hasteada na torre.
O palácio encontra-se aberto ao público quase todo o ano, ficando fechado poucos dias. A troca de guarda acontece em dias alternados, às 11 da manhã. Para visitar Windsor, basta apanhar o comboio partindo de Londres.
11. Corvin, Roménia
É um dos maiores da Europa, é imponente, e segue à risca os modelos dos filmes de terror, com direito a um riacho em volta, pontes, torres altas e muito mais, sendo por muitos considerado mais bonito do que o palácio de Bran.
A visita interior ao palácio é autoguiada, e em cada divisão encontra-se um texto em inglês com uma breve explicação. No entanto, também é possível comprar um áudio-guia. A partir do pátio principal, partem inúmeras portas e portões que conduzem a uma infinidade de divisões.
12. Trevarez, França
Foi idealizado por um político rico, no final do século XIX, tem arquitetura gótica e todas as conveniências modernas disponíveis à época da sua construção. É um local perfeito para caminhar, especialmente por entre os rododendros e as flores primaveris que ornamentam os seus jardins. No outono, as folhas das árvores caem e pintam o chão de amarelo, vermelho e castanho.
A área está localizada nas Montanhas Negras, no departamento de Finisterra, e não muito longe da cidade de Quimper. O palácio foi bombardeado em 1944, com o seu lado esquerdo a ser totalmente destruído. A renovação começou em 1971 e foi concluída prontamente.
13. Castelo Hohenwerfen, Áustria
Encontra-se no topo da cidade austríaca de Werfen, a cerca de 40 km a sul de Salzburgo, rodeado pelos alpes Berchtesgaden e pela serra de Tennengebirge. Esta fortificação é “irmã” do castelo Hohensalzsburg, sendo ambos datados do século XI.
A partir deste fabuloso castelo, tem uma visão única sobre a imensidão dos vales austríacos. Os visitantes podem ainda desfrutar de diversas atividades, com especial destaque para a falcoaria. uma tradição secular que aqui é preservada.
14. Bran, Roménia
Serviu de inspiração para o famoso romance Drácula, de Bram Stroker. Foi construído no século XIV numa importante passagem nas montanhas, e começou por ser usado na defesa contra os otomanos. Mais tarde, tornou-se um posto aduaneiro na passagem entre a Transilvânia e a Valáquia. O seu mais famoso habitante foi Vlad Tepes, príncipe da Valáquia, que terá usado o palácio, mas que provavelmente nunca lá viveu. Vlad ficou conhecido como “o empalador” pelos métodos que usava contra os seus inimigos.
A partir de 1920, o palácio tornou-se residência dos reis da Roménia, tendo sido habitado pela rainha Maria. No final da Segunda Guerra Mundial, e com a tomada de poder pelo regime comunista, a família real foi expulsa e o palácio foi transformado em museu, sendo hoje o segundo edifício mais visitado pelos turistas na Roménia.
15. Schwerin, Alemanha
Encontra-se numa ilha do lago de Schwerin e é considerado uma das mais importantes edificações do historicismo na Europa. A aparência atual do palácio, com 5 alas, deve-se à reforma realizada por ordem do grão-duque de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Frederico Francisco II. A imponente edificação tem 653 divisões, com pisos de mosaico, entalhados em madeiras, e estuques nos tetos.
Destacamos a sala do trono, a galeria dos antepassados, a sala de refeições, e o quarto da torre, com vista panorâmica para o lago. Poderá também conhecer a coleção de porcelana e assistir a um dos diversos concertos aqui realizados, bem como descobrir o magnífico jardim barroco que rodeia o edifício.