O Palácio de Monserrate, situado em plena Serra de Sintra, é certamente um dos cenários mais arrebatadores que existe a nível nacional. Trata-se de um local rico em história e cultura, que foi objeto de estudo para as mais diversas áreas, tendo também sido palco de encontros de espionagem durante a Segunda Guerra Mundial.
A sua história tão variada dá-lhe um enorme potencial a explorar e, portanto, não é de admirar que tenha atraído cada vez mais visitantes. Assim, a quatro quilómetros do centro histórico de Sintra, irá encontrar não só um belíssimo palácio, testemunho único do ecletismo do século XIX, mas também um dos mais ricos jardins botânicos do nosso país.
Evitando relatos exaustivos, o Parque de Monserrate foi alugado em 1789 por Gerard de Visme, rico comerciante inglês, que ali construiu uma casa no estilo neogótico. Em 1794, De Visme permitiu que Monserrate fosse subalugado a William Beckford.
O palácio foi também visitado por Lord Byron, extraordinário romancista inglês, que visitou o local em 1809, tendo o palácio sido descrito no poema “Peregrinação de Childe Harold”, apesar de a casa já estar abandonada e em ruínas aquando da visita.
Mais tarde, no século XIX, entra em cena Sir Francis Cook, milionário industrial inglês, que adquiriu a Quinta de Monserrate e mandou reconstruir o respetivo palácio, rodeado de jardins à inglesa.
Ao longo do tempo, o local acabou por se tornar uma paragem turística obrigatória para viajantes estrangeiros, sendo descrito em diversos guias e roteiros de viagem, especialmente naqueles destinados a turistas ingleses, devido à ação de Lord Byron.
O palácio é também um dos exemplos mais importantes da arquitetura romântica em Portugal, e os jardins circundantes receberam espécies de todo o mundo, tendo sido organizados de acordo com as suas áreas geográficas.
Assim, podemos destacar o Jardim do México, o Jardim das Rosas e os Lagos Ornamentais, que formam paisagens incríveis ao longo do caminho, por entre ruínas, lagos e cascatas.
Monserrate é atualmente um dos mais importantes jardins históricos e exóticos, tanto do país como da Europa, apresentando uma coleção ímpar a nível da flora subtropical, incluindo diversas espécies de árvores e coníferas.
A propriedade acabou por ser adquirida pelo governo português em 1949, tendo o local sido confiado à Parques de Sintra – Monte da Lua em 2000. O palácio acabou por reabrir no verão de 2010, após uma extensa reabilitação do telhado e das fachadas.
A restauração dos interiores ocorreu ainda até ao ano de 2016, encontrando-se o palácio totalmente restaurado nos nossos dias, com os trabalhos de restauro a refletir a rica história do edifício, em que períodos de grande riqueza se sucederam a períodos de grande penúria.
A Parques de Sintra está agora a trabalhar na musealização deste local, e tem vindo a adquirir peças que evocam não só a importante coleção de arte que aqui existiu, mas também a vivência da família Cook em Monserrate, local onde passavam o verão.
Não podemos deixar de destacar a compra, em 2017, de um relevo renascentista em mármore, que foi atribuído a Gregorio di Lorenzo, sendo uma representação escultórica da Virgem com o Menino.
Após tanto tempo, esta obra acabou por regressar ao Palácio de Monserrate, uma vez que chegou a integrar, no passado, o valioso acervo que Sir Francis Cook aqui mantinha.
Visitar este palácio e deslumbrar-se com os seus jardins é uma ideia ótima para fazer a dois, num ambiente romântico. Para ver tudo ao pormenor irá precisar de pelo menos uma tarde. Depois, pode simplesmente descansar num qualquer recanto dos seus belíssimos jardins.
Se quiser prolongar o seu passeio romântico um pouco mais, aventure-se pelo Convento dos Capuchos ou pela Quinta da Regaleira. Ambos ficam bem perto são 2 dos monumentos mais famosos de Sintra.