Por entre os muitos monumentos, museus e jardins de Lisboa, existem diversos locais de interesse que são desconhecidos, mas que merecem uma visita. Um deles é o Palácio da Ega, edifício do século XVI que é hoje a sede do Arquivo Histórico Ultramarino. Este palácio foi construído no século XVI e esteve nas mãos da família Saldanha até ao século XIX.
Este edifício tem três corpos principais: o de entrada, que dá acesso a um jardim com espécies botânicas; o do lago sul, com vista sobre o Tejo e um lago oval; e o Salão Pompeia, a parte mais notável do conjunto.
Esta é uma sala enorme, decorada com azulejos holandeses do século XVIII, que representam oito cidades portuárias da Europa (Constantinopla, Colónia, Londres, Veneza, Hamburgo, Midelburgo, Roterdão e Antuérpia), evidenciando as caraterísticas de cada uma dessas cidades. O salão conta com uma decoração inspirada na arte romana antiga, e está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1950.
Mas vamos à história deste edifício, que foi palco de grandes acontecimentos históricos. Por exemplo, durante as Invasões Francesas, foi frequentado pelo general Junot, amigo dos Saldanha, que tomaram partido pelos franceses.
Após a expulsão dos invasores, os condes de Ega foram exilados, e o seu palácio usado como hospital das tropas anglo-lusas e como quartel-general do marechal Beresford. O palácio só voltou à posse dos Saldanha em 1838, mas foi vendido por falta de meios para o manter.
Por fim, em 1919, o Estado adquiriu o palácio e passou a alojar o Arquivo Histórico Colonial. Em 1973, este palácio foi integrado na Junta de Investigações Científicas do Ultramar, atual Instituto de Investigação Científica Tropical.
Assim, visitar o Palácio da Ega é visitar um pedaço da nossa história, dando-lhe a oportunidade de conhecer a beleza e riqueza dos azulejos holandeses e apreciar a elegância e harmonia da arquitetura e decoração do espaço.
Dá-lhe também a oportunidade de explorar o Arquivo Histórico Ultramarino, que tem documentos valiosos sobre a nossa história colonial, desde o século XV até ao século XX, por entre cartas régias, mapas, desenhos, fotografias, filmes e outros registos.
Portanto, visitar este palácio é não só contribuir para a preservação e divulgação do nosso património, como é também uma maneira de dar mais visibilidade e reconhecimento ao trabalho deste arquivo.
O Palácio da Ega está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h30. A entrada no palácio é gratuita, não sendo necessária autorização prévia. Mesmo assim, recomenda-se que consulte o site do Arquivo Histórico Ultramarino, de modo a confirmar os horários e condições de acesso.
Poderá optar entre a visita livre ou guiada, sendo que a visita livre lhe permite explorar o palácio ao seu ritmo e apreciar com calma todos os detalhes da sua arquitetura e decoração.
Por sua vez, a visita guiada vai-lhe oferecer uma explicação mais aprofundada sobre a história e arte do palácio, assim como sobre os documentos do arquivo. Estas visitas guiadas têm duração de uma hora e são feitas por técnicos especializados, estando sujeitas a uma marcação prévia. Se quiser solicitar uma visita guiada, deverá enviar um e-mail para o endereço dglab.gov.pt com pelo menos cinco dias de antecedência.
Seja qual for a modalidade de visita escolhido, verá que não se vai arrepender de conhecer de perto o magnífico Palácio da Ega, rico em história, arte e detalhes encantadores. Portanto, comece já a planear a sua visita!