A ortografia é a parte da gramática que define a forma correcta de escrever as palavras de uma língua. A ortografia do português segue algumas regras e normas que foram unificadas pelo Acordo Ortográfico de 1990, mas que ainda apresentam algumas diferenças entre Portugal e o Brasil.
No entanto, mesmo com o Acordo Ortográfico, muitos falantes nativos ou estrangeiros cometem erros ortográficos na língua portuguesa, seja por desconhecimento, seja por confusão, seja por descuido. Esses erros podem prejudicar a comunicação, a compreensão e a credibilidade de quem escreve.
Neste artigo, vamos mostrar os 8 erros ortográficos mais comuns na língua portuguesa, explicar as suas causas e dar algumas dicas para evitá-los. Esperamos que este texto seja útil para melhorar o seu domínio da escrita e evitar gafes ortográficas.
1. Confusão entre x e ch
O x e o ch são dois grafemas que podem representar o mesmo som: /ʃ/. Esse som é o de um s chiado, como na palavra “chá”. A confusão entre x e ch ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar um ou outro.
Em geral, usa-se x depois de ditongos (encontro de duas vogais) e depois das sílabas iniciais en e me. Usa-se ch depois das sílabas iniciais ca, co, cu, tra, tro e tru. Veja alguns exemplos:
- Palavras com x: bruxa, caixa, enxada, mexer, peixe.
- Palavras com ch: cachorro, chave, chuva, trocar, truque.
2. Confusão entre g e j
O g e o j são dois grafemas que podem representar o mesmo som: /ʒ/. Esse som é o de um s sonoro, como na palavra “jogo”.
A confusão entre g e j ocorre porque esse som pode ser representado pelo g quando ele vem antes das vogais e ou i e pelo j quando ele vem antes das vogais a, o ou u. No entanto, há algumas excepções que devem ser memorizadas. Veja alguns exemplos:
- Palavras com g: gelo, gesso, girafa, giz, tigela.
- Palavras com j: jaca, jeito, jogo, juiz, laranja.
3. Confusão entre s e z
O s e o z são dois grafemas que podem representar o mesmo som: /z/. Esse som é o de um s sonoro, como na palavra “casa”. A confusão entre s e z ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar um ou outro.
Em geral, usa-se s depois de ditongos (encontro de duas vogais), nas formas dos verbos querer e pôr no presente do indicativo (quiser, puser) e nas palavras derivadas de outras que já têm s no radical.
Usa-se z no início das palavras, depois de consoantes (exceto r e s), nas palavras derivadas de outras que já têm z no radical e nos sufixos -ez e -eza (que formam substantivos abstratos). Veja alguns exemplos:
- Palavras com s: asa, casa, despesa, liso, tesoura.
- Palavras com z: azul, cozinha, fazenda, luz, rapaz.
4. Confusão entre s, ss, c ou ç
O s simples (s), o s dobrado (ss), o c cedilhado (ç) ou o c sem cedilha © podem representar o mesmo som: /s/. Esse som é o de um s chiado, como na palavra “sapo”. A confusão entre essas quatro opções ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar uma ou outra.
Em geral, usa-se s no início das palavras (excepto quando seguido de c ou ç), depois de ditongos (encontro de duas vogais), nas formas dos verbos querer e pôr no presente do indicativo (quiser, puser) e nas palavras derivadas de outras que já têm s no radical.
Usa-se ss depois de vogais nasais (que soam como se tivessem um n depois), depois das sílabas iniciais di, re e su e nas palavras derivadas de outras que já têm ss no radical.
Usa-se ç antes das vogais a, o e u e depois das sílabas iniciais en e es. Usa-se c antes das vogais e e i e depois das sílabas iniciais a, co, cu, tra, tro e tru. Veja alguns exemplos:
- Palavras com s: asa, casa, despesa, liso, tesoura.
- Palavras com ss: assado, massa, passar, pressa, sucesso.
- Palavras com ç: açaí, açúcar, caçar, força, laço.
- Palavras com c: cedo, cinto, faca, peça, troca.
5. Confusão entre i e e
O i e o e são duas vogais que podem ter uma pronúncia muito parecida em algumas palavras. A confusão entre i e e ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar uma ou outra.
Em geral, usa-se i nas sílabas finais ti e di (excepto em substantivos terminados em -dade) e nas formas verbais terminadas em -ir. Usa-se e nas sílabas finais te e de (excepto em verbos terminados em -der) e nas formas verbais terminadas em -er. Veja alguns exemplos:
- Palavras com i: aqui, biquíni, dividir, partir, tijolo.
- Palavras com e: aquele, leque, derreter, freguês, meteoro.
6. Confusão entre o e u
O o e o u são duas vogais que podem ter uma pronúncia muito parecida em algumas palavras. A confusão entre o e u ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar uma ou outra.
Em geral, usa-se o nas sílabas finais to e do (excepto em verbos terminados em -or) e nas formas verbais terminadas em -or. Usa-se u nas sílabas finais tu e du (excepto em substantivos terminados em -dade) e nas formas verbais terminadas em -ur. Veja alguns exemplos:
- Palavras com o: abacaxi, bondoso, cedo, fogo, moto.
- Palavras com u: açúcar, azul, juntar, murcho, susto.
7. Confusão entre m e n
O m e o n são duas consoantes que podem representar o mesmo som: /n/. Esse som é o de um n nasal, como na palavra “nada”.
A confusão entre m e n ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar uma ou outra. Em geral, usa-se m antes das consoantes p e b e no final das palavras. Usa-se n antes das outras consoantes e das vogais. Veja alguns exemplos:
- Palavras com m: amparo, campo, homem, limpo, tom.
- Palavras com n: andar, canto, enxame, fino, sonho.
8. Confusão entre h e sem h
O h é uma letra que não representa nenhum som na língua portuguesa. Ele só aparece por razões etimológicas (ou seja, relacionadas com a origem das palavras) ou para formar dígrafos (como ch, lh ou nh).
A confusão entre h e sem h ocorre porque não há uma regra fixa para saber quando usar ou não essa letra. Em geral, usa-se h no início das palavras de origem grega ou latina que começam com as sílabas ha, he, hi, ho ou hu (exceto quando seguidas de r ou l) e nas interjeições que imitam sons (como ah, eh ou oh).
Não se usa h no início das palavras de origem árabe ou indígena que começam com as sílabas a, e, i, o ou u (exceto quando seguidas de r ou l) e nas palavras derivadas de outras que perderam o h inicial. Veja alguns exemplos:
- Palavras com h: habitar, herói, hidrogénio, hora, humano.
- Palavras sem h: abacaxi, escola, igreja, obra, umbigo.